No início dos anos 10 do século passado, surge um efémero Hermínia Terrasse, que deu lugar, em 1924, a um edifício mais consistente, o “Teatro Covilhanense”, inaugurado pela Companhia Lucília Simões-Erico Braga, com a peça “A Casa da Boneca” de Ibsen, notável para a época e para a sociedade local.
O “Teatro-Cine da Covilhã” foi inaugurado em 11 de Janeiro de 1954, com um espectáculo pela Companhia Amélia Rey Colaço - Robles Monteiro, iniciativa de João Ferreira Bicho
Este teatro, projecto do arquitecto Raul Rodrigues de Lima, - o mesmo que tinha assinado os projectos do “Cinema-Teatro Monumental” e do “Cinema Cinearte” ambos em Lisboa - foi construído pela iniciativa dos empresários José Cristóvão Corrêa e António Copeiro, com capacidade para 560 pessoas. A obra foi realizada de modo a inserir-se no conjunto arquitectónico composto pelo Edifício Municipal, Correios, Caixa Geral de Depósitos.
Conjunto composto pelo Edifício Municipal (á direita), Correios (ao fundo à direita) e Caixa Geral de Depósitos
Projecto assinado pelo arquitecto Raúl Rodrigues Lima
José Manuel Fernandes analisa a implantação no contexto da renovação do centro cívico da cidade: «na sua época, a mais forte renovação do lugar central de uma pequena cidade portuguesa». E evoca, na estrutura interior e na polivalência do terraço, o modernismo do “Cine-Teatro Capitólio” de Cristino da Silva, cujo projecto é de 1925 tendo sido inaugurado em 1931.
Interiores do “Teatro-Cine da Covilhã”
Encerrou em meados dos anos 80, reabrindo em Outubro de 1992, através de um contrato de utilização que a Câmara vem mantendo desde então. Em Abril de 2001, ganhou novo fôlego, graças a um protocolo assinado pela Câmara e pelo Cineclube da Beira Interior, que permitiu que a partir dessa data pudesse ter uma programação variada e diária.
Em Março de 2003, a Câmara Municipal da Covilhã reassumiu de novo a direcção directa da programação do “Teatro-Cine da Covilhã”, tendo-se realizado durante esse ano 60 espectáculos, 141 sessões de cinema, exposições, lançamentos de livros, numa opção de programação aberta à participação activa das várias associações do Concelho.
Com as obras de restauro empreendidas em 2001, foi instalado um novo sistema eléctrico, montado um novo ecrã de cinema, instalado um sistema de som Dolby Digital e uma máquina de projecção moderna. Permitiu assim que o velhinho teatro voltasse a ter cinema depois de mais de 20 anos de ausência.
Actualmente, com capacidade para 984 espectadores, é uma das maiores salas de espectáculos da Beira Interior. Tendo uma programação diária e variada de cinema independente e comercial, tem também todo o tipo de espectáculos (desde musicais, peças de teatro, saraus culturais, festivais, óperas, feiras do livro, lançamentos de livros, etc.).
Em 2011 a autarquia covilhanense consegue finalmente comprar o imóvel à família Pina Bicho, a quem arrendava o espaço há cerca de 20 anos e anunciou que o agora Teatro Municipal se preparava para uma nova vida. O Teatro vai ter as obras que há tanto tempo merece. Não se sabe quando terão início, sabe-se sim que a maior parte dos elementos que fazem do edifício aquilo que é, se manterão (nomeadamente a sua fachada). No entanto, no interior, as alterações serão de monta.
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