A sala de espectáculos "Radio Cine" terá aberto pela primeira vez as suas portas em Montemor-o-Novo no mês de Abril de 1935. Propriedade da "Empresa Rádio Cine, Lda,", e com os seus 488 lugares, funcionou no edifício do antigo "Hospital do Espírito Santo e Santo André", até ao final dos anos 50 do século XX.
Interior do "Rádio Cine"
"Hospital do Espírito Santo e Santo André", onde funcionou o "Rádio Cine"
Nos arquivos da Torre do Tombo, há uma menção existe uma referência à exibição de uma peça teatral de seu nome "João de Montemor", em 1953 : «Peça em quatro actos da autoria de Joaquim Caetano Pinto a ser representada em Montemor-o-Novo na Empresa Rádio Cine por um grupo de amadores.»
No mesmo ano, ainda há referência a outra peça teatral "Trinta Botões" : «Comédia em um acto da autoria de Eduardo Garrido. Peça representada em 1932 na União Social Católica, em 1938 no Sport Cclu Intendente e em 1953 pelo Radio Cine de Montemor o Novo.»
No desdobrável histórico editado pelo Posto de Turismo desta localidade, com o título "Montemor | O | Novo centro histórico | arrabalde" pode-se ler:
«O seu nome deve-se à junção de duas Albergarias: Espírito Santo e Santo André. Aqui funcionou este hospital até 1882, altura em que foi transferido para o Antigo Recolhimento de Nossa Senhora da Luz.
Na Igreja do Espírito Santo, funcionou no séc. XX uma sala de espectáculos, o "Rádio-Cine".»
Montemor-o-Novo nos finais do século XIX
Montemor-o-Novo nos anos 40 do século XX
Por outro lado o "Portal Montemor o Novo" refere:
«Em 1878 o recolhimento foi extinto e as instalações hospitalares anteriormente localizadas no Hospital Espírito Santo e Santo André (actualmente conhecido como edifício Rádio-Cine) foram para aqui transferidas, decorria o ano de 1882, e onde se mantém.
Neste antigo edifício conventual de grandes dimensões, com dois pisos, estão actualmente instalados, para além do já referido hospital, uma farmácia e o Centro de Saúde de Montemor. A igreja á atualmente usada como capela funerária.»
Outras duas colectividades de cultura e recreio de Montemor-o-Novo ...
E a propósito de "Carlista", no jornal "Diario Illustrado" de 3 de Abril de 1875 ...
Em 17 de Janeiro de 1960, era inaugurado o "Cine-Teatro Curvo Semedo". Com capacidade para 700 espectadores foi projectado pelo arquitecto Raúl Lino (1897-1974), tendo a sua construção sido iniciada em 1925 (!) ... Este cine-teatro veio substituir o "Theatro Montemorense", consumido pelas chamas em Maio de 1922.
A propósito do "Theatro Montemorense", e segundo o "Diccionario do Theatro Portuguez" (1908) da autoria de Souza Bastos ...
«É propriedade de uma companhia edificadora, que o construiu. Começou a ser edificado em 1879 e foi inaugurado pouco tempo depois por alguns artistas de Lisboa, que representaram a comedia: 'A voz do sangue'. Já ali representavam muitos artistas distinctos, entre os quaes: Taborda, Antonio Pedro, Cesar Polla, Augusto de Mello, Posser, etc. Possue vistas de bosque, jardim, praça, diversos gabinetes, etc. O rendimento d'este theatro é de 120$000 réis e a despeza réis 25$000 em cada recita. Tem 13 camarotes de 1ª ordem, 13 de 2ª, 8 frizas, 30 fauteuils, 80 logares de superior e 100 de geral. O theatro aluga-se por 84000 réis em cada recita.»
Dentro da elipse desenhada, o Hospital e os "restos mortais" do "Theatro Montemorense"
"Cine-Teatro Curvo Semedo" por altura da sua inauguração
Interior e exterior actuais
Hospital e Centro de Saúdo, e à sua esquerda (na foto) o "Cine-Teatro Curvo Semedo"
Aqui ficam alguns folhetos ilustrativos da sua actividade cinematográfica e teatral do
"Rádio Cine", entre 1946 e 1948, disponibilizados
"Arquivo Municipal de Montemor-o-Novo". De referir que escolhi folhetos sobre filmes e peças teatrais portugueses, mas exibiu principalmente filmes americanos da distribuidora
"Rádio Filmes, Lda." cuja história pode ser consultada, neste
blog, no seguinte link: "
Rádio Filmes".
Balcão da "Rádio Filmes, Lda.", na Av. Duque de Loulé em Lisboa
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