A política ferroviária da “Companhia de Moçambique”, nos primeiros tempos, subordinou-se às obrigações impostas pelo artº 19º do decreto de 11 de Fevereiro de 1891 e tratado assinado com a Inglaterra em 11 de Junho do mesmo ano - o qual determinava apresentação até ao fim desse ano do estudo do traçado de um caminho de ferro que ligasse a Beira à futura Rodésia - centrando-se na construção da linha Beira-Rodésia, numa extensão de cerca de 320 Km, desde a Beira a Macequece, ligando com aquela colónia inglesa.
Estação de caminhos de ferro da Beira, em 1907 Descarregar uma locomotiva no porto da Beira
Apesar de alguns incidentes com sucessivos contratos feitos com Van Laun, Beira Railway, Junction Railway Company e, por fim, com Mashonaland Railway Company, a construção da linha de via estreita, iniciada em 1893, ficou concluída em 1897, tendo sido ainda nesse mesmo ano aberta à exploração, e em Julho de 1900, foi inaugurada a via larga, permitindo a ligação do território à vasta rede ferroviária da África do Sul e, por seu intermédio, ao antigo Congo Belga, podendo desta forma receber grande parte do tráfego desta colónia, especialmente o seu cobre das minas da Catanga.
Modelo de locomotiva a vapor da “Beira Railway”
Carruagem de 1ª classe da Beira Railway 1929 Carruagem mista, da Beira Railway
Anúncio em 1925
Interior da Carruagem-Restaurante Locomotiva, em 1925
Reconhecendo a necessidade de continuar a desenvolver a rede ferroviária, em 1894, o governador Joaquim José Machado ordenou os primeiros estudos sobre a viabilização da construção de uma segunda linha que ligasse a Beira à Zambézia e à Niassalândia (actual Malawi). Devido a diversas dificuldades, essa linha, denominada de “Trans-Zambezia”, só foi inaugurada, em 1922.
Ponte do Caia da linha da “Trans-Zambézia”
Posteriormente, com a construção da ponte ferroviária sobre o Zambeze, em 1935, o seu trajecto foi enormemente beneficiado assim como todo o território, que passou a dispor de uma linha mais rápida e de vantagens com a expansão do tráfego.
Ponte ferroviária sobre o rio Zambeze
Comboio de mercadorias, em 1930 Material circulante, em 1925
Além das linhas referidas, existiam ainda no território outras linhas, de via reduzida, pertencentes às empresas açucareiras - como a “Companhia Colonial do Búzi” e a “Sena Sugar Estates” - , cuja finalidade se restringia ao escoamento das colheitas das plantações de cana-de-açúcar para as fábricas.
Comboio de transporte de cana da “Sena Sugar Estates”
Para saber mais acerca destas companhias consultar o 1º post deste mês de Outubro com o título “Sores - Açúcares”
fotos in: Direcção Geral de Arquivos, Companhia de Moçambique
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