O “Teatro Variedades”, foi inaugurado em 8 de Julho de 1926, no “Parque Mayer”, em Lisboa, tendo sido idealizado por Luís Galhardo em 1922, e começado a construir-se em 1924, sob o lago dos jardins do “Palácio Mayer”, com projecto do arquiteto Urbano de Castro.
“Teatro Variedades” com a Revista “A Mãe Eva”, de Lino Ferreira em cartaz e estreada a 16 de Novembro de 1928
Panfleto de 1926
“Teatro Variedades” em 1937 com a Revista “Olaré Quem Brinca?” de Baptista Diniz em cartaz
Abriu estreando a revista "Pó d’Arroz" , de autoria do grupo "Gregos e Troianos", com música de Tomás Del Negro e Raul Portela, com Anita Salambô e onde se estreia também, o então jovem actor e argumentista Vasco Santana.
Acerca da estreia desta revista o “Diario de Lisbôa” escrevia:
«O "compére" da nova revista "Pó de Arroz", original dos "Toianos" com que inaugura amanhã a nova e elegante "boite" do Parque Mayer, será desempenhado por Augusto Costa, artista dum comico irresistivel, que conta com um admirador em cada lisboeta.
A inauguração do Teatro Variedades, onde é estrela a gentil "divette" Anita Salambô, será, decerto o "clou" da temporada teatral.
Ensaiou "Póde Arroz", o meteur-en-scene Rosa Mateus que é já um nome consagrado, com excepcional destaque, entre os ensaidores do nosso tempo.»
Revista “Pó d’Arroz” de Luís Galhardo, José Galhardo e Vasco Santana
No dia seguinte o mesmo jornal relatava:
«No espectáculo de revista que ontem se inaugurou, no Teatro variedades, destaca-se a alegre e gentil "estrela" Anita Salambó, que marcou com muito brilho os seus numeros, principalmente os de caracter espanhol. Devemos tambem lembrar os nome de Augusto Costa (Costinha), actor de solidos recursos, e de vasco Sant'Ana, que esteve muito feliz numa rabula de caracter popular. O "costumier" Castelo Branco montou com riqueza a revista, vestindo com muita elegancia alguns grupos.»
Companhia e bailarinas da Revista “E Siga a Dança …”, de Lino Ferreira, e estreada em 16 de Março de 1929
A propósito da estreia da Revista “E Siga a Dança …”, mencionada na foto anterior, o jornal “Diario de Lisbôa” escrevia:
«Com grande interesse do público, manifestado desde ha muito, realiza-se hoje, no teatro Variedades, no Avenida Parque, a estreia da nova revista e m 2 actos e 17 quadros, «E siga a dança ...», que vai ser interpretada pelos artistas Carlos Leal, no «compère», Maria das Neves, Elisa Giselle, Margarida Almeida, Emilia Candeias, Beatriz Belmar, Sofia de Sousa, Joaquim Prata, Alfredo de Sousa, Artur Rodrigues, Artur Machado, os bailarinos Georges Botgen, Sonia Botgen e Lucy Snow, e 16 «girls» portuguesas.»
Revista “Chá de Parreira” de Xavier de Magalhães e estreada no “Teatro Variedades”, em 27 de Julho de1929
Neste teatro, no ano de 1931, celebrizaram-se êxitos da canção popular como o “Burrié”, da revista “O Mexilhão”, de Silva Tavares, Almeida Amaral, Xavier de Magalhães e interpretado por Beatriz Costa e Ribeirinho, “O Cochicho”, da revista “Pim! Pam! Pum!”, de Lino Ferreira, Lourenço Rodrigues, Fernando Santos, também do ano de 1931, e protagonizada inicialmente por Maria das Neves, mas popularizado por Beatriz Costa.
