Restos de Colecção: outubro 2022

26 de outubro de 2022

Lâmpadas "Lumiar"

A fábrica de lâmpadas "Lumiar", propriedade da empresa "ENAE - Empresa Nacional de Aparelhagem Eléctrica, S.A.R.L.", foi inaugurada em 25 de Abril de 1933, na avenida 24 de Julho, 158 em Lisboa. Para gerente da empresa foi nomeado um dos sócios, Dr. António Ferreira Pinto Basto (1905-1968).


25 de Abril de 1933

Veio ocupar os antigos armazéns da firma de materiais de construção civil "F. H. d'Oliveira, & C.ª, Lda.", fundada no ano de 1895 num edifício contíguo, e que entretanto tinha mudado de instalações. Tinha como vizinha a firma "Pinhol" que ali se instalara nos finais do século XIX.

Armazéns da "F. H. d'Oliveira, & C.ª, Lda.", dentro do rectângulo vermelho. "Pinhol" no edifício de esquina 


Quarteirão com: "Hotel Residencial Infante Santo", "F. H. d'Oliveira, & C.ª, Lda.", Fábrica "Lumiar", "Pinhol", em foto de 1957 - ano da inauguração do Hotel

A "ENAE" manteve a sua fábrica com entradas pela Avenida 24 de Julho, 158 e pelas traseiras, Rua Tenente Valadim, 6, onde tinha a loja e assistência técnica aos motores eléctricos, transformadores e geradores, que a "ENAE" viria a comercializar sob licença da "Siemens, Schuckert-Werk, A.G." Manteve uma filial na cidade do Porto, na Rua Alferes Malheiro, 33

A "ENAE - Empresa Nacional de Aparelhagem Eléctrica, S.A.R.L.", foi a primeira fábrica de lâmpadas incandescentes do nosso País. Nessa altura o facto tinha de ser considerado uma ousada iniciativa e um empreendimento industrial arriscado, uma vez que as condições industriais, especialmente no sector da electrificação e seu desenvolvimento, não eram muito prometedoras: a actividade do País era essencialmente agrícola, a energia eléctrica não abundava e existiam ainda numerosas regiões não electrificadas, tudo isto com a agravante do preço da energia eléctrica ser, ao tempo, um dos mais elevados da Europa. A electricidade aplicada na iluminação constituía pois, ainda, quase um «luxo».


1934


1934

1934

Todas essas condições adversas, contudo, não impediram a "ENAE" de, em 1933, tornar uma realidade o lançamento da lâmpada de fabrico português, a "Lumiar", no dia 1 de Abril de 1933.

A actividade da "ENAE" durante os anos da sua actividade fez-se notar, não só no Continente como também nas Ilhas Adjacentes e nas Províncias Ultramarinas. As lâmpadas "Lumiar", graças à sua rápida implantação, manteve uma posição definida no mercado de lâmpadas eléctricas no nosso País.

Representante da "ENAE" em Angola em 1934


Fabrico do envazamento e dos pés das lâmpadas


Fabrico dos pés das lâmpadas


Fabrico dos pés das lâmpadas e fecho das lâmpadas

«O edifício em questão ocupa a área de 5000m2, em 3 amplos andares, 110 operários, espalhados por diversas secções apetrechadas com a mais moderna maquinaria, fabricam sob o mais rigoroso controlo e processos científicos perfeitíssimos milhares de lâmpadas em todos os tipo usuais para todas as potencias.

A capacidade fabril actual, é de 8.000 lâmpadas diárias. O cristal é ali produzido, o que sucede em muito poucas fábricas congéneres, em fornos aquecidos a óleos pesados, merecendo especial referência o perfeito processo de moldes mecânicos onde é moldada a ampola - uma inovação no nosso País. Toda a lâmpada «LUMIAR» é inteiramente fabricada ali, excepção feita ao filamento e casquilho.» in: "Notícias Ilustrado" Abril  de 1933.

Em 16 de Novembro de 1940, constituí o seu Grupo Desportivo com a denominação de "Grupo Desportivo da Empresa Nacional de Material Eléctrico", cuja sede era a mesma da empresa.

