O “Banco Nacional Ultramarino” foi criado em Lisboa, por Carta de Lei de 16 de Maio de 1864, sendo seu fundador Francisco de Oliveira Chamiço. Ao longo da actividade (1864-2001), instalou a sua primeira Sede no Largo das Duas Igrejas ( edifício que em 1913 viria a ser ocupado por “A Mundial - C.ª de Seguros” ), hoje Largo do Chiado, a segunda na Rua Augusta e a terceira, a partir de 1989, na Avenida de 5 de Outubro.
Na Rua Augusta e na Avenida 5 de Outubro, hoje da CGD
Interior da sede na Rua Augusta
Dando cumprimento ao estabelecido na Carta de Lei, o BNU instalou sucessivamente sucursais e agências – Angola e Cabo Verde (1865), S. Tomé (1868), Moçambique (1877), Guiné (1903), Macau (1902), Índia (1868) e Timor (1912). Depois da abertura das Agências nas ex-colónias de África e do Oriente, o BNU deu inicio, a partir de 1917, à segunda fase da sua expansão, com a implementação de uma rede de Agências no Continente, Madeira e Açores, tendo constituído uma das maiores redes bancárias portuguesas.
Angola (Luanda) S. Tomé
Moçambique (Lourenço Marques) Guiné (Bolama)
Macau Índia (Nova Goa)
Timor (Dili) Selo do BNU
No século XX, o BNU foi um dos primeiros bancos portugueses presentes nas principais praças financeiras mundiais através de filiais, agências, escritórios de representação e correspondentes. ÁFRICA DO SUL - 1884 - abertura de uma agência em Pretória. HONG-KONG - 1904 - nomeação do primeiro correspondente em Hong-Kong BRASIL - 1913 - abertura da uma filial no Rio de Janeiro e mais tarde em S. Paulo. REINO UNIDO - 1919 - abertura de uma Agência em Londres, que em 1929 que se transformou no Anglo Portuguese Colonial & Overseas Bank. FRANÇA -1919 -, abertura de uma Agência em Paris a qual é convertida em 1929 no Banque Franco Portugais e d’Outre-Mer, actualmente Banque Franco Portugaise. CONGO RD (EX-CONGO BELGA) -1919 – abertura de uma dependência em Kinshassa, o qual passou para o Banco de Angola em 1926. ÍNDIA - 1921 - abertura de uma dependência em Bombaím (antiga Índia Inglesa) encerrada em 1952. EUA - 1920 - abertura de uma agência em Nova Iorque, a qual deu lugar em 1924 ao Trust Company of North America, que passou a fazer a representação do BNU.
Alguns tipos de cheques utilizados pelo Banco Nacional Ultramarino
O BNU como banco emissor para as colónias portuguesas, as emissões de papel-moeda do BNU constituíram um marco na história da circulação fiduciária das ex-colónias, uma vez que conseguiram disciplinar progressivamente a circulação monetária, acabando com a enorme variedade de moedas que corriam localmente (pesos, florins, marias teresas, águias, soberanos, luízes, etc.) e passando a ter curso legal exclusivo. Em Angola o BNU foi emissor até 1926, ano em foi criado o Banco de Angola que recolheu do BNU o privilégio da Emissão de notas naquele território e que tomou as suas agências para prosseguimento da actividade bancária normal
Exemplos de notas emitidas pelo BNU para todas as Colónias portuguesas
Foi nacionalizado em 13 de Setembro de 1974, e nos termos dos acordos celebrados entre o Governo Português e os Governos nos novos Países de Língua Oficial Portuguesa, que nessa altura adquiriram a independência, o BNU transferiu o activo e passivo de todas as suas dependências das ex-colónias para os Bancos Nacionais recém constituídos.
Em 23 de Julho de 2001, deu-se a fusão com a Caixa Geral de Depósitos, por incorporação, mediante a transferência global do património, do Banco Nacional Ultramarino para a CGD. Conforme estabelecido no projecto de fusão das duas instituições a Sucursal do BNU de Macau passou a ser uma sociedade subsidiária da Caixa Geral de Depósitos, com sede em Macau, tendo como único accionista a CGD e mantendo o nome Banco Nacional Ultramarino SA.
Anúncio publicitário de 1966
1 comentário:
Já conhecia em parte o conteúdo, acho como dados históricos insuficientes - valores patrimoniais -
deveria pelo menos existir o nome de pessoas que fizeram parte da implementação do Banco nas várias partes do mundo. Pelo menos nas inaugurações das agencias e outros que mais se destacaram. Estaria completo.
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