A “Pastelaria Marques” foi fundada em 1903, na Rua Garrett, em Lisboa, sendo a firma proprietária “Manoel Marques & Comtª.”. Oferecia um esmerado serviço, incluindo toda a variedade de confeitaria, com realçe para as caixas de bombons.
“Pastelaria Marques” com o “Bazar Suisso” a seu lado
Anúncio em 23 de Dezembro de 1903 Postal publicitário
A "Pastelaria Marques" ocupou os números 70 e 72 do prédio onde tinha morado o famoso marquês de Niza, - que criou a “Sociedade do Delírio” para celebrar boémias, sendo as suas ceias as mais célebres de Lisboa - tendo sido, igualmente, morada do "Turf-Club", e de algumas lojas famosas da baixa lisboeta como o "Bazar Suisso", "Saboia", "M. Gomes, Livreiro-Editor", "Perfumaria Francesa e "Jardim de Lisboa de Peixinho & Cª.".
Inquilino anterior à "Pastelaria Marques" em anúncio de 8 de Julho de 1893
Este edifício foi vítima de um violento incêndio, em 14 de Novembro de 1889, e cuja reportagem no "Diario Illustrado" aqui reproduzo, pelo pitoresco na descrição de alguns pormenores.
1930
1934
Em 1940 a “Pastelaria Marques” é adquirida por Manuel José de Carvalho. Natural do Minho, Manuel José de Carvalho tinha começado a sua carreira profissional no "Café Martinho", ao que se seguiu o "Palace Club" a pastelaria e restaurante "A Garrett", e que, bem perto, tinha acabado de comprar o trespasse da “Pâtisserie Benard” através da firma "Manuel José de Carvalho, Lda.". Entre 1920 e 1950 era escolhida , sobretudo, para fornecimento e realização de festas de casamento e baptizados, dispondo para tal de um grande salão.
Anúncio de 1940
O requinte da cozinha de matriz cultural francesa, elemento diferenciador do gosto das elites, dominou a gastronomia durante muitos anos. À medida que avançamos no séc. XX, os festejos de casamentos, baptizados e outras cerimónias passam do seio da casa de família para restaurantes e pastelarias, espaços públicos de sociabilidade de uma classe social mais abastada. Na segunda metade do séc. XIX os menus eram bastante decorados, pintados ou desenhados mas à medida que avançamos século XX adiante, esta prática vai-se desvanecendo e os menus popularizam-se e tornam-se mais simples embora possam incluir publicidade diversa.
A “Pastelaria Marque” já se encontrava fechada a quando do grande incêndio do Chiado em 25 de Agosto de 1988, pelo que a proprietária do edifício, a “Companhia de Seguros Império”, anos depois, construiu no interior da antiga “Pastelaria Marques” uma galeria comercial com várias lojas. Mais tarde, em Maio de 22014, este espaço viria a ser transformado na loja “Stradivarius”, - que até então estava na Rua do Carmo - mantendo a primitiva fachada inalterável.
fotos in: Hemeroteca Digital, Arquivo Municipal de Lisboa, ESHToris, Stradivarius
1 comentário:
Excelente descrição sobre a Pastelaria Marques. Parabéns
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