Restos de Colecção

23 de julho de 2024

Sapataria Garrett

A "Sapataria Garrett", foi fundada por Serafim Castella em 1920, na Rua Garrett, 94, em Lisboa. Tinha na altura como vizinha, à sua direita e fazendo esquina com a Rua Serpa Pinto, a prestigiada "Camisaria Carneiro", que tinha aberto pela primeira vez ainda no século XIX, e que em 1916 «bastante antiga e acreditada, sentiu ha pouco, como todas as casas com larga existencia, a necessidade fatal de remodelar por completo as suas instalações». Viria anos mais tarde, em 1924, a ser substituída pela "Sapataria Chiado" e, por sua vez, adquirida pela "Sapataria Garrett" ampliando deste modo as suas instalações. Vizinho à sua esquerda era a "Farmácia Durão".




Ainda com a "Camisaria Carneiro" como vizinha na esquina. Na esquina de cá a "Maison Benard"


 Já com a "Sapataria Chiado" no lugar da "Camisaria Carneiro"

Do livro "A Praça de Lisboa" de 1946, retirei o seguinte texto relativo à "Sapataria Garrett":

«Com o aparecimento da Sapataria Garrett em 1920, quiseram os seus fundadores desenvolver e aperfeiçoar o fabrico manual de calçado de luxo no nosso País que, até então, muito havia decaído.
A sua actuação, durante o quarto de século da sua existência, tem sido sempre guiada pelo desejo de estimular a arte dêste ramo de indústria que tão apreciado é não só em Portugal como até no estrangeiro onde os nossos calçados chegam, principalmente nos principais países da Europa, que os recebem e distinguem com as mais elogiosas referências.
Orientada com superior critério, tendo ao seu serviço pessoal escrupulosamente escolhido, a Sapataria Garrett alcançou com lisonjeiro êxito o objectivo que se propôs á sua actividade e assim, desde há muitos anos que a sua posição no mercado nacional é de apreciável prestígio, justificando com a quantidade da sua manufactura e com os modelos de sua criação a acentuada preferência que lhe dispensa uma clientela numerosa e seleccionada.
Tendo concorrido a diversas competições internacionais ao lado das mais reputadas casas do género, a Sapataria Garrett sempre honrou o seu nome, conquistando para o País os mais honrosos galardões, tais como:
1922 - Grande Prémio, da Exposição Internacional do Rio de Janeiro;
1929 - Medalha de Ouro, da Exposição Internacional de Barcelona;
1930 - Grande Prémio, da Exposição Internacional de Sevilha, e ainda
1932 - Membro de Júri, da Grande Exposição Internacional Portuguesa. »


Na Exposição Internacional do Rio de Janeiro de 1923


1926


1927

Não consegui saber da constituição original da sociedade "Castella, Lda.", além da participação do seu sócio fundador Serafim Castella. No entanto esta s sociedade foi alterada em escritura de 21 de Setembro de 1961 e ficou constituída pelos seguintes sócios: Serafim Castela Júnior, João Rodrigues Seixas, Adriano Cardoso Mendes, António Anjos Veríssimo, e João Ribeiro Vaz. Em 25 de Julho de 1977, e segundo nova escritura pública, saíram da sociedade os dois últimos, ficando constituída a mesma por: Serafim Castela Júnior, João Rodrigues Seixas, Adriano Cardoso Mendes, ficando o valor do capital social em 1.500.000$00, distribuído por 3 cotas iguais de 500.000$00. A sede da firma na Rua Garrett 96 a 98, em Lisboa.

"Sapataria Garrett" e "Sapataria Chiado", em foto de 1970

Por esta altura a "Sapataria Garrett" adquiria a vizinha "Sapataria Chiado" (nº 98), ampliando, desse modo, as suas instalações.

Foto do lado da Rua Serpa Pinto, no fatídico dia do incêndio no Chiado em  25 de Agosto de 1988 




Segundo o "Arquivo Histórico da Presidência da República", Armando Ferreira, o operário da oficina da "Sapataria Garrett", foi proposto, em 1926 para a condecoração de Cavaleiro da Classe de Mérito Industrial. Não viria a ser contemplado ...

