Restos de Colecção: Café Monumental

18 de setembro de 2018

Café Monumental

OCinema-Teatro Monumental”, localizado na Praça Duque de Saldanha em Lisboa, e propriedade da “Sociedade Administradora de Cinemas, Lda.”, do major Horácio Pimentel, foi inaugurado no dia 8 de Novembro de 1951.

No alçado lateral do edifício, sobre a Avenida Fontes Pereira de Melo, era inaugurado em 17 de Setembro de 1955, o café, casa de chá, snack-bar e restaurante “Monumental”, igualmente propriedade “Sociedade Administradora de Cinemas, Lda.”, e explorado por Amadeu Dias, que já detinha a exploração dos 3 bares do “Cinema-Teatro Monumental".

“Café Monumental” ainda em construção

A propósito, o “Diário de Lisboa” , neste dia, noticiava:

«O novo estabelecimento marca, indiscutivelmente, uma nova fase na vida comercial de Lisboa, pelo arrojo da iniciativa e os moldes modernos com que o seu proprietário sr. Amadeu Dias, o instalou. Homem de invulgar capacidade realizadora, espírito verdadeiramente empreendedor e cheio de mocidade, conseguiu com o seu Café Monumental dotar aquela zona da cidade com um estabelecimento de categoria e modelar organização, em todos os aspectos.

1961

O projecto inicial da obra era da autoria de sr. arquitecto Rodrigues Lima, pois fazia parte do bloco das casas de espectáculo. O seu proprietário confiou, porém, o seu desenvolvimento, dentro das novas exigências funcionais da exploração, ao notável decorador José Espinho e a Fred Kradolfer, outro artista de extraordinários méritos, que resolveram, com inteligência e gosto, os problemas de decoração, construção e mobiliário.

Mas muito contribui para o encantador ambiente do novo e elegante estabelecimento o excelente mobiliário fornecido pela consagrada casa Olaio, da Rua da Atalaia.»

  
Ementa, copo e talão gentilmente cedidos por Carlos Caria

De referir que no edifício à direita doCinema-Teatro Monumental”, na lateral da Avenida Fontes Pereira de Melo, o "Café Monumental" teve como vizinho, o café, salão de chá, restaurante e pastelaria “Monte Carlo”, inaugurado , também em 1955. Este café veio a ser propriedade da empresa “A Caféeira”, fundada em 1866 e sediada em Matosinhos, Porto, que já era proprietária da “Casa Chineza”, na Rua Áurea e do café “Ribatejano”, na Rua dos Anjos, em Lisboa.

fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian (Estúdio Mário Novais), Rua dos Dias que Voam

6 comentários:

João Menéres disse...

Na década de 50 frequentei com alguma assiduidade o Café/Restaurante Monumental.
Mas num almoço , já nos anos sessenta, a minha mulher comeu uma ostra ( pelos vistos estragada ) e fez a viagem para o Porto aninhada no chão do carro, cheia de dores.
Jurei que nunca mais lá entrava.

Pedro disse...

As vezes que eu jantei aí com os meus pais, lá em cima no 1º andar. Era eu ainda uma criança. Outros tempos.

Manuel Tomaz disse...

No Monumental nem tanto. Mas ao lado, no Monte Carlos, quantas recordações dos anos 60 e 70!

Alvaro Pereira disse...

Meu caro José Leite

A destruição do Monumental foi um dos maiores crimes cometidos contra o património de Lisboa!

E o edifício que lá está agora é um dos mais horríveis que existe na capital!

Continue o seu bom trabalho!

Álvaro Pereira

Valdemar Silva disse...

A segunda fotografia, a principal, não está correcta. Foi adulterada em relação à fotografia original.
Na fotografia original, na parede do lado direito da porta do Café-Restaurante Monumental está escrito em grande letras e a tinta preta AD=FOME, assim como aparece mais um transeunte. Nesta fotografia aqui publicada que é exatamente a
mesma mas sem a inscrição na parede e sem o transeunte.
Pode-se consultar a foto verdadeira, nas fotografias Estúdio Novais - Fundação Calouste Gulbenkian., sem a mesquinha rasura/limpeza da parede.
De resto também frequentei o Café-Restaurante Monumental, sempre cheio com artistas de teatro, e não tanto o Monte Carlo.

Cumprimentos
Valdemar Silva

Valdemar Silva disse...

Mais um excelente trabalho, autentico restos de colecção da Lisboa desaparecida há bem pouco tempo.

Valdemar Silva