A “Casa Favorita” propriedade de Francisco Santos Diniz, instalou-se na Praça dos Restauradores, 50-52. nos finais dos anos 80 do século XIX ao lado da famosa casa de pianos e instrumentos musicais “Lambertini”, cuja história já foi aqui explanada no seguinte artigo: “Lambertini - Pianos, Musica, Instrumentos”.
1 de Abril de 1899
Este estabelecimento iniciou a sua actividade comercializando as bicicletas“Rover” e “Germania”, pianos eléctricos, pianos com motor, relógios, pautas de músicas, máquinas de costura, etc.
Outro grande concorrente era a "Casa Memoria" de Santos Beirão, que tinha sido fundada na Praça D. Pedro V (Rossio) em 1880, e cuja história pode ser consultada neste blog.
1 de Janeiro de 1899
No início dos anos 90 do século XIX a "Casa Favorita" iniciou a comercialização da grande novidade que foram os pianos melódicos. Estes instrumentos mantinham o sistema de cartões perfurados. Todavia, o aspecto exterior, as características organológicas e, consequentemente, o seu som assemelhavam-se bastante aos do piano. Era na "Casa Favorita" que estes instrumentos podiam ser comprados.
Outra perspectiva da "Casa Favorita", na Praça dos Restauradores
A sua comercialização neste estabelecimento foi noticiada no jornal "O Dia", de 1 de Junho de 1890, da seguinte forma:
«A Casa Favorita, cujos creditos já de ha muito são conhecidos, acaba de receber uma bonita collecção de pianos que devem fazer sucesso. Asiistimos hontem a uma experiencia, ouvindo entre varias peças musicaes o Barbeiro de Sevilha, Marselheza, etc., etc., que podemos affirmar, são d'uma execução primorosa. A remessa feita á Casa Favorita é pequena, e por isso quem desejar o piano melodico, deve precaver-se.»
Este mesmo jornal, em 7 de Junho do mesmo ano, informava ...
A notícia da chegada da segunda remessa ao nosso país foi noticiada no "Diario Illustrado" de 29 de Maio de 1890.
Em 1900, a "Casa Favorita" começa a comercializar «alta novidade em phonographia - machinas phonographicas em todos os generos». Neste mesmo ano passa a designar-se somente “Casa Santos Diniz”. Em 1905, já aparecia na publicidade da “Companhia Franceza de Gramophone”, como seus agentes.
Nota: foi consultada a Tese de mestrado "A ambiência musical e sonora da cidade de Lisboa no ano de 1890" de Rui Campos Leitão, e apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas.
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