A "Sapataria Garrett" participou, em 23 de Janeiro de 1928, na iniciativa "Semana dos Artistas", promovida pela primeira vez em Portugal, e pelo jornal "Diario de Lisbôa", e que  teve lugar entre 22 e 29 de Janeiro de 1928. Este evento, ao qual aderiram dezenas de estabelecimentos comerciais da baixa lisboeta, teve como finalidade a angariação de fundos para o "Cofre de Beneficência do Grémio dos Artistas Teatrais", e no qual as e os artistas de teatro encarnaram o papel de “Caixeiros Comerciais”.



Rosalina Sayal e Alda de Sousa "atendendo" clientes na "Sapataria Garrett", com o actor Armando de Vasconcelos "supervisionando" ...

«Na Sapataria Garrett estão Alda de Sousa e Rosalina Sayal.
Armando de Vasconcelos não consegue descalçar um freguês a quem está provando botas, e grita atrapalhadíssimo: 
- Como hei-de eu descalçar esta bota! »

Quando Vieira da Silva e Arpad chegaram a Lisboa, em Setembro de 1939, quando muitos artistas estavam a ser convidados a colaborar nos preparativos dos festejos centenários, culminando com a "Exposição do Mundo Português em 1940. O "SPN - Secretariado da Propaganda Nacional", na pessoa de seu dirigente António Ferro, propôs um concurso denominado Exposição de montras do Chiado, que pretendia ornamentar tantas vitrines quantas existissem na Rua Garrett, unindo o espírito e o bom gosto. Participaram entre eles Milly Possoz, Lino António, Maria Keil e Vieira da Silva que concorreu com as vitrines: "Luva com Flores" para a casa "Luva Verde", "Sapatos de Sete Léguas" para a "Sapataria Garrett" e, ainda, "Bailado de Tesouras" para a "Sheffield House" (vizinha da loja "Ao Último Figurino"), com a qual foi premiada. 

Terá encerrado, definitivamente nos anos 90 do século XX. No seu espaço original, nº 94, já passaram alguns estabelecimentos de modas, sendo actualmente uma óptica do grupo "André Ópticas", desde Março de 2023. Quanto à antiga loja nºs: 96 e 98, esquina com a Rua Serpa Pinto, já foi uma loja da cadeia "Guess".



Modas "Jahel", antes da "André Ópticas" e os mui conhecidos "Tuc-Tuc"


Interior, de muito bom gosto, da nova loja da "André Ópticas", inaugurada em Março de 2023

19 de julho de 2024

XV Aniversário do "Restos de Colecção"


   Hoje, 19 de Julho de 2024, o blog “Restos de Colecção”, fundado e editado por José Augusto Leite, assinala o seu décimo quinto aniversário. 


   Foram publicados, até hoje e ao longo destes quinze anos 2.264 artigos/apontamentos históricos, versando inúmeros temas e localidades. Foram publicadas cerca de 20.000 fotos, documentos, anúncios publicitários, cartazes, etc. Foram publicados cerca 5.200 comentários de leitores.

    

Apresentação e formatação iniciais do blog

   Aos leitores, fiéis seguidores - alguns desde "a primeira hora" - e amigos, cumpre-me agradecer não só as suas visitas, como comentários, correcções, sugestões e informações adicionais, que sempre acrescentam mais valia aos artigos aqui publicados. Lembro que, todo o trabalho deste tipo não está, nem nunca estará, isento de erros, imprecisões e omissões, pelo que agradeço, mais uma vez, a vossa preciosa colaboração nas pertinentes e necessárias correcções.



