Restos de Colecção: Laboratório J. J. Fernandes

22 de maio de 2013

Laboratório J. J. Fernandes

O “Laboratório Farmacológico de J. J. Fernandes, Lda.” sediado na Rua Filipe da Mata , no Bairro do Rego em Lisboa, terá sido criado por volta de 1918 pelo farmacêutico José Joaquim da Costa Fernandes, associado a João António Correia dos Santos, oficial do exército e professor de Química no Colégio Militar.

                                 “Laboratório Farmacológico de J. J. Fernandes, Lda.” na Rua Filipe da Mata

                              

 

 

O laboratório apresentou uma importante dinâmica científica desde os primeiros tempos, com a edição do “Boletim Farmacológico” e o registo de várias patentes de invenção. Este laboratório terá sido o primeiro a introduzir em Portugal o fabrico de drageias utilizando cobertura de glúten e queratina e terá dado um novo impulso ao fabrico de comprimidos.

    

       

            

  

O “Laboratório Farmacológico de J. J. Fernandes, Lda.” possuía um farmácia para venda ao público, na Rua Alves Correia (entre o Rossio e a Rua de Santa Marta), que anos mais tarde regressando à sua antiga toponímia Rua de São José.

O período do pós-guerra surgiu como um dos mais promissores para a indústria farmacêutica portuguesa, dominando um ambiente de grande optimismo entre os próprios industriais, que esfriou com a diminuição da protecção às especialidades farmacêuticas nacionais pela nova pauta aduaneira de 1923.

                                                                                            1933

                                        

Lembro que a indústria farmacêutica começou-se a desenvolver em Portugal na última década do século XIX, com a aprovação em 1892 da pauta aduaneira proteccionista de Oliveira Martins. O primeiro investimento importante na indústria farmacêutica portuguesa foi a “Companhia Portuguesa Higiene”, uma sociedade anónima fundada em 1891, a partir da firma “Estácio & Cª.” do farmacêutico Emílio Faria Estácio (1854-1919).

fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian

5 comentários:

João Celorico disse...

Caro José Leite,
como recordo o Lipobiase, que era uma "delícia" pois sabia a banana. Só que o frasco me parece seria diferente, paralelipípedo vertical e apenas de arestas arredondadas. Não era essa forma trapezoidal.
Recordações!

Cumprimentos,
João Celorico

Anónimo disse...

Verdade e o Cerimalte, importantes ambos na astenia, sobretudo infantil e sénior. Bom trabalho de pesquisa. Parabéns! Rose

ramiro disse...

Trabalhei em 1973 neste laboratório como delegado de propaganda médica e andava sempre com a mala do carro com várias caixas de Lipobiase para distribuir como amostra aos médicos. A garotada delirava já que sabia a banana.

Silvia disse...

artigo de 1921 na Ilustração Portuguesa

http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1921/N810/N810_master/JPG/N810_0013_branca_t0.jpg

http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1921/N810/N810_item1/P14.html

José Leite disse...

Muito grato pela sua colaboração e informação.

Cumprimentos
José Leite