Juntamente com o farol do Cabo Raso (1894) na fortaleza de S.Brás, o farol de Aveiro foi erguido em 1893 após 8 anos de construção. Seguiram-se a ponta de Sagres (1894) e o forte do Cavalo (1896) em Sesimbra.
Farol do cabo Raso (1894)
O Plano geral de Alumiamento e Balizagem do Continente de 1883 previa a instalação no arruinado baluarte de São Brás, no Cabo Raso, de uma luz de porto constituída por um aparelho de 4ª ordem, produzindo clarões de minuto a minuto, com um candeeiro de duas torcidas, garantindo 19 milhas de alcance luminoso em estado médio e 10 em estado brumoso, para marcar a passagem «ínvia e impraticável» entre a Roca e a Guia.
Incluía também a observação seguinte: "Emprega-se o apparelho optico que existe no deposito da Direcção Geral dos Correios, Telegraphos e Pharoes."
Assim se conservou esta primeira luz do Cabo Raso até 1915, data em que seria instalada a torre metálica que ainda hoje ali existe: "A luz vermelha instalada no angulo sul da casa do faroleiro foi substituída por um farolim de luz vermelha, o qual consta de uma torre de ferro pintada de vermelho, situada no forte de S. Braz e contígua à mesma casa do faroleiro, encimada por um aparelho iluminante de 5ª ordem com o alcance de 9 milhas”.
Foi electrificado no ano de 1947 e automatizado em 1984, o Farol do Cabo Raso proporciona hoje um alcance luminoso de 20 milhas.
Farol de Aveiro (1893)
O farol de Aveiro foi construído no século XIX, mais propriamente entre os anos de 1885 e 1893, tendo sofrido grandes reparações em 1929. Quem formulou o projecto foi o engº Paulo Benjamim Cabral, tendo sido concluído pelo engº Maria de Melo Mattos. Electrificado em 1936, foi ligado á rede de distribuição de energia em 1950. O seu custo importou em 51 contos (255,00 €).
Farol de Aveiro
Selo do farol de Aveiro, pintado por Maluda, 1987
O Farol de Aveiro é mais alto de Portugal, e 2º mais alto de Península Ibérica, ergue-se a 66 metros acima do nível do mar, com uma altura de 62 metros, estando classificado como um dos 26 maiores do mundo. A escadaria é composta por 271 degraus em pedra e em forma de caracol.
Farol da Ponta de Sagres (1894)
Inaugurada em 4 de Março de 1894 para solenizar o centenário do Infante Dom Henrique, a luz de resguardo da Ponta de Sagres começou logo desde o seu primeiro acendimento e pelo seu diminuto alcance a provocar justos reparos e reclamações da numerosa navegação que ali passava. Muito mais avançado para o sul e tendo menos trinta metros de altitude que o Cabo de S. Vicente, não era com uma luz de três milhas de alcance luminoso que se devia ter assinalado o promontório de Sagres.
O Aviso aos Navegantes nº 3 de 3 de Março de 1894 indica que a luz é fixa vermelha, com um alcance de cinco milhas, utilizando um candeeiro a petróleo. Em 28 de Novembro de 1906 o aparelho de luz foi substituído por outro de maior alcance. O aparelho é de luz fixa vermelha, de horizonte, com candeeiro de duas torcidas e 12 milhas de alcance luminoso. Em 30 de Junho de 1923 começou a funcionar o novo farol de Sagres.
O edifício constava de uma torre quadrangular de alvenaria branca, com anexos de um só pavimento, para habitação de faroleiros e depósito de material. A torre media 5,5 metros de altura, desde o terreno até à aresta superior da cornija. A fonte luminosa é um candeeiro de nível constante. A rotação da óptica era produzida através de um mecanismo de relojoaria e o alcance luminoso é de 14 milhas.
Em 1 de Abril de 1960 começou a funcionar o novo farol de Sagres (3ª torre), cuja construção foi orçada em 146.890$00 (€ 733,00), tendo sido demolido o velho. O farol foi electrificado e automatizado em Agosto de 1983, ficando a ser monitorizado a partir do farol de S. Vicente, deixando de estar guarnecido de faroleiros.
Farol de Sagres, de 1960
Farol do Forte do Cavalo, em Sesimbra (1896)
O Farol do Forte do Cavalo está instalado no antigo Forte de S. Teodósio, construído entre 1648 e 1652 na Ponta do Cavalo, em Sesimbra, Setúbal. O farol propriamente dito, assim como os alojamentos para os faroleiros que o guarneciam, foram erigidos na bateria superior do forte em meados de novembro de 1895, entrando em funcionamento em Setembro do ano seguinte, emitindo uma luz vermelha, fixa, do alto de uma torre de 6 m. Em 1927 a luz foi alterada para branca de ocultações. Em Fevereiro de 1940, transita para o Ministério da Marinha, enquanto que o forte transita para o Ministério das Finanças.
Em 1959, a torre branca foi pintada de vermelho, cor que actualmente ostenta. Em 1972 é electrificado e onze anos depois é remodelado e automatizado, passando a utilizar lâmpadas de halogénio com cambiador. Possui, nos dias de hoje, uma óptica dióptrica catadióptrica de Fresnel de quinta ordem, com 187,5 milímetros de distância focal, instalada no alto de uma torre de sete metros, estando o plano focal a 35 metros de altitude.
No ano de 1881 foi criada uma Comissão de Faróis e Balizas com um plano de sinalização marítima da costa, portos e barras. Cerca de vinte anos depois, a dependência dos faróis passa do Ministério das Obras Públicas para o Ministério da Marinha, onde, com a denominação de ‘Direcção de Faróis’, se encontra ainda hoje. É o organismo da Direcção Geral de Autoridade Marítima que tem por missão a direcção técnica das ajudas à navegação, coordenando o estudo, instalação, manutenção e extinção das mesmas a nível nacional.
Em 1907 o Serviço de Faróis passou a constituir uma Repartição própria, directamente dependente da Direcção-Geral da Marinha.
Com o aumento significativo do número de faróis e dispositivos de assinalamento implantados, foi então criada a Direcção de Faróis, por decreto datado de 23 de Maio de 1924, com o objectivo de concentrar numa única entidade a responsabilidade por todas as Ajudas à Navegação em Portugal Continental e ilhas, assim como pela gestão do pessoal faroleiro. Em 1926 foram construídos em Caxias, uma oficina, um depósito de material e um edifício para receber a estrutura organizacional da direcção,.
fotos antigas in: Leuchtturme Portugals auf historischen Postkarten, Prof 2000
Infografias de Carlos Esteves e Jaime Figueiredo in: Expresso
Na próxima semana, último post da história dos Faróis Portugueses, intitulado “Faróis Portugueses … (5)” na etiqueta ‘Faróis’
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