Plantas da sala de espectáculos, em 1937 e 1940
Além das revistas mencionadas anteriormente, de referir ainda outras que vieram a ter êxito como: "O Bom Sucesso" em 1927, com Teresa Gomes e João Gaspar, "Saricoté" em 1927, com Hortense Luz e Eduardo Reis, "Fado Liró" em 1928, com Carlos Leal e Luísa Durão, "A Paródia" em 1930, com Mary Laura e Santos Carvalho, "Arre Burro" em 1936, com Beatriz Costa e Hermínia Silva, "O João Ninguém" em 1936, com Mirita Casimiro, "Boa Nova" em 1942 com Hermínia Silva e Amália Rodrigues, "Alto lá Com o Charuto" em 1945, com Vasco Santana e Mirita Casimiro, "Se Aquilo Que a Gente Sente" em 1947, com Vasco Santana e Amália Rodrigues, "Ora Agora Viras Tu" em 1949, com Hermínia Silva e Luís Piçarra, "Mulheres Há Muitas" em 1954, com Laura Alves e Henrique Santos, "Abril em Portugal" em 1956, com Elvira Velez e Costinha, "Com Jeito Vai" em 1958, com Badaró e Mara Abrantes, "A Ponte a Pé" em 1965, com Humberto Madeira e Mariema, "Pois, Pois" em 1967, com Raul Solnado e Ivone Silva, "O Zé Faz Tudo" em 1970, com Florbela Queiroz e Victor Mendes, "Ó Pá Pega na Vassoura" em 1974, com José Viana e Carlos Miguel, "A Prova dos Novos" em 1988, com Marina mota e Carlos Cunha.
Estreada em 1927 Estreada em 1936 Estreada em 1947
Estreada em 1954 Estreada em 1963 Estreada em 1967
Programa da Revista “Pernas à Vela” de Amadeu do Vale, António Cruz e Eugénio Salvador estreada 8 de Março de 1958
Seria no “Teatro Variedades” e na Revista, “Peço a Palavra! ”, da autoria de Paulo da Fonseca, César de Oliveira, e Rogério Bracinha, estreada em 4 de Dezembro de 1969, que a actriz Anita Guerreiro cantou pela primeira vez uma das canções mais famosas de sempre acerca de Lisboa, intitulada “Cheira a Lisboa”.
Nos anos sessenta Giuseppe Bastos e Vasco Morgado asseguraram em conjunto a exploração do “Teatro Variedades”, tendo então promovido uma série de renovações no seu interior.
Revista “Empresta-me o Teu Apartamento”, traduzida por Rosa Lobato de Faria, e estreada em 25 de Setembro de 1971
Aqui se apresentaram artistas cómicos como Vasco Santana e Raul Solnado e actores e atrizes do teatro declamado como foi o caso de Eunice Muñoz, no espectáculo “Lições de Matrimónio” estreado em 14 de Maio de 1965 de Leslie Stevens. Na mesma década e na revista “Zero, Zero,Zero, Ordem Para Matar”, de Paulo da Fonseca, César de Oliveira, Rogério Bracinha e estreada em 1966, José Viana interpretou o “Zé Cacilheiro”, tema que se tornou conhecido do grande público. Nesse mesmo ano de 1966, o “Teatro Variedades” sofreu um incêndio quando estava em cena o espectáculo “Descalços no Parque”, original de Neil Simon com Irene Isidro no elenco.
1958 1979
Revista “Há Mas São Verdes! ” de João Nobre, César de Oliveira, Rogério Bracinha e Manuel Correia, estreada em 1982
Na década de 90 do século XX, foram empresários deste Teatro, Hélder Freire Costa e Vasco Morgado (filho), tendo sido o seu espaço renovado na mesma altura. Foi no “Teatro Variedades” onde foi gravado o programa “Grande Noite”, de Filipe La Féria, para a “RTP - Radiotelevisão Portuguesa”, em 1992, com um leque de artistas convidados que se tinham distinguido nalguns dos espectáculos do “Parque Mayer”, para além de um elenco fixo que contava com a presença de actores mais jovens.
Acerca da história do “Parque Mayer”, consultar neste blog o seguinte link: “Parque Mayer”
Fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Hemeroteca Digital, Biblioteca Nacional Digital, Instituto dos Museus e da Conservação, Presente e Passado, Almanak Silva, Rui Almeida (Flickr), IÉ-IÉ
1 comentário:
Hola muy buenas tarde soy un chico de tenerife que coleciona cosas antiguas y e encontrado una de sus revistas. De 4 de diciembre de 1969,
Enviar um comentário