Cartazes das "CRGE - Companhias Reunidas de Gaz e Electricidade, S.A.R.L.", em 1937


A actriz Milú (1926-2008) num cartaz da "Lumiar"

Com a intenção de acompanhar e adoptar continuamente os mais modernos processos técnicos de fabrico a bem dos consumidores dos seus produtos, a "ENAE" apoiou a sua actividade, na assistência técnica da empresa alemã "OSRAM Licht AG ", do Grupo "Siemens, A.G.", uma das maiores empresas de lâmpadas eléctricas e com fábricas espalhadas por todo o Mundo, o que foi permitindo manter um actualizado nível de qualidade de acordo com a permanente evolução técnica correspondente à dos principais concorrentes internacionais.

1941

A partir da entrada em vigor do acordo firmado com esta importante empresa alemã, foram renovados e automatizados os métodos de trabalho e aperfeiçoada a qualidade das lâmpadas fabricadas, em conformidade com os padrões técnicos da "Osram". 


Máquina de corte das ampolas


Grupo de máquinas de fecho de vácuo


Contador do gás


Máquina de fazer vácuo no interior da lâmpada


Picagem dos suportes de molibdénio

Dentro desta linha de orientação "ENAE", iniciou por volta de 1964 a fabricação de lâmpadas fluorescentes e arrancadores também nas marcas "Osram" e "Lumiar". 

Como pioneira do fabrico de lâmpadas eléctricas em Portugal, e contando com a colaboração e assistência técnica da sua parceira "Osram", mundialmente reconhecida, a "ENAE" reunia todas as condições necessárias para continuar a ser em Portugal uma das empresas industriais do futuro de referência. Mas, infelizmente assim não aconteceu, como a muitas outras ...


1969

1973

A seguir a Abril de 1974, primeiramente foi substituída pela "Osram", que foi utilizando as suas instalações para continuar a fabricação de lâmpadas, agora vendidas sob a sua marca. Depois encerrou as sua instalações fabris, e os seus produtos passaram a ser importados directamente da casa-mãe na Alemanha, pela subsidiária "Osram - Empresa de Aparelhagem Eléctrica, Lda.", sediada em Carnaxide.

1981

As suas antigas instalações, não foram demolidas e, na primeira década do século XXI, foram transformadas num condomínio de luxo, projectado pelos arquitectos Raúl Abreu e Miguel Varela Gomes. A antiga fábrica foi completamente restaurada sob a responsabilidade do engenheiro João Appleton, tendo sido mantidas as fachadas dos anos 20 do século passado. Numa das fachadas existe um painel de azulejos, da "Fábrica de Cerâmica Viúva Lamego, Lda.", fundada em 1848, no Largo do Intendente, em Lisboa.



23 de outubro de 2022

Cinema Tivoli em Coimbra

O "Cinema Tivoli" foi inaugurado como "Salão Tivoli" em 13 de Março de 1929, na Avenida Emídio Navarro, em Coimbra, sendo propriedade da "Empresa Tivoli-Cinema, Limitada". Era sócio-gerente desta sala de espectáculos o empresário Cunha Santos.

O "Salão Tivoli" foi edificado no local onde tinha funcionado uma firma que alugava animais de carga, trens, arreios, etc. de seu nome "Alquilaria Camões", e que tinha ardido em finais de Agosto de 1927. A sala de espectáculos contava com 1ª e 2ª  plateias, balcão e camarotes. Tinha com uma pequena banda («orquestra») para acompanhamento dos filme mudos, e outros espectáculos, equipada com um piano de cauda da marca "Gustav Lutze".


"Alquilaria Camões" ainda um barracão


"Alquilaria Camões" já renovada. À esquerda, na foto, o "Palace-Hotel"

O jornal "Gazeta de Coimbra" em 7 de Fevereiro de 1929 informava:

«A nova casa de espectaculos fica esplendida, oferecendo ao publico não só a comodidade indispensavel, mas a segurança precisa para evitar um desastre visto ser feita em cimento armado.
A Inspecção geral dos Teatros, por quem foi feita a nova casa de espectaculos, autorisou já a Empresa a proceder á sua abertura, visto ter-se obedecido para a sua construção a todas as formalidades da lei, devendo dentro em pouco ser publicado o alvará no Diario do Governo.»

