O “Restaurant Floresta”, propriedade de João Fernandes do Pinho, estabeleceu-se no Largo do Camões (actual Praça Dom João da Câmara), em Lisboa, nas antigas instalações da “Empreza Vinicola Wenceslau”, e do lado esquerdo do “Café Martinho”, durante as primeiras duas décadas do século XX. Tendo mudado de proprietário, este restaurante depois de profundas obras de remodelação e renovação, ao nível do interior e do exterior, terá reaberto em 1942.
Restaurante “A Floresta”
Anúncio de 7 de Maio de 1927
Para a sua remodelação, a firma proprietária “Floresta, Lda.” entregou o projecto ao arquitecto Fernando Silva (1914-1983), que se faria acompanhar pelo engenheiro Nuno Abrantes ficando a obra a cargo do mestre construtor Columbano Santos.
No nº 20 da, então, Praça Luiz de Camões, o depósito de vinhos da “Empreza Vinicola Wenceslau”
Anúncio em 1903
Já como “A Floresta”, à direita (na foto) do “Café Martinho”, antes de 1940
O interior do novo restaurante “A Floresta” foi da responsabilidade dos dois pintores-decoradores: Manuel Lapa (1914-1979), - que tinha integrado a equipe decoradora do interior do “Museu de Arte Popular” juntamente com Tom (Thomaz de Mello) - e Jorge Matos Chaves (1912-1988).
Dentro da elipse desenhada, o tapume das obras do restaurante “A Floresta” no início dos anos 40 do século XX
Interior do restaurante “A Floresta”
Estas duas fotos e a segunda deste artigo, gentilmente cedidas pelo blog “Garfadas on line”
Anúncio na “Revista Municipal” do 3º trimestre de 1942
A gerência deste restaurante foi entregue ao sócio José Vidal, tendo a sua cozinha muito boa nota.
Em 1953, novo projecto de remodelação e transformação deste estabelecimento, agora da responsabilidade do conceituado arquitecto Ruy Jervis d’Athouguia (1914-1979), entra na Câmara Municipal de Lisboa para aprovação. Este projecto contemplava a criação no piso térreo do “Bar D. João” e no piso da cave o restaurante “Floresta”. Com o projecto aprovado, o novo conjunto reabriria em 1954.
“Bar D. João” e entrada para o restaurante “Floresta”
17 de Julho de 1954
Em 4 de Fevereiro de 1960, o “Bar D. João” e restaurante “A Floresta” eram substituídos pelo restaurante “Comodoro”, propriedade da firma “Cafetal - Sociedade de Cafetarias, Lda.” e com gerência confiada a Adolfo, Barral e Celestino. A propósito o jorna “Diario de Lisbôa” em 5 de Fevereiro de 1960 relatava:
«Adolfo, Barral e Celestino, técnicos categorizados, ofereceram a dezenas de pessoas um delicioso jantar volante, para inauguração do seu restaurante-bar "Comodoro", na Praça D. João da Câmara, 20.
Trata-se de um estabelecimento elegantíssimo, concebido e decorado pelo apreciado artista Lucien Donnat, de linhas modernas e com todo o conforto, que tem uma pista para dança, ao som do conjunto constituído pelo pianista Tobias Valido, pelo acordeonista Artur Andrade, primeiro prémio nacional e pelo vocalista Indalécio.»
3 de Fevereiro de 1960 22 de Dezembro de 1960
4 de Fevereiro de 1963
Restaurante “Comodoro” em 1963
Viria a existir por muitos anos tendo acabado como bar, já nos anos 80 do século XX. Hoje as suas instalações são ocupadas pela loja de produtos ópticos “Opticalia”.
fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Hemeroteca Municipal de Lisboa, Garfadas on line
1 comentário:
Em 2002 ou 2003 o Comodoro ainda estava aberto como restaurante.
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