"Um Barbeiro em Lisboa" - Primeira publicação do blog, em 19 de Julho de 2009

   Ao longo destes 10 anos foram muitas as inovações e alterações na apresentação e formato deste espaço, mas nunca desvirtuando ou alterando o seu modelo editorial. Tenho tentado tornar o blog o mais organizado, funcional, apelativo e acessível aos leitores, que me é possível. Foi criada a barra de menús onde tudo o que está publicado está rapidamente acessível, a partir de índices (alfabético e por assuntos), com links directos para os respectivos 2.264 artigos históricos. Na mesma barra de menús poderão encontrar listagens de Hotéis, Cinemas, Filmes Portugueses, Teatros, Instituições Bancárias, Companhias de Seguros, etc. 


   Em virtude destas alterações e da quantidade de informação publicada, está disponível na barra lateral, o "Guia do Blog" em formato "Google Slides" (equivalente ao "Microsoft PowerPoint" ), para que, ao consultar, possam tirar partido de todas as funcionalidades, disponibilizadas neste espaço



   Igualmente, três livros digitais (e-books) - Cinemas de Lisboa (1896-2011), Teatros de Lisboa (1591-1976) e Cinema Português (1896-1980) - da minha autoria, estão disponibilizados para consulta e download gratuito, em formato PDF, na barra de menús no título E-Books (RC). Nada de especial e profissional, mas foi de boa vontade ...                        


    

   Muito me apraz verificar, que ao longo destes quinze anos do "Restos de Colecção", o seu conteúdo tem auxiliado e "alimentado" variados polos de interesse, que vão desde estabelecimentos de ensino, associações culturais, trabalhos académicos, organismos e entidades oficiais, passando por jornais, revistas, televisões, blogs, páginas de Facebook, Instagram, etc. Além de que, dentro das minhas possibilidades e conhecimentos, vou diariamente auxiliando a quem a mim recorre, o que faço com todo o gosto.
  
   Para finalizar, queria expressar, mais uma vez, os meus agradecimentos, à disponibilidade de conteúdos das seguintes entidades: “Biblioteca de Arte - Fundação Calouste Gulbenkian”; “Hemeroteca Digital" - Hemeroteca Municipal de Lisboa"; “Arquivo Municipal de Lisboa”; “Arquivo Municipal do Porto”; “Biblioteca Nacional Digital”; "Arquivo Nacional da Torre do Tombo"“Património Cultural" - Direcção Geral do Património; “SIPA" - Sistema de Informação para o Património Arquitectónico; "Biblioteca da Universidade de Coimbra"; "Fundação Mário Soares" (Jornal "Diario de Lisbôa"), CETBase, entre outras Bibliotecas e Hemerotecas espalhadas pelo país, e igualmente importantes. Nada do que tenho vindo a desenvolver, seria possível sem o trabalho, dedicação e esforço dos funcionários, curadores e conservadores destas prestigiadas instituições. Igualmente, agradeço aos autores que disponibilizaram muitos valiosos trabalhos académicos,  científicos e históricos, publicados online, e de artigos e apontamentos em blogs de grande qualidade, que muito me auxiliam na vertente de pesquisa.

   Com os meus sinceros agradecimentos e estima, os melhores cumprimentos a todos e até ao próximo artigo/apontamento histórico.

José Augusto Leite

13 de julho de 2024

"Grande Hotel de Portugal" em Viseu

O "Grande Hotel de Portugal", abriu as suas portas na Avenida Alberto Sampaio, em Viseu, pela primeira vez em 1910. Foi mandado construir expressamente para esse fim, pelo seu proprietário o famoso cavaleiro tauromáquico Manoel Cazimiro de Almeida (1854-1925).


1910

De referir que por esta altura só existia outro hotel em Viseu: o "Hotel Oliveira", na Rua do Carvalho e propriedade de Francisco José d'Oliveira.

1913

Manuel Casimiro de Almeida, monárquico convicto, foi o iniciador da dinastia e o primeiro cavaleiro a tomar a alternativa na Praça de Touros do Campo Pequeno, em Lisboa, em 21 de Agosto de 1892, apadrinhado por Alfredo Tinoco. Já se tinha estreado como cavaleiro tauromáquico em 1877, na Praça de São Pedro do Sul. Seu irmão, Fernando Cazimiro de Almeida, também foi cavaleiro, tal como seu filho José Casimiro de Almeida. Fundou a "Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Viseu" da qual foi comandante, até ser nomeado Inspector dos Serviços de Incêndios.