O "Cinema Tivoli" - ou ainda "Salão Tivoli" - foi inaugurado depois de vários adiamentos....

«O publico será recompensado, no entanto, com esta demora. A gerencia do Tivoli fica, como dissemos, a cargo do sr. Cunha Santos, empresario experimentado e com pratica precisa para mimosear o publico com espectaculos excelentes e isso já é uma boa recompensa.
O novo cinema, alem disso deve apresentar-se com a decencia devida, e é em especial esse facto que dá motivo á demora na sua conclusão, visto ser intuito da empresa apresentar uma casa disposta de forma que possa merecer o elogio de todos que a frequentarem.»

Tal se verificaria , como foi referido no início, em 13 de Março de 1929, com a presença do Governador Civil de Coimbra, comandantes das unidades militares, Reitor da Universidade de Coimbra, representantes das Sociedade de Propaganda, Comissão de Turismo, Associação Académica de Coimbra, etc. aos quais foi oferecido um "Pôrto de Honra".


Na "Gazeta de Coimbra" de 2 de Julho de 1930


Na revista "Invicta Cine" de 19 de Março de 1934


Na revista "Águia" de Janeiro de 1936

No dia seguinte, 14 de Março, o jornal "Gazeta de Coimbra" relatava:

«(...) A sessão foi abrilhantada por uma excelente orquestra dirigida pelo maestro sr. Cezar Magliano, constou da exibição de três films que o écran reproduziu com a maior nitidez.
Hoje o primeiro espectáculo para o publico exibe-se 'a ultima ordem' e 'Marujo de agua doce', que se repete até domingo estando anunciado para terça-feira o episódio dramático 'Escória social'.
A Gazeta de Coimbra agradece o convite com que honraram para a sessão de inauguração.»


Folheto de 1941

Entretanto, já em 10 de Janeiro de 1929, tinha sido fundada a "Coimbra Films, S.A.R.L.", sociedade dirigida pelo dr. Hilderico Cardoso Inacio e dr. Francisco Penalva Rocho, e sediada no Largo Miguel Bombarda, 45 (Largo da Portagem), que representando exclusivamente algumas produtoras estrangeiras, inaugurava um sistema semelhante ao actual vídeo. 


A propósito a "Gazeta de Coimbra" informava:

« (...) Vai dedicar-se, de momento, á importação de bons films e tem como finalidade futura a produção de films portugueses.
O espírito orientador desta simpatica empresa é o de transformar a feição actual do film, convertendo-o não só num precioso instrumento de recreio, mas tambem, e muito especialmente, numa forte alavanca de propaganda nacional e de moralização de costumes.»


Na revista "Invicta Cine" de 19 de Março de 1934

Quase três décadas passadas, e este "Cinema Tivoli" era demolido e em 1953 era inaugurado outro "Cinema Tivoli", construído de raiz no mesmo local. Era uma sala com dimensões médias e de interiores de bom gosto. Durante várias décadas foi a principal sala de cinema de Coimbra tendo resistido até 1990, ano em que encerra definitivamente e o imóvel é adquirido pelo grupo espanhol "Inditex,", que aí instala uma loja da sua cadeia "Zara".




Anos mais tarde, em 2017 o Grupo "Sanfil Medicina" compra o imóvel à "Inditex", para aí instalar uma unidade de hemodiálise. Nos últimos anos, entretanto, a expansão da Sanfil fez deste imóvel uma espécie de enclave. Isto porque, o grupo de saúde construiu um pouco mais à frente a "Casa de Saúde Santa Filomena", deixando o edifício do antigo "Cinema Tivoli" (ex-Zara) desocupado até hoje...


