O "Restaurant Central Augusto", teve a sua origem no "Restaurant Central", inaugurado na Travessa das Portas de Santa Catharina, 12 (actual Travessa da Trindade) em 16 de Outubro de 1879. Foi seu fundador José Jorge Augusto do Carmo, antigo empregado do famoso "Restaurant Club", que tinha sido inaugurado na Travessa Estevão Galhardo (actual Rua Serpa Pinto desde 1885), 12-1º andar e esquina com a Rua Garrett, no dia 3 de Dezembro de 1874. Era propriedade do chef cozinheiro José Antonio da Silva (? - 1892), que tinha sido discípulo do famoso cozinheiro João da Matta e, também, gerente de um dos "Restaurant Matta".
Antiga Travessa das Portas de Santa Catharina (1ª à direita ao subir)
Em 20 de Outubro de 1894, José do Carmo inaugura novas instalações, mudando-se para a Rua Garret, no 1º andar do edifício da "Antiga Casa José Alexandre", com entrada pela Calçada do Sacramento, nº 6, e altera a denominação de "Restaurant Central" para "Restaurant Central Augusto".
"Grande Restaurant Central Augusto" à direita na foto, no 1º andar. Na esquina em frente a famosa "Magiolo & Magiolo", mais tarde "Ao Último Figurino".
Na ocasião o jornal "Diario Illustrado", noticiava a sua abertura:
O local não pode ser melhor, a casa é excellente e as obras ali feitas estão o mais bem aproveitadas que é possível, para que aos freguezes não faltem commodidades.
Tem uma boa casa de jantar, bellos gabinetes e tudo mobilado ricamente e com gosto. Hoje são de crer duas enchentes: uma no Real Colyseu e outra no restaurant Augusto.»
Em 1904 o "Restaurant Central Augusto" já pertencia a Domingos José Moinhos Soares, tendo sido este o ultimo ano de existência deste restaurante, que chegou a ser o mais afamado e requintado de Lisboa.
1º Piso onde funcionou o "Restaurant Central Augusto" e onde se instalou o estabelecimento de decorações "Mobílias da Granja", em 2 fotos de épocas diferentes ( 1ª foto de 1939)
Doze anos depois de encerrado, o jornal "A Capital" de 14 de Julho de 1916 recordava o "Augusto":
«No primeiro andar d'este predio, esteve uma modista - E. Jaume - durante muitos annos. Era casada com um antigo administrador do Jornal do Commercio. Liquidou, sucedendo-lhe o restaurante Augusto, que foi, no seu tempo, o mais afamado e o melhor frequentado de Lisboa. Depois, os tempos mudaram, e a casa teve de liquidar, sendo os seus haveres vendidos em almoeda. A frasqueira do restaurante Augusto era riquissima, havendo especialidades que attingiram, no leilão, altos preços.»
Entretanto, outro restaurante e café "Central", denominado de "Café Restaurant Central", já tinha sido fundado em 1895 na Calçada do Carmo, nº 19, por José Alves Rodrigues e Antonio Alonso Meyra. Em 1904, já pertencia a Manuel Souto Passos.
"Café Restaurant Central" na área delimitada pela linha vermelha
28 de Abril de 1895
fotos in: Hemeroteca Digital de Lisboa, Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca Nacional Digital
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