A primeira estação (em madeira) da "Parceria dos Vapores Lisbonenses" foi implantada, em 1899, entre o Cais do Sodré e o Arsenal da Marinha, a meio caminho da Ribeira das Naus, em Lisboa e era designada por "Chalet da Parceria" ou por "Ponte dos Vapores do Caes do Sodre". Foi nesse ano que a esta empresa, com sede no Cais do Sodré, nº 8 - 2º andar foi constituída em 14 de Agosto de 1899, entre a "Francisco Burnay, Sucessores" e a "H. Hersent", concessionária do Porto de Lisboa.
Primitiva ponte dos vapores e barcas no Cais do Sodré
A escritura começava assim:
«TITULO I
Denominação, objecto, séde, duração
Esta estação fluvial do Cais do Sodré era para uso exclusivo da 'Parceria dos Vapores Lisbonense', sociedade de exploração de transportes de passageiros no Tejo, especificamente entre o Cais do Sodré e Alcântara, Belém, Pedrouços e, a partir de 1903, Cacilhas.
Lembro que o primeiro barco "vapor lisbonense" foi construído em Alcântara, nos estaleiros Hugh Parry, em 1860 denominado "Alcântara". Propriedade de Frederico Guilherme Beaupin Burnay (1815-1888), destinava-se à carreira fluvial entre Cais do Sodré e Pedrouços, carreira que foi inaugurada em Janeiro de 1861 e tinha escalas em Alcântara e Belém. O segundo foi o "Progresso", construído, igualmente por Hugh Parry mas no aterro da Boa Vista, lançado à água em 14 de Dezembro de 1861, e tendo feito a sua viagem inaugural em 12 de Fevereiro de 1862.
Em 1903 a "Parceria dos Vapores Lisbonenses", inaugurou o serviço de transporte de veículos entre as duas margens do Tejo.
A nova Estação Fluvial da "Parceria dos Vapores Lisbonenses" seria construída também em madeira, em finais de 1904, mas já de maiores dimensões e já frente à Praça Duque de Terceira e ao lado da estação, ainda improvisada, da linha de caminho-de-ferro que ligava o Cais do Sodré a Cascais, desde 4 de Julho de 1897.
Um violento temporal ocorrido em 28 de Janeiro de 1937, destruiria a ponte de acesso aos vapores, que viria a ser reconstruída. Esta estação esteve em funcionamento até finais dos anos 40 do século XX, altura em que foi demolida.
fotos in: Hemeroteca Digital de Lisboa, Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca Nacional Digital, Arquivo Nacional da Torre do Tombo
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