Restos de Colecção: 2025

1 de junho de 2025

Café "Monte Carlo"

O café-restaurante "Monte Carlo", propriedade da firma "A Cafeeira Lda." - originária na "Casa Chineza" fundada em 1866 -, foi inaugurado em 1955 na Av. Fontes Pereira de Melo, em Lisboa. O pedido para as obras de remodelação do espaço para o "Monte Carlo" tinha sido submetido à CML em Março de 1953. Veio substituir a "Pastelaria Fradique" aberta em 1947.


Antes do "Monte Carlo" a "Pastelaria Fradique", e o espaço do futuro café-restaurante "Monumental" 

24 de Dezembro de 1955

Contudo o alvará nº7/1956 do "Monte Carlo" só seria emitido em 7 de Janeiro de 1956: «Licença para exercer o comércio de venda de vinhos e seus derivados, engarrafados, por medida e a copo, no seu estabelecimento de café, restaurante e cervejaria, sito na Avenida Fontes Pereira de Melo, nºs 41-C e 41-D em Lisboa.».

Com uma área total de 767 m2, estava dividido em zonas distintas: o r/c destinava-se a pastelaria, que servia cafés e bolos variados para serem «tomados rapidamente e em pé»; a casa de chá (restaurante) que servia o famoso «Bife à Monte Carlo», o café, o snack-bar (espaço ocupado por bilhares até 1979), a barbearia e a tabacaria; a cave estava reservada aos serviços e armazéns.

O "Monte Carlo" fazia parte de um núcleo importante dos cafés da Avenida Fontes Pereira de Melo, junto ao Saldanha: "Monte Carlo" no 49-C, o "Monumental", mesmo ao lado no 51-B, "A Paulistana" (propriedade do dono de "A Brazileira"), do outro lado da Avenida no 52-A. De referir que, o "Monte Carlo" tinha uma belíssima (e das melhores) tabacaria, onde se vendia, antes de 25 de Abril de 1974, a revista "Playboy", discretamente ... a par de outras similares, apesar de proibidas. "A Paulistana" tinha sido inaugurada em 2 de Junho de 1930, no edifício nº 52 no outro lado da avenida, por Adriano Teles, dono de "A Brazileirado Chiado.


"A Paulistana" no edifício na esquina da Avenida Fontes Pereira de Melo com a Rua Engº Vieira da Silva



29 de Novembro de 1956

«O Monte Carlo, ali onde agora é a Zara, no lado direito da Fontes Pereira de Melo, de quem começa a descer do Saldanha para o Marquês, era a catedral dos cafés de Lisboa. O resto era paisagem, até o Monumental mesmo ao lado. Ia lá toda a gente, cabiam lá todos: escritores e jornalistas, actores e cantores, gente do regime e da oposição, excêntricos e malucos, trabalhadores e calaceteiros, donjuans e maricagem, solitários e tribos em peso, e os clientes anónimos, quotidianos, sem história.

À entrada, à direita, era a fornecidíssima tabacaria, responsável por metade da minha educação na banda desenhada e graças à qual tomei pela primeira vez contacto com as grandes revistas estrangeiras, e com a L'Automobile (por causa da Fórmula 1) e o Times Literary Supplement (por causa dos livros). O porteiro fardado (sim, tinha porteiro) dava-nos entrada. Ao lado esquerdo, havia o balcão dos bolos, da pastelaria e da bica em pé, e logo a seguir o restaurante com as grades, que foi o primeiro em Lisboa (em Portugal?) a servir comida indiana. Atracção principal: o Bife à Monte Carlo, vinham pessoas de fora para o comer ("prato, molho, fatia grossa de pão de forma tostada, o bife, uma fatia de fiambre e um ovo estrelado a rematar. (...)


30 de Dezembro de 1957


2 de Fevereiro de 1958

A casa era funda, as mesas iam até quase perder de vista, desembocando na grande sala do bilhar, xadrez, damas e cavalos (ainda alguém joga disto?), e no barbeiro, onde aos domingos se juntavam grupos para ouvir os relatos de futebol. (...)

A catedral dos cafés de Lisboa passou à história e a cidade, cada vez mais desmemoriada, já se esqueceu do que perdeu. Sempre que passo pelo sítio, parece que tenho um torno a apertar-me o coração. Como diria o Totò, porca miseria!.» in: "Entrefitas e Entretelas" de Pedro Bandeira Freire (1939-2008).


