O restaurante-bar, salão de chá e «boite de nuit» "Belcanto" foi fundado em 30 de Outubro de 1959 no Largo de S. Carlos, 10 , - antigo Largo do Diretorio, entre 18 de Novembro de 1913 e 28 de Maio de 1956 - em Lisboa, pela firma "Gonzalez, Garrido & Antela, Lda.". Esta firma tinha sido constituída por escritura pública de 24 de Setembro de 1958 integrando os seguintes sócios: Jaime Dominguez González (30.000$00) vindo do restaurante "Gambrinus", José Jesus Garrido Pérez (30.000$00) e Alifonso Antela Rodriguez (30.000$00), onde «As quotas dos dois primeiros estão integralmente realizadas e em dinheiro, já entrado na caixa social. A quota do terceiro só está realizada em 10 por cento. Os restantes 90 por cento serão pagos com os seus lucros.».
31 de Outubro de 1959
Espaço (delimitado a amarelo), no ainda Largo do Directorio, anterior ao "Belcanto" em foto de 23 de Março de 1943
Situado bem perto do "Teatro Nacional de São Carlos", em Lisboa, estava dividido em duas salas assemelhando-se a um clube inglês. Era sobretudo um clube de cavalheiros e local de encontro de figuras da alta sociedade lisboeta e de frequentadores do Teatro. «era a casa das meninas nas mesas, ou no quadro do hall interior, uma reprodução das bailarinas de Degas».
30 de Novembro de 1959
A partir de 9 de Março de 1961 Jaime Dominguez González ficaria como único proprietário, posição que ocuparia apenas até 22 do mesmo mês de Março de 1961. Em 14 de Junho de 1963 a sociedade "Gonzalez, Garrido & Antela, Lda.", passa aser constituída por Gelásio Saraiva Ruas, que ficou como gerente, e José de Almeida Inácio. A pertir de 6 de Agosto de 1973 a firma passa a ser constituída pelos sócios Salvador Fernando Gonçalves, Aurélio Henriques Fernandes, José Alves Bernardo e Aníbal Neves de Araújo. Em 1989 já Salvador Fernando Gonçalves tinha sido substituído por Álvaro Freitas, e o capital social aumentado de 90.000$00 para 1.000.000$00. Em 11 de Julho de 2003 o capital social é elevado para 6.000 euros, distribuído poe Jorge Aires d'Assunção Trigo de Sousa (3.000 euros) e gerente, Aníbal Neves (1.500 euros) e José Alves Bernardo (1.500 euros).
O "Belcanto" foi, até 2008, controlado pelo engenheiro químico Luís Miguel Bénard da Costa, irmão de João Bénard da Costa, da "Cinemateca Portuguesa". Após sua morte, o comando dividiu-se entre os irmãos José e Jorge Trigo de Sousa; o primeiro era psiquiatra, e o segundo, engenheiro civil.
21 de Dezembro de 1960
Já em 2009, a gestora e publicitária Rosalina Machado, - ex-presidente da "Ogilvy & Mather Portugal" desde 1986 - adquiriu o controle do "Belcanto", após ter deixado o seu cargo para dedicar-se às empresas familiares e ao restaurante, em parceria com o marido, Francisco Machado, com o qual esteve casada mais de cinquenta anos. Este viria a falecer em 24 de Janeiro de 2021 vítima de complicações da covid-19 e sua mulher Rosalina Machado falece um dia depois, vítima de um cancro no pulmão contra o qual lutava há vários anos.
"Belcanto" em Julho de 2009, via "Google Maps", ainda com fotos de artistas na montra
O "Belcanto" viria a ser adquirido pelo conhecido chefe de cozinha José Avillez, que para tal constituiu a firma "Belcanto - Unipessoal, Lda." em 28 de Agosto de 2008. Recorde-se que Luís Bénard da Costa tinha sido padrinho de Avillez.
O "Belcanto" reabriria a 5 de Janeiro de 2012, redecorado e renovado pelas arquitectas Ana Anahory e Felipa Almeida, e sob o comando de José Avillez. No ano seguinte à sua reabertura o "Belcanto" foi distinguido com uma estrela "Michelin", a primeira da sua história, recebendo a segunda em 2014.Tornava-se assim o primeiro restaurante em Lisboa a conquistar tal distinção.
O espaço do histórico Belcanto passou por três decorações e foi modernizado na era de Avillez. Retirou-se o bar à entrada e, aos poucos, foram saindo alguns clássicos da carta. Quase todos os habitués deixaram de aparecer. "Levava na cabeça porque já não fazia o strogonof igual, ou os Ovos à professor não serem como eles queriam ou porque já não fazíamos o prato", conta Avillez,que escreveu mais de 60 cartas aos clientes mais antigos. » in: jornal "Expresso" por Pedro José Barros
Em 2019 José Avillez adquire o espaço vizinho na Rua Serpa Pinto nº 10 (antigo nº 4), anteriormente pertença da empresa de material eléctrico "Palissy Galvani". Um espaço com 370 metros quadrados, mantendo a identidade do "Belcanto" mas com ambiente mais arejado, mais luz sob projecto de decoração do ateleir de Joana Astolfi.
Neste espaço, outrora Rua Serpa Pinto, nº 4, estiveram outros estabelecimentos como: em 1923 o "Salão de Novidades Alemãs" de Lino Martins Coelho e importador da marca alemã de automóveis "Dux-Presto" e de fabricantes de omnibus alemães; em 1928 já estava instalado o stand e oficinas da "Simal", que comercializava automóveis e camionetas das marcas "Hanomag", "Willys Knight", e "Franklin"; e antes de ser adquirido para o "Belcanto" servia de armazens da centenária firma de material eléctrico "Palissy Galvani" que tinha sido fundada nesta rua no nº 91 (actual nº 17) em 1895.
"Simal" em foto de 24 de Outubro de 1930
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