Restos de Colecção: Campolide Cinema

24 de julho de 2015

Campolide Cinema

Em 4 de Janeiro de 1925, é inaugurado o “Cine-Tortoise” , na Rua Leandro Braga no bairro de Campolide, em Lisboa. A gerência deste pequeno cinema de bairro, ficou a cargo de Manuel Pinto Lello sócio gerente da distribuidora e produtora “Tortoise-Filmes”, e como director técnico o artista plástico Ruy Teixeira Bastos.

 

   

Em 1927 o “Cinema Tortoise”  muda a sua designação para “Cinema Tenor Romão”, do qual o cantor de ópera, Romão Gonçalves era proprietário e empresário, e reabre em 19 de Outubro do mesmo ano. «Muito extravagante e muito popular, pelas suas exuberâncias de indumentária, pelas atitudes e pela preocupação, sem grandes resultados, de ser tomado como um emérito cantor de ópera». Um nome e uma imagem que ficaram ligados a várias fitas - a primeira referenciada, “Romão, Chauffeur e Mártir”, feita em frente do  “Ritz Club”, mas que só estreou em Lisboa ( no Salão Central) uma semana após o lançamento no Porto ( no Jardim Passos Manoel) em Fevereiro de 1920. O “Cinema Tenor Romão” teria uma existência efémera e encerraria a 26 de de Dezembro de 1927.

19 de Fevereiro de 1919


19 de Outubro de 1927

Esta sala de espectáculos, depois de ter passado para a propriedade de Aurélio Perime Benitez, que, reabriu em 15 de Fevereiro de 1928, tendo sido mudada, mais uma vez, a sua designação para “Campolide Cinema”.

15 de Fevereiro de 1928

Mais tarde, no final da década de 50 do século XX, é construído um novo edifício no lugar do antigo, passando a ter capacidade para 414 espectadores distribuídos pela plateia e o 1º balcão, com instalações mais modernas e confortáveis.

Nas vitrines exteriores, na foto anterior, publicidade aos filmes “Umberto D” , de Vittorio de Sica, de 1952 e “Frou-Frou” , de Augusto Genina, de 1955. Recordo que mesmo em cinemas de estreia (não o caso deste) os filmes chegavam a ser estreados em Portugal anos depois de terem sido estreados no seu país de origem.           

Fotos do interior do “Campolide Cinema”, com capacidade para 414 espectadores

Planta da sala do “Campolide Cinema”

Bilhete


gentilmente cedido por Carlos Caria

Este cinema encerrou em 1977, e anos mais tarde o edifício foi ocupado por uma empresa de artes gráficas. Segundo me informaram, o edifício viria a ser demolido, há poucos anos.

fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian

2 comentários:

Ivete Ferreira disse...

Que boas recordações me vieram à memória!
Aos sábados e domingos as sessões eram duplas. Viam-se dois filmes por 2$50.
if

Unknown disse...

Parabéns ao "restos de Colecção" por fazer reviver memórias de um passado que saudosamente por
muitos é recordado. Também frequentei muitas vezes este cinema durante os anos da minha infância e adolescência em virtude de ter nascido e vivido vários anos no Bairro do Tarújo.