"Monte Carlo" e "Monumental" , vizinhos


Proprietária do "Monte Carlo" em calendário de 1987


Em 1943 «Nenhum lar da Russia, por mais modesto que seja, deixa de ter sempre á mão o Wodka»

Depois de encerrado definitivamente o "Monte Carlo", a "Zara Portugal - Confecções, Lda." adquire o espaço e dá entrada na CML, em 6 de Outubro de 1992, do projecto de alterações para o licenciamento das obras de remodelação. A licença de utilização comercial seria atribuída em 18 de Março de 1994.


Quanto à "Caféeira, S.A." viria a incorporar a "Unicer-Cafés S.A." e a "Rui Rodrigues Neto, Lda.", ambas de Leça do Balio, resultando na sua fusão em 2005.

Actualmente è a "NewCoffee - Indústria Torrefatora de Cafés, S.A." : «Especialista no desenvolvimento e comercialização de lotes de café de elevada qualidade, consolidou a sua posição através de uma estratégia de aquisição de marcas: Sanzala em dezembro de 2007, Caffècel em junho de 2008, direitos de comercialização exclusiva da marca Lavazza para o canal HoReCa em novembro de 2008, Bogani e A Caféeira em outubro de 2009 e Novo Dia em abril de 2016.»  in: site "NewCoffee"


18 de maio de 2025

Club Lisbonense

O "Club Lisbonense", também conhecido por "Club do Carmo" foi inicialmente fundado numas instalações provisórias no "Palácio do Manteigueiro", na rua da Horta Secca esquina da rua da Emenda, por volta de 1834. Mais tarde viria a instalar-se no "Palácio Alverca" no Largo do Carmo, em Lisboa. Por ali esteve até á sua dissolução cerca de 1879. Entretanto, no "Palácio do Manteigueiro" continuaria a funcionar a "Assemblea Lisbonense".

«Na rua da Horta Secca, esquina da rua da Emenda, onde esteve ha talvez 50 annos o Club Lisbonense, reunião dos nossos principaes aristocratas, deputados, e banqueiros; ali se effeituaram brilhantes concertos e bailes; o Club Lisbonense mudou depois para o largo do Carmo, no palacio onde actualmente existe o Lyceu; o referido palacio pertenceu mais tarde ao visconde de Condeixa, que depois o vendeu a uma senhora brazileira, viuva; esta senhora passou a segundas nupcias com o sr. Joaquim Ferreira Gonçalves» in: "Portugal: Diccionario Historico, Chorographico, Heraldico, Biographico, Bibliographico, Numismatico e Artistico", de Esteves Pereira e Guilherme Rodrigues em 1904.

O "Club Lisbonense" teve como seu primeiro Presidente o Duque de Palmella, D. Pedro de Souza Holstein, e como vice-presidente Francisco Antonio Campos que era Presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

Palacio Alverca no Largo do Carmo, onde funcionou o "Club Lisbonense"


7 de Maio de 1834


14 de Junho de 1834


1 de Fevereiro de 1836


2 de Abril de 1836

Acerca do "Palácio Alverca", publico um excerto do texto in: "Inventario de Lisboa"  de Norberto de Araújo - Fascículo 7 (CML 1950):

«No século passado já o palácio andava abandonado pelos Valadares, e convertido em prédio de rendimento, sem beleza alguma interior, pois o incêndio de 1798 tudo consumira. Logo a seguir ao sinistro esteve ali instalada uma fábrica de arame (1798-1817). Ocupou-o, em 1819 a famosa «Assembleia Lisbonense», clube de recreio de alta distinção, cujas deslumbrantes festas deram brado, e às quais chegou a assistir a familia real, dando o Rei D. João VI beija-mão. A «Assembleia» deixou o palácio em 1829, mas logo em 1835 o proprietário, que era então o 1.° Marquês de Torres Novas, alugou o andar nobre ao Clube Lisbonense, tambem muito afamado, e a cujas festas vinham por vezes D. Maria II, seu marido e filhos; o clube acabou em 1880. O andar nobre, logo em 1881, passou a ser sede da Direcção-Geral dos Correios, Telégrafos e Faróis, que ali se manteve até 1887» 



O que terá sido o salão de bailes principal do "Club Lisbonense" (em foto de 2014)


"Carta de Convite"

Por outro lado, Julio Castilho no seu livro "Lisboa Antiga", publicado em 1902, referia o "Club do Carmo" no seguinte excerto:

«O citado Andrilliat, e o seu successor desde 1842, o celebre Godefroy, representavam e representam as mais deliciosas phantasias no córte, na tintura, no encaracolado dos cabellos. Quantos triumphos não prepararam elles ás grandes elegantes em noite de baile no paço de Belém, em noite de representação na Thalia, em noite de baile nas Laranjeiras, no Marquez de Vianna, no Club do Carmo, ou aqui no Lumiar, em casa do Duque de Palmella!»