«Manoel Casimiro d'Almeida é apreciado sportman, como velocipedista, caçador, nadador, amador de música, e um dos mais notaveis cavalleiros, como mestre d'equitação e toureio.» in: jornal "A Trincheira".

Monárquico convicto, envolveu-se em lutas políticas, nomeadamente na tentativa de restauração da monarquia em Viseu e outras terras da Beira, em 1919, o que lhe causou alguns problemas.

1913

Classificado de 3ª classe, tinha 26 quartos oferecia «todas as commodidades necessarias para os forasteiros, gabinete de leitura, casa de banho, garage, etc.» Em 1913, os preços das diárias iam desde 1$200 réis, preços, que a fazer fé no anúncio publicitário que publico de seguida, se manteriam pelo menos até 1916 ... A gerência era exercida pelo próprio Manoel Cazimiro.


Sala de Jantar do Hotel, com Manoel Cazimiro sentado na mesa junto ao empregado

1916


"Grande Hotel de Portugal" num postal da época colorizado

Manoel Cazimiro retirou-se das lides tauromáquicas na Praça de Touros de Espinho, a 28 de Agosto de 1921 e morre em 1925. A gerência do Hotel passa a ser exercida pelo seu irmão Fernando Cazimiro de Almeida.

Segundo o roteiro "Hoteis e Pensões de Portugal", de 1939, as diárias variavam entre os 28$00 e os 40$00. O pequeno-almoço custava 3$00, o almoço 12$00 e o jantar 14$00. Neste ano a gerência ainda continuava a ser de Fernando Cazimiro.


1931


1934


1944


Cabecário de papel de carta em 1949


Etiqueta de bagagem

Em 1939, e também segundo o roteiro "Hoteis e Pensões de Portugal", existiam em Viseu os seguintes equipamentos hoteleiros:

Grande Hotel Avenida - Proprietário: João de Matos - Rua Miguel Bombarda (frente ao Rossio) - 40 quartos
Grande Hotel de Portugal - Gerência: Fernando Cazimiro - Avenida 28 de Maio esquina com a Rua Casimiros - 26 quartos
Hotel Regional - 49 quartos
Pensão André - Proprietário: António de Oliveira - Praça da República - 12 quartos
Casa de Hospedes Barreto - Proprietário: João Barreto - Rua Formosa - 17 quartos
Hospedaria Mário Bispo - Proprietário: Mário Francisco Bispo - Campo do Viriato - 12 quartos

Na década de 50 do século XX, o "Grande Hotel de Portugal" encerrou definitivamente, e no seu edifício instalou-se o "Colégio de Santo Agostinho", tendo como primeiro diretor o Dr. Francisco Sales Loureiro.

O "Colégio de Santo Agostinho" na, então, Avenida 28 de Maio actual Alberto Sampaio

No seu lugar, actualmente, um prédio de habitação e lojas, esquina com a Rua Casimiros

fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian,  Delcampe.netHemeroteca Digital, Garfadas on line, PorViseu

6 de julho de 2024

Farmácia Vitália no Porto

A "Farmácia Vitália", foi fundada a 4 de Fevereiro de 1933 pela "Sociedade Comercial Farmacêutica, Lda.", na Praça da Liberdade, 34-37, na cidade do Porto. A direcção técnica estava entregue ao sócio-gerente Ribeiro da Cunha.


1934



Nos painéis das "Propagandas Caldevilla"


1936

Entretanto os "Laboratórios da Empreza Vitalia" já existiam, no Porto em 1919, conforme anúncio seguinte publicado no jornal lisboeta "A Imprensa" de 2 de Julho de 1919:

2 de Julho de 1919


Instalada no Palácio das Cardosas o seu projecto marcadamente modernista, Art Déco, foi da responsabilidade dos arquitectos Manuel Amoroso Lopes (1899-1953) e Manuel Marques (1890-1956) e do engenheiro Jorge Vieira Bastian. 