Antigo "Cinema Tivoli" em Março de 1922, via Google Maps

19 de outubro de 2022

Antigamente (169)

Instalações da editora "Publicações Europa-América" em Algueirão - Mem Martins

A "Publicações Europa-América", foi fundada por Francisco Lyon de Castro e seu irmão Adelino Lyon de Castro no ano de 1945. 
“História Concisa de Portugal”, de José Hermano Saraiva, e “O Erro de Descartes”, de António Damásio, estiveram entre os maiores êxitos de vendas de uma editora que publicou 51 milhões de livros de 1.900 autores portugueses e estrangeiros. Foi declarada insolvente em finais de 2019.


Sala de leitura da "Publicações Europa-América" 


"Fundo de Fomento de Exportação" na Rua Camilo Castelo Branco, nº 2 em Lisboa


O "Fundo de Fomento de Exportação" foi criado em 2 de Setembro de 1949 pelo decreto-lei nº 37 538: 

«Artigo 1º  É criado o Fundo de fomento de exportação, com a finalidade exclusiva de promover o desenvolvimento da exportação dos produtos nacionais.
Artigo 2ª  O Fundo auxiliará, por meio de subsídios ou empréstimos:
a) As missões, serviços ou organismos nacionais que, no estrangeiro, exerçam ou venham a exercer funções de estudo, informação e observação dos mercados;
b) A propaganda e a defesa dos produtos portugueses nos mercados externos.»



Stand da "Mobilaço" - Equipamento moderno em aço para escritório e outros fins

A "Mobilaço - Fabrico e Comércio de Mobiliário de Escritório, Lda.", foi fundada em Abril de 1959 em Belas, Sintra.



Sistema mecanográfico "Bull" modelo SPAC, de 1950 

Impressora e Tabulador (ambos à direita na foto), e máquina leitora de cartões perfurados. «Tabular» significava fazer totais e subtotais em listagens de produtos.
Os cartões perfurados continham as ordens de programação, transmitidas a placas amovíveis instaladas no Tabulador, cada uma contendo um programa específico.


Máquinas de cartões perfurados

fotos in:  Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian (Estúdio Horácio Novais)

16 de outubro de 2022

1º Salão Automobilista do Porto em 1914

O "1º Salão Automobilista do Porto", e de Portugal, realizou-se no "Palácio de Cristal", na cidade do Porto, entre 14 e 21 de Junho de 1914. Foram organizadores deste evento, os «spostsman» Cesar Ramos e Romualdo Torres, apoiados pelo "Automóvel Club de Portugal", fundado em 15 de Abril de 1903.


A ideia para a sua organização surge em 1913, após a realização do primeiro "Circuito do Minho". No final desta prova desportiva, os veículos que nela participam foram expostos na nave central do  "Palácio de Cristal" do Porto. 

"Circuito do Minho" na revista "Illustração Portugueza" de 30 de Junho de 1913

Esta iniciativa tem um enorme sucesso. A grande afluência de público entusiasma os organizadores da prova, que convidam o gerente do "Palácio de Cristal" e o "Automóvel Club de Portugal" a organizar uma exposição anual de fabricantes de automóveis.



Na revista "Illustração Portugueza" de 15 de Junho de 1914

Neste "1º  Salão Automobilista do Porto", inscreveram-se, através dos seus representantes/importadores em Portugal, quarenta e seis marcas de automóveis, sete de motociclos e nove empresas de acessórios, incluindo gasolineiras e pneus.

O jornal "A Capital", em17 de Junho de 1914 noticiava:

«É a mais importante manifestação do automobilismo até hoje realizada em Portugal e evídencía o progresso d'essa industria - Não é necessario ir a Londres e Paris para vêr um Salon, completo e brilhante; possue-o, sem duvida o Porto



Excedeu as previsões mais optimistas e malogrou todas as difficuldades mantidas por aquelles que, na nossa terra, "não fazem nem deixam fazer", o Salão Automobilista do Porto, inaugurado no Domingo ultimo e que dura até ao Domingo proximo. è a primeira exposição de automoveis e de industrias acessorias que se effectua em Portugal e, para começo, conseguiu egualar as melhores exposições dos paizes estrangeiros, tanto pelo valor material que reune, como pela modelar organização que presidiu á disposição dos mostruarios e no embelezamento artístico das naves do Palacio de Cristal.