27 de Janeiro de 1844


No "Guia de viajantes em Lisboa e suas visinhanças",  de 1845


13 de Junho de 1846


12 de Abril de 1852


1854


25 de Dezembro de 1868

Em 18 de Janeiro de 1866 o jornal "O Commercio" do Porto, noticiava:

«A sociedade do club lisbonense deu hontem nas suas bellas e espacosas sallas o seu terceiro baile. Nao foi grandemente concorrido, porque só se contavam alli 140 senhoras. Tambem, por estar a corte de lucto não assistiu El-rei o snr. Fernando, que costuma sempre honrar aquellas festas com a sua presença. Com tudo o baile esteve animado, e notavam-se muitas damas formosas, affaveis, e gentis e muitos toilettes de aprimorado gosto.
E' esta a epocha d'alvoroco no mundo elegante. Hontem ostentou as suas gallas nos salões do club, no dia 23 será nos dos snrs. Ferreira e Almeida e brevemente nos do snr. visconde d'Almeida, que dá um baile de costumes, para o qual se estão preparando obras de muita elegancia e primor.»


7 de Janeiro de 1870


No "A guide to Lisbon and its environs, including Cintra and Mafra ...", de 1874

Entretanto em 1876 é registado um óbito no "Club Lisbonense". A propósito e no livro "Portugal Antigo e Moderno" de Augusto Soares d'Azevedo Barbosa de Pinho Leal pode-se ler:

«3º Visconde e 3º Barão de Rio-Sêcco - com honras de grandeza - Joaquim José de Azevedo, nascido a 30 de setembro de 1822, e feito visconde em 14 de maio de 1861.
Morreu repentinamente, estando no Cub Lisbonense, em 3 de agosto de 1876, de uma congestão cerebral.
Tinha casado, em 7 de junho de 1852, com a sr.ª D. Maria Gertrudes Machado, filha dos primeiros viscondes de Benagazil, que ainda vive. Deixou descendencia.»

Existe muito poucas referências históricas a este "Club Lisbonense", que como referi no início viria a dissolver-se em cerca de 1879, ano em que se realizou a sua última assembleia geral a 30 de Janeiro de 1879, conforme anuncio que publico de seguida. 

29 de Janeiro de 1879

Neste "Palácio Valadares" viria a instalar-se o "Lyceu Nacional de Lisboa". A este seguiu-se-lhe o "Liceu Nacional do Carmo" no início do século XX, sucedendo-lhe de 1911 a 1933 o "Liceu Feminino D. Maria Amália Vaz de Carvalho". De 1941 a 1996 ali funcionou a "Escola Secundária Veiga Beirão" à qual sucedeu a "Escola EB 2/3 Fernão Lopes" até 2004. 

Outro "Club Lisbonense","Foot-Ball Club Lisbonense", viria a fundar-se em 1892, pelos três irmãos Pinto Basto e mais alguns amigos e ex-alunos do "Colegio Lisbonense", mas este de foot-ball, que seria o primeiro de Lisboa e que funcionou no Estádio Pinto Basto. Seria dissolvido em 1902 e abriria caminho para a criação do "Club Internacional de Foot-Ball" (CIF) em 8 de Dezembro de 1902. 

fotos in: Hemeroteca Digital de LisboaArquivo Municipal de Lisboa, Ruas de Lisboa com Alguma História

11 de maio de 2025

"Palace-Hotel Leixões"

O "Palace-Hotel Leixões", foi inaugurado em 20 de Junho de 1915, na Rua de Sta. Catharina, nº 2 em Leixões-Leça da Palmeira-Matosinhos. Foram seus promotores Manoel Pinto de Mesquita, Domingos Pereira d'Azevedo, José Luiz Ribeiro, Manoel da Silva Moreira e Manoel Caetano Rodrigues Correia.





