A "Caixa Economica Operaria" foi fundada em 8 de Novembro de 1876, como sociedade cooperativa de responsabilidade limitada, tendo instalado a sua sede social na Rua da Infância, actual Rua Voz do Operário, no Bairro da Graça em Lisboa. Embora denominada de Caixa Económica, nunca funcionou como instituição de crédito.
Para a instalação da sua sede, foi cedido pela Câmara Municipal de Lisboa o terreno nº 1 da Rua da Infância, por escritura lavrada em 21 de Fevereiro de 1875. Mais tarde em 4 de Janeiro de 1915, é vendido o mesmo terreno à "Caixa Económica Operaria", por escritura lavrada em 4 de Janeiro de 1915, tendo sido anulada a escritura anterior.
Constituída com o capital mínimo de 1.000$00, representado por ações de 100$00 cada, teve estatutos de 18 de Setembro de 1925, 28 de Janeiro de 1928 e 8 de Junho de 1931. Segundo eles, a "Caixa Económica Operária" era uma sociedade cooperativa de crédito e consumo tendo por missão o crédito, a produção, o consumo, a instrução e o recreio dos seus sócios e familiares. As operações de crédito que praticava limitavam-se à concessão de empréstimos sob caução ou fiança e a créditos ao consumo dos próprios sócios.
Inauguração da Padaria na "Caixa Económica Operária" em 5 de Setembro de 1932
"Paulino Ferreira" um dos muitos que faziam parte de exposições. Aqui em 16 de Setembro de 1939
Por ocasião duma exposição de trabalhos de indústria dos seus associados nas instalações da "Caixa Economica Operaria", a revista "Occidente" de 1 de Junho de 1889 escrevia:
Ao fim de dez annos de associação a Caixa Economica Operaria conseguia ter uma casa sua, construida em terreno que a camara municipal de Lisboa lhes cedeu para esse fim, e o capital preciso para levantar o edificio foi fornecido pelo cofre da Caixa e d'entro de dez annos deve estar pago.
E, em cada anno que passa o seu movimento de capital cresce a olhos vistos, recompensando generosamente, os sacrificios que foi mister fazer para chegar a este ponto.
Ali se podem vêr desde a machina de vapor até ás industrias caseiras. De tudo ha um pouco que nos diz que de tudo se produz na nossa industria.
Os productos de metallurgia, são completos e representam bem os progressos d'este ramo no nosso paiz. Depois encontramos os productos da typographia, da chapellaria, dos tabacos, da marcenaria, das industrias caseiras, da gravura e da esculptura em madeira em que se notam muito especialmente os magnificos trabalhos de talha executados pelos srs. Passos de Azevedo e José Maior para o sr. Dr. Rebello da Silva. (...)»
Entre 1917 e 1921 a "Caixa Económica Operária" viveu alguns momentos conturbados, fruto do clima político instável que assolava a praça lisboeta. As classes operárias da capital foram seriamente atingidas e a instituição, face às dificuldades sentidas, contraiu um empréstimo no "Montepio Geral".
4 de Agosto de 1937
Esta instituição também serviu fins políticos. Foi nas suas instalações que, o «Partido Comunista Português secção da Internacional Comunista» realizou o segundo e último congresso, em 29 de Maio de 1926, antes da sua ilegalização. Este congresso seria interrompido, no dia seguinte, devido ao golpe militar do Marechal Gomes da Costa, que vindo de Braga chegou a Lisboa nesse dia 30 de Maio.
Actualmente, a "Caixa Económica Operária" promove espectáculos ao vivo, festas, torneios de cartas, etc.
2016
Esta instituição, teve um importante papel junto das classes trabalhadoras da capital, na prestação da sua missão, subsistindo até aos dias de hoje.
fotos in: Hemeroteca Municipal de Lisboa, Arquivo Municipal de Lisboa, Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Projecto Mosca
Sem comentários:
Enviar um comentário