A firma "Dunkel & Antunes, Lda." foi constituída em 1927 por Carlos Jacob Dunkel, seu irmão Walter Dunkel, e o ex-agente das máquinas de escrever "Underwood" para Lisboa, Mário Antunes. A sua sede foi instalada na Rua Augusta, 56 - 1º andar, em Lisboa.
1928
O primeiro representante (ou depositário) exclusivo da marca "Underwood", para Portugal Continental, Ilhas e Províncias Ultramarinas, foi a firma "Corrêa & Raposo" que já aparecia publicitada em 1904 como tal. Esta firma era proprietária de uma importante e conhecida papelaria e tipografia na Rua do Ouro, 214-212, em Lisboa.
No entanto, a representação para o nosso país desta marca, viria ser entregue, em 1912, à filial da firma "Walter Gruebler" com sede em Madrid, que estava estabelecida na Rua do Bomjardim, na cidade do Porto desde 1901. Carlos Dunkel tinha trabalhado em Madrid para a referida firma e em 1901 veio para a filial portuense, e ao qual viria a ser entregue a gerência da mesma em 1912. Viria a formar-se a sociedade "Gruebler & Dunkel, Lda." que durou até 1917, ano em que Walter Gruebler morre e Carlos Dunkel assume a firma e todo o seu activo e passivo, passando a trabalhar em nome individual, sob a designação comercial "Carlos Dunkel".
1932
Uma das principais representações da firma era a "Underwood", que como já foi referido foi concedida em 1912. «Apesar de se tratar de uma máquina universalmente conhecida e da maior fábrica do mundo, houve no princípio certa relutância em aceitar o contrato de agência que obrigava à venda anual de vinte máquinas. No entanto, não só no primeiro ano essa média foi excedida como nos anos seguintes assumiu proporções bastante elevadas.»
No "Diário de Notícias" de 20 de Junho de 1923: «A casa bancária Pinto & Sotto Mayor (Lisboa e Porto) acaba de adquirir para os seus escritorios VINTE maquinas de escrever "Underwood" »
Lisboa constituiu-se, desde logo, a melhor praça consumidora de máquinas de escrever "Underwood", batendo a concorrência. Na foto seguinte, de 11 de Novembro de 1918, aparece um reclame nesta loja dizendo "Companhia Portugueza de Machinas de Escrever" em organização". Apesar da publicidade à sua constituição, não vingou a ideia. Foi constituída a firma "Mario Antunes & C.ª", com sede na Praça Luís de Camões, 46-48 esquina com a Rua do Mundo (actual Rua da Misericórdia). Em 1927, foi a "Dunkel & Antunes, Lda", formada pelo ex-agente Mario Antunes e Carlos Dunkel, instalada na Rua Augusta, 56.
15 de Outubro de 1921
Mario Antunes faleceu em 1937 e, por sua morte, os irmãos Dunkel compraram aos herdeiros a cota do falecido, ficando únicos proprietários da casa, cuja gerência ficou entregue a Walter Dunkel, em virtude dos afazeres de Carlos Dunkel na cidade do Porto, que não lhe permitiam uma presença permanente em Lisboa.
Em 1945 a "Dunkel & Antunes, Lda." mantinha uma posição sólida no mercado, não só no mercado de Lisboa como nas Ilhas. Já mantinha uma «magnífica oficina de reparações, onde trabalham alguns competentíssimos técnicos», e expandiu a sua actividade a outras representações de máquinas de calcular, arquivadores para escritórios, e com destaque para a marca de lápis suiça "Caran d'Ache", que tinha sido fundada em Genéve, em 1915.
Oficina de máquinas de escrever
1943
A venda de máquinas de escrever "Underwood" para escritório foi crescendo de ano para ano, às quais se lhe juntaram as portáteis, com grande aceitação, máquinas de calcular eléctricas e manuais, fitas para máquinas de escrever, e nos anos 40 do século XX as máquinas eléctricas automáticas para contabilidade, «uma maravilha da técnica recebida com entusiasmo pelos bancos e grandes emprêsas.»
A "Dunkel & Antunes, Lda." no mesmo local, nos anos 60 do século XX. Pode-se avistar a famosa livraria "Parceria António Maria Pereira" junto à paragem de autocarro
Como a concorrência nunca dorme, as máquinas de escrever concorrentes, "L. C. Smith" e "Corona", eram representadas pela firma lisboeta "Sociedade de Comércio Internacional, Lda.", sediada na Rua de São Nicolau, 113. Um pormenor: esta firma também representava uma marca de lápis, desta feita a "Othello" fabricada pela "Swan Pencil Company", sediada em New York sendo uma subsidiária da alemã Schwan.
Outras marcas de máquinas de escrever foram representadas em Portugal, na primeira metade do século XX, a referir: "Dactyle"; "Smith Premier"; "Remington"; "Royal"; "Mercedes"; "Oliver"; "Woodstock"; "Erika"; "Ideal"; "Hamond"; "Imperial", etc.
Na revista "Gazeta dos Caminhos de Ferro" de 1 de Outubro de 1905
1908
4 comentários:
Como habitualmente, mais um post muito bem explicado.
Julgo que por lapso, a primeira fotografia é na Rua Augusta-Rua da Conceição e não no cruzamento da Rua do Crucifixo que não tem cruzamentos com a Rua Augusta.
Cumprimentos
Valdemar Silva
Muito grato pela sua correcção.
Não sei onde estava com a minha cabeça.
Talvez na ... Rua do Crucifixo ....
Os meus cumprimentos
Grato por tudo o que nos oferece
Eu é que agradeço a gentileza do seu comentário
Cumprimentos
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