"Hotel Leixões", "Restaurante Ariz" e "Palace-Hotel Leixões" 



Hotel e Restaurante "Ariz"

«Em Leça da Palmeira, em frente à bacia de Leixões, é inaugurado um excelente hotel e restaurante - Os seus comodos - O nosso jornal é convidado a assistir à sua inauguração, sendo oferecido aos seus redatores uma ligeira refeição - Devido a um serviço combinado com alguns hoteis do Porto, os srs. passageiros podem principiar a sua diária em Leixões e completal-a naqueles hoteis e vice-versa.
A nossa terra, até agora presa e acorrentada á mais criminosa indolência, tende a progredir extraordinariamente, mercê dos extraordinarios esforços de um grupo de indivíduos que, sacrificando tudo, acabam de tomar a seu cargo a exploração de um grande e comodo hotel e restaurante, situado num dos principais pontos da nossa vila.
Esse hotel e restaurante, denominado Palace-Hotel Leixões, reune em si o maior número de comodidades imaginaveis; situado num dos principais pontos da nossa terra, em frente á bacia de Leixões, comporta comodos para grande número de hospedes; os seus quartos, arejados, igienicos e confortáveis, estão mobilados com simplicidade mas com manifesta comodidade e igiene; não ha quarto algum que não tenha uma excelente janela donde se disfruta um belo e atraente panorama; todos eles, com raras excepções, estão providos de excelentes estufas para inverno, alimentadas a gaz; o serviço de limpeza e igiene é completo; os quartos de banho estão distribuídos com proficiência no primeiro e segundo pavimento, de forma que os hospedes se não possam incomodar.




Fachada principal do "Palace-Hotel Leixões"

A convite dos ilustres proprietarios desta excelente casa, srs. Manoel Pinto de Mesquita, Domingos Pereira d'Azevedo, José Luiz Ribeiro, Manoel da Silva Moreira e Manoel Caetano Rodrigues Correia, tivemos ensejo de apreciar a sua bela montagem e as vantagens que apresenta, comparadas com as que nos oferecem as outras casas congeneres. A sala de visitas, mobilada com simplicidade mas com notavel gosto e arte, é confortavel; a sala de jantar, disposta como aconselha a nova estetica, recomenda-se pela bela paisagem marítima que dela se disfruta e é duma comodidade extraordinaria; nela se podem servir jantares para mais de sessenta comensais!
Finalmente o Palace-Hotel Leixões é um estabelecimento modelar que, além de muitas outras vantagens tem a de facilitar que as pessoas hospedadas em hoteis do Porto, que tenham contrato com este, podem fazer aqui as suas refeições sem dispenderem coisa alguma; quer dizer, um hospede do Hotel do Porto pode almoçar ali, vir jantar a Leixões e regressar ao Porto, sem que tenha de pagar o jantar aqui, o que constituiria uma despesa extraordinaria. É, portanto, digna dos maiores elogios a iniciativa dos seus proprietarios, dotando a nossa terra com um estabelecimento modelar, que se pode pôr a par dos seus congeneres, nas principais terras da península.
Aos seus dignos proprietários os nossos agradecimentos pela gentileza do convite, e bem assim pelo excelente menu que se dignaram oferecer-nos por ocasião da nossa visita ao seu estabelecimento.»


Mais um concorrente ... em anúncio de 28 de Janeiro de 1916

Umas décadas mais tarde, a sua denominação passa de "Palace-Hotel Leixões" para "Palácio Pensão Leixões". 


"Palácio Pensão Leixões"

Quanto às lojas do edifício do "Palácio Pensão Leixões"  nos anos 60 do século XX estavam assim distribuídas: «no canto esquerdo, em baixo, a tabacaria do sr Delfim; a entrada ao lado da tabacaria do sr. Delfim é a do "Café Golfinho" (do sr. Oliveira); à direita do edifício, o "Bar Leixões" onde mais tarde foi o café "Mar à Vista" (o proprietário sr. Florival abriu mais tarde o "Café Palmeira" na Rua do Vareiro) e a entrada junto ao "Bar Leixões" era a da pensão».


Edifício da "Palácio Pensão Leixões" com as suas lojas (tabacaria e café/cervejaria/restaurante)


Localização da "Palácio Pensão Leixões" (dentro da elipse a vermelho)

Mas, eis que na manhã de 31 de Dezembro de 1964, deflagrou um incêndio em fardos de algodão descarregado do navio holandês “Laarderkerk”, quase em frente ao actual quartel dos Bombeiros Voluntários de Matosinhos - Leça. Aparentemente extinto, o fogo reacendeu, mais tarde, noutros fardos de algodão a salvo do incêndio inicial. Para salvaguardar o navio, primeiro, ele foi conduzido para fora do Porto de Leixões, mas acabaria, embora salvando-se das chamas, por encalhar numas rochas à saída do porto.

