Restos de Colecção: Loja da América

22 de junho de 2025

Loja da América

A "Loja da America" e sua filial "Camisaria Americana", propriedade de Arthur d'Oliveira Souza, terão aberto pela primeira vez as suas portas por volta de 1872. A "Loja da America", que se dedicou à venda de "roupa branca" e enxovais, como panos, algodões, toalhas, guardanapos, lenços, camisas, peitilhos, punhos camisolas interiores, ceroulas, etc., foi das lojas mais famosas e conhecidas da Baixa lisboeta.



Na foto anterior, e à direita na mesma, podemos avistar o famoso "Café Montanha" que tinha aberto as suas portas, pela primeira vez, em 15 de Fevereiro de 1865, e cuja história poderá consultar neste blog, no seguinte link: "Café Montanha".

1 de Dezembro de 1872

Em 15 de Setembro de 1872 o jornal "A Vanguarda" fazia notar:  «Chamâmos a attenção dos nossos leitores, para um annuncio que vae hoje na secção competente, feiro pelo proprietaria dos acreditados estabelecimentos de pannos brancos, conhecidos pela denominação de Loja da America e Camisaria Americana.». Era o primeiro anúncio publicitário da "Loja da America"


15 de Setembro de 1872


14 de Setembro de 1873


2 de Janeiro de 1887

No jornal "A Capital", de 29 de Junho de 1916, podia-se ler:

«A Loja da America é a casa que melhor se especialisou em artigos de rouparia. Occupa os nos. 206 e 208 da rua do Ouro e os nos. 92, 94 e 96 da rua da Assumpção. Os seus enxovaes adquiriram, do ha muito, a mais justa fama. São realmente, verdadeiros modelos de bom gosto, e impõem-se pelo seu acabamento primoroso e pela sua inexcedivel qualidade. Os seus modelos de Paris, Berlim e Londres são sempre dos melhores. Os seus artigos de camisaria são finissimos e de uma inegualavel perfeição.»

Em 1916 a "Loja da America" era propriedade da firma "Artur de Oliveira & Mendes".


18 de Abril de 1897

20 de Março de 1903


1900


1 de Janeiro de 1905


1910

Quanto à sua filial, a "Camisaria Americana" que estava estabelecida nos nos. 234-236 no mesmo quarteirão da Rua Áurea, viria a encerrar definitivamente no final da década de 10 do século XX, por volta de 1918. O proprietário do edifício, o "Banco do Minho" tinha vendido o edifício à firma "Barros & Santos", que procedeu à transformação radical do interior e fachada do mesmo, sob projecto do jovem arquitecto Carlos Chambers Ramos (1897-1969). Obra que tiveam início em 1921. cerca da "Barros & Santos" consultar neste blog o seguinte link: Casa "Barros & Santos".

Quanto à "Loja da America" esta terá encerrado em definitivo no final dos anos 50 do século XX. Em 10 de Outubro de 1951 a "Loja da América, Lda." ainda requereu à CML autorização para obras na sua loja. Por outo lado publico uma foto nocturna da Rua do Ouro onde se avista o néon da  "Loja da América".


"Loja da América" dentro do rectângulo desenhado

O seu espaço foi ocupado primeiramente pela loja de pronto-a-vestir "New York", tendo-lhe seguido a "Zeva", da cadeia de lojas "Zeva Boutiques" e que ainda hoje lá permanece.

fotos in: Hemeroteca Digital de LisboaBiblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian (Estúdio Mário Novais), Arquivo Municipal de Lisboa,

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