A "Radio-Lisboa", abriu as suas portas pela primeira vez, na Rua Serpa Pinto, 7 em 24 de Novembro de 1924, sendo propriedade da firma "Eduardo Dias, Lda." de Eduardo Jacôme Dias.
Stand da "Radio-Lisboa" no "Salão Voga" em 1928
Numa pequena nota do "Diario de Lisbôa" intitulada «Um novo estabelecimento» a propósito da sua abertura ...
A firma Eduardo Dias, Lda. esforçou-se por dar ao seu novo Salão Radio-Lisboa, na Rua Serpa Pinto, 7, um cunho de bom gosto inconfundivel.
Ao lado de luxuosos aparelhos de telephonia sem fios sobresahem inumeras peças para a construção dos mesmos, e é tão interessante todo este conjunto, que uma visita a este Salão se impõe a todas as pessoas de requintado gosto artistico.»
Por outro lado no dia 20 de Novembro de 1924 o jornal "A Capital" publicava outra nota intitulada «Casa Radio» ...
«A firma Eduardo Dias, Limitada estabelecida na rua Serpa Pinto, 7, inaugura na proxima segunda-feira, às 16 horas, o seu salão de exposição e de vendas. Comemorando essa inauguração será distribuido um bodo aos pobres. Agradecem-se as senhas que foram enviadas para os nossos protegidos.»
1924
Em finais de Abril de 1925, Eduardo Jacome Dias, proprietário da "Radio-Lisboa", instalou o emissor com o indicativo P1AC e passou a fazer ensaios em telefonia. Organizou emissões de rádio-concertos, que se ouviriam por altifalante a 400 quilómetros de distância, com 50 watts. Eduardo Jacome Dias tinha ligação a negócios em França, pelo que deu uma palestra na Radio-Paris, em 7 de Novembro de 1925. Das suas palavras, o rádio amador disse que «nada há para nós – senfilistas das primeiras horas – que possa traduzir a sensação deliciosa de pureza de aveludado, de volume, que as ondas nos proporcionam e que representam por assim dizer a tradução fidelíssima da fala ou da música. Hoje, a radiofonia é indispensável em todos os países, sendo tão necessária como uma escola para a infância».
Escreveria numa carta: «sinto-me já então um pouco comovido com a ideia de que vou falar para alguns milhões de pessoas e ainda mais ao ouvir – por intermédio do haut-parleur – o speaker anunciar que vou dirigir uma fala aos amadores de Portugal». As palavras altifalante e locutor ainda não existiam. A carta revelaria ainda o ambiente do estúdio onde pontificava o piano e a contiguidade geográfica entre realização radiofónica e parte técnica da emissão.
Em 24 de Novembro de 1925, para assinalar o primeiro aniversário da loja "Radio-Lisboa", foi emitido um concerto do quarteto da estação P1AC, dirigido por Américo Lopes dos Santos, violinista e diretor artístico da emissora. A assistir, estava o proprietário e diretor da revista "T.S.F. em Portugal", Alvaro Contreiras. A festa incluía um «bodo a 300 pobres de Lisboa», provando de que a atividade radiofónica podia ter um lado altruísta e de beneficência.
Bibliografia: "História da Rádio em Portugal" de Rogério Santos
fotos in: Hemeroteca Digital de Lisboa, Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca Nacional Digital
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