O "Grande Hotel Duas Nações" foi fundado em 23 de Fevereiro de 1879, no 1º andar do edifício na Rua da Victoria esquina com a Rua Augusta, em Lisboa. O seu primeiro proprietário foi Felizardo da Lima Sertã, e em 1907 já era propriedade de José Marques que, viria a promover uma transformação radical, modernizando-o e reinaugurando-o em finais de 1908.
“Grande Hotel Duas Nações”, com a primitiva “Casa Africana” nas lojas do edifício
Anúncio da inauguração do “Hotel Duas Nações”, em 23 de Fevereiro de 1879
Publicidade em 16 de Abril de 1879
Anúncio em 1888
Nas fotos anteriores pode-se avistar a já desaparecida “Casa Africana”, instalada nas lojas do edifício desde 1872, e que em 14 de Dezembro de 1905 inauguraria a suas novas instalações num edifício no outro lado da Rua Augusta.
O "Grande Hotel Duas Nações" ocupava os cinco pisos do edifício - à excepção do piso térreo ocupado pela "Alfaiataria Ribeiro & Silva" - servidos por elevador e sobrados forrados a corticite. Os seus 58 quartos, todos com janela, tinham luz eléctrica, «casas de banho frios, quentes e de chuva». Quanto às comodidades o hotel oferecia sala para visitas, sala de piano e sala de leitura, «e todas mobiladas com extrema elegancia e ao mesmo tempo simplicidade, afim de que não haja acumulação de poeiras - e quem diz poeiras diz microbios - o inimigo que tão descuidadamente se deixa viver em muitas habitações entre os estofos, cortinados e outras decorações pelas paredes.»
1902
1904
“Grande Hotel Duas Nações” e a alfaiataria de “Ribeiro & Silva” e respectiva publicidade em 1910
A sua grande sala de jantar tinha capacidade para 80 pessoas, servidas em pequenas mesas, à francesa, «havendo almoço que é servido das 10 horas da manhan á 1 hora da tarde, e jantar das 5 ás 8 horas da noite, sendo a cosinha á francêsa e á portuguêsa, conforme os hospedes preferem.»
7 de Janeiro de 1926
«Para maior comodidade ainda, o proprietário sr. José Marques, estabeleceu um serviço de carruagens e de automoveis que facilita qualquer passeio a seus hospedes.
Tem ainda empregados habilitados a tratarem dos serviços de caminho de ferro, e que falam as línguas estrangeiras.
Tem telefone, tanto para a rêde geral como para o serviço interno do hotel.
Atendendo à parte economica devemos ainda dizer, que a diaria para os hospedes póde regular desde 1$300 a 2$500 réis por pessoa.»
25 de Dezembro de 1931
30 de Janeiro de 1932
Quanto à história deste “Grande Hotel Duas Nações” no período entre 1909 até ao século XXI, pouco sei dos seus proprietários, sendo que em 1914, já pertencia a Francisco Brito das Vinhas e em 1954 a Victor Marques Simões, segundo os anúncios abaixo publicados.
Almoço de confraternização da “Vacuum Oil” no “Grande Hotel Duas Nações”, em 30 de Agosto de 1938
1911 1913 1914
1933
1934
“Grande Hotel Duas Nações”, nos finais dos anos 40 do século XX e etiqueta de bagagem
1941 1954
O actual “Hotel Duas Nações”, funcionando em sistema de hotel residencial de 2 estrelas - “Hotel Duas Nações Residence” - e com 54 quartos, com os seus 140 anos de idade, é o hotel mais antigo de Lisboa, em actividade, seguido do actual “Hotel Borges Chiado” na Rua Nova do Almada e inaugurado como “Grande Hotel Borges” em 29 de Outubro de 1882.
Actual “Hotel Duas Nações Residence”
fotos in: Hemeroteca Digital, Arquivo Municipal de Lisboa, Hotel Duas Nações
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