Arquitecto Manuel Marques (1890-1956)

Quanto ao resultado a "Fundacion Docomomo Iberico" descreve:

«A intervenção arquitectónica da Farmácia Vitália da autoria de Manuel Marques é sintomática do espírito renovador que o meio artístico português viveu na década de 1930. [...] A obra da Farmácia Vitália interfere violentamente na fachada, até então intacta, da edifício de raiz pombalina edificado no extremo sul da Praça Nova, no Passeio das Cardosas. É um espaço marcado no exterior por uma intervenção que trata essencialmente da superfície, como se o objetivo pretendido fosse um elemento gráfico, quase publicitário. O símbolo da cruz vermelha destaca-se no fundo negro das superfícies de vidro emolduradas por delicados trabalhos em metal. Em contraste, projetam-se outros dois elementos suspensos no vidro, densos, brancos, nos quais se abrem duas aberturas quadradas, sublinhadas por frisos com conotações art déco. A fachada torna-se um exercício de composição abstrata de qualidade inesquecível. Pode-se dizer que Vitália, o nome da farmácia, expresso numa grafia vigorosa, traduz um conceito que estará presente nas obras projetadas por Manuel Marques nesse período de afirmação de uma renovação profunda e da mais fecunda criatividade.» Equipa IAPXX Norte, coordenação Sérgio Fernandez


Dentro do rectângulo em amarelo o local onde se instalaria a "Farmácia Vitália"



Outubro de 1942


1943



Maio de 1964


1972


No "Diário da República de 11 de Junho de 2001

"Farmácia Vitália" está, actualmente, assim distribuída pelos 3 pisos:

Piso -1: Gabinete para aconselhamento de nutrição e podologia e massagens; armazém e área para recepção de encomendas; área de apoio à compra de órteses e calçado ortopédico.

Piso 0 : Atendimento ao público; sala para atendimento personalizado; instalações sanitárias.

Piso 1: Laboratório de manipulados; Sala de convívio; gabinete do diretos técnico; escritório dos serviços administrativos; instalações sanitárias; armazém.

E é descrita no site "Revista Saúde" do seguinte modo:

«Para além de elegante, a Vitália é grande que se farta. São três pisos de cem metros quadrados cada um. E já ocupou o prédio todo, no tempo em que tinha alvará de fábrica de medicamentos. Falta de espaço nunca foi problema nos edifícios art-déco, basta lembrar como eram os cinemas dessa época, com piolho, duas plateias, balcões e camarotes. Montras e portas de vidro enormes, com molduras de ferro de origem, apresentam à Praça da Liberdade uma gama impressionante de produtos de saúde e de bem-estar, sete postos de atendimento e muita, muita tecnologia. O aparato digital do século XXI reveste de luz branca, como as batas dos farmacêuticos, uma farmácia antiga, com um laboratório de medicamentos manipulados a bater forte no coração.​



A Vitália ainda produz todos os dias, agora com a arte centenária da manufactura dos antigos boticários. Do laboratório saem cápsulas de carbonato de cálcio para doentes hemodialisados, xaropes para crianças, pomadas e cremes dermatológicos, produtos específicos de veterinária. O serviço de manipulados oferece às crianças do Porto uma série de medicamentos que não têm versões pediátricas disponíveis no mercado. E responde, ao miligrama, às receitas “secretas” dos médicos mais exigentes, com destaque para os dermatologistas. O maior cliente são outras farmácias, mas também é procurado directamente por muitos portuenses com necessidades terapêuticas específicas, para quem a indústria farmacêutica não oferece soluções, pelo menos na dose adequada. Uma pomada para a psoríase e outras doenças, que ganhou fama de curar só pela pronúncia do nome, recebe encomendas de todo o país.»