O exito, no conjuncto, não se deve, exclusivamente, ao trabalho intelligente dos "sportsmen" portueneses Cesar Ramos e Romualdo Torres: deve-se ao esforço de todos, á sua boa vontade e, um pouco, áquelle justificado espirito commercial, que torna os "officiaes do mesmo officio" rivaes, ciosos de que qualquer faça melhor e procurando sempre fazer mais que os outros. (...)

(...) ha um mustruario importante e gigantesco, de tudo quanto o automobilismo inventou e descobriu de pratico. Chega-se á minucia dos objectos que andam ligados aos progressos do automobilismo, desde os pharoes, ás peças do motor, accumuladores, dinamos, sereias, embalagens do turismo, caixas  de embalagem dos pneus. Em resumo, o comprador tem por onde escolher e se decidir, diante de chassis e carros "carrossados" de 46 marcas differentes, as mais celebres do mundo, as da industria americana, as da industria europeia, aquellas que manteem uma fama mundial de conquistadores da estrada, aquellas que obtiveram a consagração dos "carros reis" do turismo.»

Foi neste Salão que, foi apresentado, pela primeira vez, o primeiro automóvel português o "ATA - Ateliers Teixeira Automobiles" desenvolvido pelos irmãos Dias Teixeira, - que no final do século XIX, já comercializavam de bicicletas "Raleigh", e, em 1903, já eram representantes da "Fiat" para zona norte do Porto - que tinham chegado à fase de produção com um modelo terminado e pronto a ser comercializado. Mas não foi em Portugal que este automóvel nasceu, mas sim na Bélgica. é que os irmãos Teixeira, «desde muito cedo alimentaram a esperança de construir um automóvel popular português, mas rapidamente chegaram à conclusão que tal tarefa, devido à falta de infraestruturas, matérias-primas e mão-de-obra qualificada, era impossível no nosso país.» Mas não desistindo do seu ideal os irmãos, decidiram transferir-se para a Bélgica.


Automóvel "ATA" em exposição e um dos irmãos Dias Teixeira

Apesar de terem vendido 25 automóveis "ATA", no "1º Salão Automobilista do Porto" de 1914, só 3 seriam importados e entregues aos seus compradores, devido ao eclodir da "I Grande Guerra Mundial" (1914-1918). A produção destes automóveis ficou por aqui.

O jornal "A Capital", em 20 de Junho de 1914 comentava:

«Durante a semana o Salon realizou pequenas festas, que serviram de laços para estreitar a camaradagem entre expositores, clientes, jornalistas e todos aquelles que contribuiram para o exito enorme, indiscutivel e brilhante do 1º Salão Portuguez de Automobilismo, onde se viram os mais engenhosos productos e realizações praticas das industrias americana e europeia.

O chá realizado na quinta feira foi um motivo para uma reunião elegantíssima, concorrida de milhares de pessoas, nas quaes avultava o elemento feminino, a melhor "roda" do Porto, garrido e brilhante nas suas vistosas toilettes. Na sexta feira, os srs. Romualdo Torres e Cesar Ramos tiveram um rasgo simpathico, permittindo a entrada no Palacio aos chauffers profissionaes, os "encartados", de praça, de taxis.»


A eclosão da I Grande Guerra Mundial (1914-1918), em 1914, vem impedir a realização do segundo evento (já planeado para 1915) nos anos que se seguem. A partir de 1922, e até ao início da II Grande Guerra Mundial (1939-1945) em 1939, o Salão Automóvel do Porto viria a ser organizado e realizado, quase todos os anos no "Palácio de Cristal".

Lembro que o "1º Salão Automobilista do Porto", não foi reconhecido oficialmente. Considera-se oficialmente como o 1º Salão Automóvel realizado em Portugal, o que teve lugar no "Coliseu dos Recreios" de Lisboa, entre 4 e 13 de Julho de 1925, e organizado pelo "Automóvel Club de Portugal". 


"I Salão Automóvel de Lisboa" no "Coliseu dos Recreios" em Julho de 1925

Nota: Poderá consultar neste blog o "I Salão Automóvel de Lisboa" nos seguintes links: "I Salão Automóvel de Lisboa (1)", "I Salão Automóvel de Lisboa (2)