O pior aconteceria ao "Palácio Pensão Leixões",  localizado no outro lado da avenida junto ao restaurante "Bem Arranjadinho". Os farrapos de algodão, transformados em fagulhas, seriam levados pelo vento e sobrevoando Leça da Palmeira, atingiriam o hotel, pelas 18 horas, transformando-o num pasto de chamas. O edifício, ardeu quase na sua totalidade, por ter recebido larga quantidade de flocos de algodão a arder, e não resistiu ao fogo que o consumiu até restar apenas o esqueleto de pedra em pé.


Incêndio em 1 de Janeiro de 1965

No dia 2 de Janeiro de 1965 o jornal "Diário de Lisbôa" dava a notícia:

«Ainda não se conhecem as causas exactas do pavoroso incêndio do porto de Leixões, sendo de presumir - ao que se diz - ter estado na sua origem, provavelmente, uma ponta de cigarro. De qualquer modo, adensam-se os boatos á volta da tragédia, mas nada parece autorizar, pelo menos por enquanto, atribuir-se o incêndio a intenção criminosa.
Entretanto, ontem, pela manha, as chamas reacenderam-se no prédio pertencente a sra. D. Alice Bastos Messeder, onde se encontrava instalada a Pensão-Bar «Golfinho», do sr. Jose de Oliveira, tendo, por isso, estado em perigo um outro imóvel, contiguo aquele, em cujos baixos funciona o Bar «Leixões».
Poucas horas depois do primeiro foco ter sido debelado, deflagrou o segundo incêndio, a regular distancia daquele, não se admitindo qualquer relação entre os dois. Os bombeiros locais e os sapadores voltaram a atacar, mas em breve houve que dar o alarme geral ás corporações do distrito, que compareceram em força, excepto a de Avintes, que ficou de prevenção. (…) »


O edifício da "Palace Pensão Leixões" após o incêndio

No dia seguinte, 1 de Janeiro de 1965, podia-se ver as ruínas do hotel e, durante anos, a tabacaria do sr. Delfim, que resistiu porque era toda revestida a chapa que a isolou do resto do prédio não pegando aí o fogo, manteve-se a funcionar vendendo jornais e revistas durante anos. Passado anos, viria a ser demolida para se proceder ao alinhamento da avenida.

Já outro hotel tinha sido atingido por outro violento incêndio em 1957, o "Hotel Golfinho", que ficava na mesma correnteza do famoso restaurante "Garrafão".

fotos in: Biblioteca Nacional Digital, Porto Antigo de José Rodrigues (Flickr), Porto de Antanho

5 de maio de 2025

E-book "Hotéis de Lisboa" (1845-1975)

O “Restos de Colecção” acaba de publicar mais um E-book: “Hotéis de Lisboa (1845-1975)",  com consulta e download gratuitos, e da autoria de José Augusto Leite - editor e proprietário deste blog.

A exemplo dos E-books anteriors, trata-se de uma colectânea de 48 artigos históricos ilustrados, e ordenados por ordem alfabética ao longo de 235 páginas, já publicados neste blog ao longo dos quase dezasseis anos de existência, e referentes a 51 Hotéis que existiram, ou que ainda existem na cidade de Lisboa e inaugurados entre 1845 e 1975.

A exemplo dos E-books anteriores, no final de cada apontamento histórico estará disponível o link para o respectivo artigo no blog "Restos de Colecção" com muitas mais fotos e documentos disponíveis.

Como sempre, nada de profissional mas de boa vontade ...



Clicar na imagem para consulta e download gratuitos (60 MB)




Lembro que, já no longínquo 2 de Abril de 2018, tinha sido publicado o primeiro de uma série de E-books, intitulado Cinemas de Lisboa (1896-2011), ao que se lhe seguiu o segundo intitulado Teatros de Lisboa (1591-1976) publicado em 14 de Maio de 2018, e um terceiro intituladoCinema Português (1896-1980), publicado em 27 de Maio de 2018. A estes seguiu-se-lhe a trilogia "Chiado" Vol I, Vol II e Vol III, publicados em 16 de Outubro de 2024, 13 de Novembro de 2024 e 11 de Dezembrio de 2024, respectivamente.


E-books já publicados

  

  

Nota:  Já estão solucionados os problemas de acesso e permissões nos links aos e-books, que impediam de aceder a alguns deles.