O “Museu dos Coches Reais” foi inaugurado a 23 de Maio de 1905, por Sua Majestade a Rainha Senhora Dona Amélia.
“Museu dos Coches Reais” no início do século XX
Auto da inauguração Catálogo de 1923
Em 1726, o rei D. João V compra a D. João da Silveira Telo e Meneses, 3º Conde de Aveiras, a "Quinta de Baixo", situada junto ao rio Tejo no aprazível termo de Belém na parte ocidental da cidade de Lisboa, na qual se integrava um conjunto de casas nobres, o Palácio de Belém e um Picadeiro.
Em 1786 foi mandado destruir o antigo picadeiro para, em sua substituição, ser construído o actual, obra da iniciativa do infante D. João, futuro rei D. João VI, filho da rainha D. Maria I e de D. Pedro III, grande entusiasta pela Arte Equestre.
Do projecto, em estilo neoclássico, atribuído ao arquitecto italiano Giacomo Azzolini, é de salientar o amplo salão com 50 m de comprimento por 17 m de largo, com dois pisos, apresentando, nos topos do andar superior, tribunas ligadas por duas estreitas galerias com colunata, destinadas a permitir à Família Real e à Corte assistirem aos jogos equestres.
As obras de construção do Picadeiro Real tiveram início em 1787 e muito embora a estrutura do edifício ficasse pronta um ano depois, as decorações exteriores e interiores prolongaram-se até cerca de 1828.
Em 1791 Francisco José da Costa fornecia os painéis de azulejo que decoravam as tribunas e em 1793 estava colocada a balaustrada interior que envolve o salão, obra do entalhador Gonçalo José.
Entre 1792 e 1799 participaram na decoração dos interiores, entre outros, os pintores Francisco de Setúbal, Francisco José de Oliveira, Joaquim José Lopes dito "o Bugre" e o francês Nicolau Delerive.
Nos motivos decorativos utilizados em toda a decoração do tecto e painéis nos topos do salão, predominam elementos ligados à arte equestre. Destacam-se no tecto do picadeiro em tela pintada, três grandes medalhões ovais com cenas alegóricas.
No primeiro está representada a figura de um cavaleiro símbolo de Portugal ladeado por quatro figuras femininas que simbolizam os Continentes, facilmente identificados pelo animal que as acompanha, respectivamente o cavalo para a Europa, o camelo para a Ásia, o crocodilo para a África e a arara para a América.
No medalhão central uma figura feminina coroada segura a cornucópia da Abundância simbolizando a Paz e Prosperidade do Reino.
No terceiro medalhão a alegoria da Guerra é sugerida pela figura armada de lança, escudo e elmo que segue numa quadriga puxada por leões e ladeada pela figura feminina da Vitória.
Em 1904, quando da adaptação do picadeiro a museu realizaram-se obras sob orientação de Rosendo Carvalheira, arquitecto dos Palácios Reais, sendo as pinturas então restauradas pelos pintores José Malhoa e António Conceição e Silva.
Mais tarde, em 1940, nova campanha de obras orientada pelo arquitecto Raul Lino vai permitir a ampliação da área de exposição com a construção de um novo salão lateral.
Secção de acessórios equestres e de tauromaquia
Folheto do “Museu Nacional dos Coches” em 2014
Vista exterior do “Museu Nacional dos Coches” em 2014
Bibliografia: site oficial do Museu Nacional dos Coches
fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian (Estúdio Mário Novais), Museu Nacional dos Coches, Arquivo Municipal de Lisboa
Sem comentários:
Enviar um comentário