A loja de camisas, gravatas, cintas, espartilhos, artigos de moda para homem e senhora, etc. "Saboia" abriu em finais de 1933, na Rua Garrett, 66 e 68, em Lisboa. Veio substituir a alfaiataria e camisaria "Marques & C.ª ", que tinha promovido grandes obras de decoração exterior e interior em estilo «Art-Déco», em 1931 com projecto do arquitecto Jorge Segurado (1898-1990). Esta, por sua vez, tinha substituído a loja de flores "Lopes, Limitada".
A firma "Marques & C.ª ", tinha vindo da esquina da Rua Garrett com a Calçada do Sacramento, no 1º andar por cima da "Antiga Casa José Alexandre". A entrada era pela Calçada do Sacramento, 6. Os seus sócios eram: Antonio Marques, Alberto do Nascimento Lopes e Miguel Pereira Lourenço.
No espaço desta nova loja da "Marques & C.ª ", situada ao lado da famosa "Pastelaria Marques" (inaugurada em 1903), já tinham estado instaladas, o "Bazar Suisso" da firma "Barella & Irmão" - que na altura ocupava os nos 66 a 72 -, tendo sido seguida pelo "Jardim de Lisboa" da firma "J. Peixinho, & C.ª " que tinha vindo da Rua do Carmo.
"Bazar Suisso" já reconstruído e à direita (na foto) da "Pastelaria Marques"
Esta loja tinha sido totalmente destruída por um grande incêndio, originado por uma explosão que atingiu o prédio todo em 14 de Novembro de 1889. Publico de seguida, a notícia pormenorizada do incêndio.
Voltando à casa "Saboia", esta foi fundada em 1933, e para a qual os seus fundadores José dos Santos Mattos e António Rodrigues Correia - ambos proprietários e fundadores, em 1895 da "Fábrica de Espartilhos a Vapor Santos Mattos & C.ª " na Porcalhota (Amadora) - constituíram a sociedade "Mattos, Correia & C.ª ". Nesta sociedade entraram os respectivos filhos, Celeste Santos Mattos David e Fernando Gouveia Correia, a primeira representada pelo marido Aníbal da Silva David.
"Saboia" à esquerda na foto de 1939, antes da "Paris-Chiado" e do "Café Chiado"
Dispondo de óptimas oficinas próprias, onde trabalham cêrca de 50 empregados escrupulosamente escolhidos e dirigidos por técnicos habilitados, a Saboia, cujas instalações são de um encanto inexcedível, especializou-se na camisaria fina, marcando pela beleza dos seus padrões e elegante corte dos tecidos confeccionados nas melhores popelines e sêdas.» in. "Praça de Lisboa" (1945)
Por morte dos fundadores da casa "Saboia" as quotas passaram para as respectivas viúvas, continuando a gerência entregue a Fernando Gouveia Correia e Aníbal da Silva David, aos quais estava entregue, também, a direcção do estabelecimento.
"Saboia" nos anos 80 do século XX, em foto de Marina Tavares Dias
Segundo informação gentilmente prestada por Marina Tavares Dias a "Saboia" fechou em definitivo, em 1998.
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