A "Casa Victoria", foi fundada na Rua do Crucifixo, em Lisboa no ano de 1904 por Armando Crespo, tendo formado a firma "Armando Crespo & C.ª". Foi uma das importantes casas de bicicletas de Lisboa, a par da "Casa Memória" de Santos Beirão , no Largo do Principe e da "Casa Favorita" de F. Santos Diniz, na Praça dos Restauradores.
15 de Outubro de 1906
1907
Iniciaram a sua actividade com as representações das marcas inglesas "J. Conte Cycles", "Victoria Cycles" e da "Imperial Wearwell. Em 1909, já era representante da "Raleigh" e "Peugeot". Em 1910 já contavam com mais duas: "La Gauloise" e "The Flower".
Lembro, que foi em 1896, que se instalou em Lisboa, na Junqueira, a primeira grande fábrica de bicicletas no nosso país, sob a iniciativa da empresa inglesa "Humber Cycles", que criou uma sucursal portuguesa para o efeito.
A propósito desta fábrica, anos mais tarde e numa entrevista concedida à revista "Guiauto" de 1929, o engenheiro Albert Beauvalet testemunhava:
«Sem desprimor para seu pai, que foi um bom amigo meu, devo dizer que, contratado pela Empresa Industrial Portuguesa, cheguei a Portugal definitivamente em 31 de Outubro de 1899 (lá vão 30 anos) para, nesta importante fábrica, montar uma oficina de construção de automóveis e dirigir a mesma. Já tinha vindo a Lisboa, em Maio de 1898 para montar a fábrica de bicicletas Humber, onde o Exmo. Sr. Baerlein, director da EIP, me tinha conhecido, tendo me contratado o mesmo senhor em Agosto de 1899 na casa Clement em Levallois Perret onde dirigia a oficina mecânica da construção dos automóveis eléctricos Columbia ali construídos». (1)
«Armando Crespo foi igualmente o primeiro a vender os carros da Citroën ainda em 1919, 4 anos antes da entrada oficiosa da marca em Portugal via Eduardo Rosa, e 8 antes da entrada oficial. A descoberta é, curiosamente, do José Barros Rodrigues e apresentada no seu livro " Citroën em Portugal, de uma Guerra à outra" lançado em 2019 no âmbito do centenário da marca. A ligação parece relativamente evidente- Armando Crespo era, como refere, agente exclusivo dos pneus Michelin e é no Citroën que esses pneus ganham uma relvância que não tinha a nível de automóveis (já a tinham nas duas rodas). Junta assim o Engº Crespo os seus pneus aos automóveis e a ele se devem as primeiras vendas de 10HP e 5HP em Portugal.» informação gentilmente prestada pelo Clube Citröen Clássico de Portugal.
1920
Ainda outra marca representada por esta firma, em 1920: "Colé"
A partir de 1925 a "Armando Crespo & C.ª", passa a representar, em exclusivo, a marca de automóveis francesa "Salmson", tendo inclusivé participado no "I Salão Automóvel de Lisboa" entre 4 e 13 de Julho de 1925 nos "Coliseu dos Recreios".
12 de Julho de 1950
Não sei quando esta firma encerrou em definitivo, mas em 1986 ainda existia. Fica uma foto, actual, dos espaço (com novo inquilino ...) em que funcionou durante décadas.
2 comentários:
Armando Crespo foi igualmente o primeiro a vender os carros da Citroën ainda em 1919, 4 anos antes da entrada oficiosa da marca em Portugal via Eduardo Rosa, e 8 antes da entrada oficial. A descoberta é, curiosamente, do José Barros Rodrigues e apresentada no seu livro " Citroën em Portugal, de uma Guerra à outra" lançado em 2019 no âmbito do centenário da marca. A ligação parece relativamente evidente- Armando Crespo era, como refere, agente exclusivo dos pneus Michelin e é no Citroën que esses pneus ganham uma relvância que não tinha a nível de automóveis (já a tinham nas duas rodas). Junta assim o Engº Crespo os seus pneus aos automóveis e a ele se devem as primeiras vendas de 10HP e 5HP em Portugal.
Teremos todo o prazer em lhe fazer chegar mais informação sobre esta actividade mesmo conhecida do Armando Crespo (e que além deste pequeno link) melhor se pode ler no livro atrás referido.
Obrigado pelas suas constantes pesquisas e publicçãoes.
https://www.facebook.com/clubecitroenclassicodeportugal/posts/1405864262898634
Muito grato pela v/ informação adicional.
Se me permitem vou transcrevê-la neste artigo.
Os melhores cumprimentos
José Leite
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