A casa bancária "Cupertino de Miranda & C.ª ", com sede na Rua Sá da Bandeira, na cidade do Porto, foi constituída em 30 de Abril de 1931 e registada na conservatória da mesma cidade em 08 de Maio desse ano.
Arthur Cupertino de Miranda nasce a 15 de Setembro de 1892 na Quinta de Felgueiras, na freguesia de Santa Lucrécia do Louro, concelho de Vila Nova de Famalicão. Filho de um casal de abastados lavradores, Francisco Cupertino de Miranda e Joaquina Nunes de Oliveira, é o mais novo de quatro irmãos – José, Augusto, António e Arthur. Com apenas 19 anos, casa com D. Elzira Celeste Maya de Sá Cupertino de Miranda (1892-1978) e fixa residência no Porto.
Arthur Cupertino de Miranda (1892-1988)
Esta casa bancária teve origem na sociedade bancária "Cupertino Miranda & Irmão, Limitada", constituída em 14 de Maio de 1919 entre o "Banco Popular Português", Arthur Cupertino de Miranda e seu irmão, o Doutor Augusto Cupertino de Miranda. Com um capital social de 100 contos, estava igualmente, sediada no Porto. As quotas foram divididas do seguinte forma: 40% do "Banco Popular Português" - fundado em 9 de Abril de 1917, no Porto - e 30 % para cada um dos irmão Cupertino de Miranda.
Mais tarde, por escritura de 24 de Fevereiro de 1921 Arthur Cupertino de Miranda adquiria os 40 % do "Banco Popular Português" (1917-1928), e em 28 de Agosto de 1922 doava a seu filho, Artur Luiz Cupertino de Miranda uma parte da primitiva quota de 100 escudos e adquiria a quota pertencente a seu irmão, Augusto. Pelo que, em 1922 a firma "Cupertino de Miranda & Irmão, Limitada", ficou inteiramente na posse de Arthur Cupertino de Miranda e seu filho Artur Luiz.
Com a necessidade de desenvolvimento do negócio, o capital tornou-se insuficiente e foi necessário reforça-lo com a entrada de novos sócios. A alteração do pacto social da firma celebrou-se em 14 de outubro de 1922.
Nesta alteração fixou-se a sede social na Rua Sá da Bandeira, definiu-se o objeto da sociedade centrado no comércio de cambiais, papéis de crédito e na elevação do capital inicial (100.000$00) para 2.000.000$00 representado pelas seguintes quotas: Arthur Cupertino de Miranda, 1.149.900$00, José d`Almeida Cunha, 300.000$00, Almeida Cunha, Irmãos & Companhia, 150.000$00, Francisco da Silva Marinho, 150.000$00, Klaus Stefnanson Jervell, 150.000$00, Augusto Marques da Silva Júnior, 50.000$00, Joaquim Fonseca, 50.000$00, Artur Luís Cupertino de Miranda, 100$00. A gerência ficava a cargo exclusivo do sócio Arthur Cupertino de Miranda, que teria como remuneração a quantia e precentagem nos lucros que lhe fossem fixadas na primeira assembleia geral.
O Decreto de 16 de Abril de 1931 autoriza a transformação da sociedade "Cupertino de Miranda & Irmão, Limitada" em "Cupertino de Miranda & C.ª ", com um capital de 5.500.000$00 (ouro 250.000$00). O Decreto de 27 de abril de 1931 dispensa-a do depósito obrigatório de 50% do capital. Surgia então, a oportunidade de alargar a sua influência a toda a região norte, incluindo Vila Nova de Famalicão, uma importante zona industrial e comercial que estava privada de uma instituição bancária face ao encerramento da casa bancária "Brandão & Companhia". Com efeito, a "Associação Comercial e Industrial" solicita que "Cupertino de Miranda & C.ª " instalasse uma agência na praça famalicense, o que se concretizou em Julho de 1931.
No Porto, a atividade da instituição, pese os tempos difíceis que a praça portuense atravessou nos princípios da década de 30, foi-se cimentando e, em 22 de Novembro de 1937, é solicitada à Inspeção do Comércio Bancário autorização para a abertura de uma agência na Póvoa de Varzim.
Em 1942, a firma "Cupertino de Miranda & C.ª "chegava ao fim, mas a sua actividade ia prosseguir, com grande sucesso, sob a designação de "Banco Português do Atlântico", oficializado pelo "Diário do Governo" de 30 de Dezembro de 1942, que fazia constar:
4 comentários:
Parabéns! Mais um belíssimo artigo.
Perdoe-me chamar a atenção só para dois erros sem importância, ambos no 3º parágrafo:
"Esta casa bancária teve origem nua sociedade bancária "Cupertino Miranda & Irmão, Limitada", constituída em 14 de Maio de 2019..."
A palavra "nua" deve ser "numa" e o ano "2019" deve ser "1919" julgo eu.
Mais uma vez, parabéns pelo excelente artigo!
Muito grato pela chamada de atenção.
Já está corrigido.
Os meus cumprimentos
José Leite
Bom dia. Desculpe Sr. José de Leite, mas faltou referir que era um dos 7 gigantes Conglomerados Mistos e que também foi nacionalizado nas loucas nacionalizações de 1975.
Grato pela sua lembrança. Já foi relembrada essa passagem no artigo.
Os meus cumprimentos
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