O “Café Cristal”, situado na Avenida da Liberdade 131-137, teve um primeiro projecto, em 1940 do arquitecto Cassiano Branco reprovado, sendo aprovado o seguinte apresentado pelo mesmo. Abriu as suas portas em 10 de Novembro de 1941, ficando a gerência a cargo de José Fernandes Fortes.
"Café Cristal" e o seu "Bar-Dancing Cristal"
Este Café veio ocupar o espaço da casa de fados “Café Luso”, que tinha encerrado recentemente, em 31 de Julho de 1940, e se tinha mudado para o Bairro Alto, com a nova designação de “Cervejaria Luso”.
Dentro da elipse, a loja que viria a ser ocupada primeiramente pelo “Café Luso” e posteriormente pelo “Café Cristal”
O interior deste café não foi isento de críticas, pelo facto de «abusar» dos espelhos na sua decoração interior num estilo «modernista».
A decoração deste estabelecimento foi enriquecida com pinturas de esmalte sobre vidro, do mestre Jorge Barradas, em cujo sopé «de tão interessante trabalho, outra maravilhosa obra de arte se realça, de Atriães de Vila Nova de Gaia: os primorosos ferros forjados e filigranados, com um originalíssimo relógio "de cuco", rodeado por abelhas luminosas.»
«Ao lado do grande salão existe uma dependência tambem toda revestida de espelhos, que é o restaurante privativo.»
Em 23 do mesmo mê e ano, - Novembro de 1941 - o "Café Cristal" inaugurou o "Bar-Dancing "Cristal". Com entrada contígua ao café e pela Travessa do Salitre tinha as suas instalações na cave. Abria a partir das 23 horas e encerrava às 5 horas da manhã. Às quintas-feiras e Sábados servia chás dançantes entre as 17h e 30m e as 19h e 30m com a sua "Orquestra Caravana" que até então tinha actuado no "Concha Dancing-Bar", na Rua da Glória.
Depois do “Café Cristal” ter encerrado, estas instalações viriam a ser ocupadas nos anos 60 do século XX, pela empresa de venda de electrodomésticos “Dardo”.
fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian (Estúdio Mário Novais)