A "Quinta da Bacalhôa" é uma antiga propriedade da Casa Real Portuguesa. Esta, com o seu famoso "Palácio da Bacalhôa", situam-se em Azeitão, mais precisamente na pequena aldeia de Vila Fresca de Azeitão. É considerada a mais formosa quinta da primeira metade do século XVI, ainda existente em Portugal.
Palácio da Bacalhôa
Casa das Águas
Foi em 1427 que o Infante D. João, mestre da Ordem de Santiago e Condestável do Reino, mandou erguer numa grande propriedade de Azeitão umas casas de que restam hoje, como únicos vestígios, algumas abóbadas ogivais. Nos finais do século XV princípios do século XVI é construído o palácio e cerca por Dona Brites, filha do infante D. João, mulher do infante D. Fernando, mãe de D. Manuel, influenciada por artistas italianos e integrando construções mais antigas, ainda de cunho gótico.
A quinta, então conhecida por "Villa Feyxe" ou "Vila Fresca", foi vendida em 1528 a D.Brás de Albuquerque, filho do Vice-rei da Índia Afonso de Albuquerque e proprietário da Casa dos Bicos, em Lisboa. O novo proprietário, além de ter enriquecido as construções com belos azulejos, mandou construir uma harmoniosa «casa de prazer», junto ao tanque, e dois robustos pavilhões, juntos aos muros laterais. Nos finais do século XVI, esta quinta fazia parte de morgadio pertencente a D. Jerónimo Teles Barreto, descendente de Afonso de Albuquerque.
Livro editado em 1898
A Quinta da Bacalhôa, obra magnífica e rara, «nunca teve nome próprio e foi sempre designada pelo local onde estava situada ou pelo de seus donos; chamou-se Quinta do Bacalhau por ter pertencido a D. Jerónimo Manuel, o Bacalhau, que nela faleceu em 1602. Em 1730 ainda se encontra assim nomeada, mas depois, sob a administração de D. Francisca de Noronha, passou a ser conhecida por Quinta da Bacalhôa.»
Interiores do Palácio da Bacalhôa, nos anos 50 do século XX
fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian
Em 1767 o rei de Portugal D. José esteve aqui instalado com a Corte e seus ministros, e em 1888 é visitada pelo rei D. Carlos que em 1903 compra o palácio à família Mesquitela, descendente dos Albuquerques.
Em 1936 Orlena Scoville, americana, compra a quinta e faz importantes obras de restauro a cargo do arquitecto Norte Júnior e do engenheiro hidráulico Santos Simões, e cujo neto se incumbiu da missão de tornar a quinta num dos maiores produtores de vinho de Portugal, na década de 70 do século XX. Ainda hoje o muito famoso o vinho “Quinta da Bacalhôa” ( castas: 90% Cabernet Sauvignon e 10% Merlot ).
«A Bacalhoa será talvez a edificação, em que se estreou em Portugal o estylo architectonico da Renascença, dando-se de mão á ogiva e a quanto lhe era ligado. Nada tem do estylo manuelino, que ainda não era creado, mas tambem não obedece a qualquer estylo puro. (...) A Bacalhoa será uma correcção ao palacio acastelhanado, quasi medievo, construido por D. João II em Alvito para o seu escrivão da puridade João Fernandes da Silveira. (...)». Isto nos diz Rasteiro, então membro da Comissão dos Monumentos Nacionais, na sua prosa directa e esclarecida.
Interiores do Palácio da Bacalhôa actualmente
fotos in: Flickr - Galeria de mdt
A “Bacalhôa Vinhos de Portugal”, fundada em 1922, sob a designação “João Pires & Filhos”, fez um longo percurso, afirmando-se como um dos mais inovadores produtores de vinhos em Portugal. A actividade da empresa começou por ser a produção de vinhos com uvas da região de Palmela. No decorrer da década de 70, a “Bacalhôa Vinhos de Portugal” apostou forte nas mais modernas técnicas de viticultura e enologia, criando novos paradigmas no panorama nacional da produção de vinhos de qualidade.
Vinhos “Quinta da Bacalhôa” e “Palácio da Bacalhôa”
Em 1997 Thomas Scoville, neto de Orlena Scoville e proprietário do Palácio e da Quinta da Bacalhôa põe o conjunto à venda.
Em 1998, o Comendador José Berardo tornou-se o principal accionista da “Bacalhôa Vinhos de Portugal” e prosseguiu a missão da empresa, investindo no plantio de novas vinhas, na modernização das adegas e na aquisição de novas propriedades, iniciando ainda uma parceria com o Grupo Lafitte Rothschild na Quinta do Carmo.
Complexo da “Bacalhôa Vinhos de Portugal”
fotos in: Bacalhôa Vinhos de Portugal
A Fundação Berardo em 2000 compra a Quinta e o Palácio da Bacalhôa, depois deste conjunto já ter sida classificado pelo IPPAR como Monumento Nacional em 1996.
Em 2008 a “Bacalhôa Vinhos de Portugal” comprou a Quinta do Carmo, tendo o Grupo Lafitte Rothschild adquirido uma participação na “Bacalhôa Vinhos de Portugal”. Neste mesmo ano, esta empresa tornou-se a maior accionista na Aliança, um dos produtores mais prestigiados nas categorias de espumantes de alta qualidade, aguardentes e vinhos de mesa. O Grupo Bacalhôa dispõe de adegas nas regiões mais importantes de Portugal como: Alentejo, Península de Setúbal (Azeitão), Lisboa, Bairrada, Dão e Douro.
1 comentário:
Excelente visão que este "post" nos deixa do Palácio e Quinta da Bacalhôa. Parabéns.
Só me resta dizer que se pode encontrar à venda na www.wivini.com este vinhos magníficos vinhos.
http://www.wivini.com/index.php/quinta-da-bacalhoa-tinto-2010.html
http://www.wivini.com/index.php/quinta-da-bacalhoa-branco-2011.html
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