A "Antiga Ervanária" localizada no Largo da Anunciada, em Lisboa, e actualmente propriedade da firma "Alfredo Augusto Tavares, Sucessores, Lda.", foi fundada, em 1793 no antigo Passeio Público (actual Avenida da Liberdade) com a designação de "Botica do Passeio Publico".
Em 1924, um dos seus filhos, Alfredo Augusto Tavares, alterou o nome comercial de "Botica do Passeio Publico" para "Antiga Ervanária", nome por que ainda é conhecida nacional e internacionalmente.
Excertos dum artigo do jornal "A Capital"
«Foi no extinto Passeio Público, onde hoje se ergue a Avenida da Liberdade, qua a Antiga Ervanária, teve a sua primeira sede, sendo fundada no ano de 1793. Deve-se a instalação da casa a um ascendente de Augusto Tavares que veio a falecer em 1880, legando a sua propriedade a sua viuva D. Joaquina dos Santos Pereira, a qual exerceu a administração até 1924, ano em que morreu com a veneranda idade de setenta e cinco anos.
Já nessa época colaborava com esta senhora, sendo um cooperador valioso, seu filho Alfredo Augusto Tavares, que lhe sucedeu. Se até aí a Antiga Ervanária havia granjeado a melhor reputação, com a gerência de Alfredo Augusto Tavares tomou um incremento notável, tornando-se conhecida em todo o país como a melhor casa especializada no comércio de plantas medicinais.
Morto Alfredo Augusto Tavares em 1938, passou o estabelecimento à posse da sua filha D. Laura Tavares Rodrigues e de seu genro Abel Artur Rodrigues, dedicadamente auxiliado por sua esposa, há anos que vem demonstrando as suas excepcionais qualidade de iniciativa ao serviço da mais sólida autoridade técnica. Dispondo de um grande armazém na Avenida 24 de Julho, a Antiga Ervanária daí fornece vários países estrangeiros, especialmente os Estados Unidos da América, Inglaterra, Brasil, etc. »
Em 1990, esta sociedade passou a ser gerida por Américo Paixão e Maria Celeste Santos, principais fornecedores de plantas medicinais da "Antiga Ervanária" há várias décadas, «os quais têm levado a cabo inúmeras iniciativas, garantindo produtos seguros e sãos e a resposta às necessidades do consumidor: instalações modernizadas; novos moldes no âmbito do comércio a grosso e a retalho, conhecimentos aprofundados sobre a colheita e seleção das espécies botânicas; importação, exportação, armazenamento e distribuição por ervanárias, centros dietéticos, farmácias e supermercados; implementação do sistema HACCP, baseado no Codex Alimentarius e nos Códigos de Boas Práticas de Fabrico e Higiene.
Esta casa com 223 anos de existência (!), «além do emprego das plantas medicinais sob a forma de infusões, decocções e cozimentos, simples e em fórmulas, estas também são comercializadas sob formas farmacêuticas mais elaboradas: comprimidos, cápsulas, soluções orais, extratos, cremes, entre outros, fabricados em laboratórios creditados. »
Já em 1945 ... «Tudo nesta remota emprêsa recorda o passado, sem que o presente desmereça do esfôrço e norma empreendedora de sempre.»
fotos in: Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian, Hemeroteca Digital de Lisboa
1 comentário:
Quando era pequenito, por volta de 1955 essa Hervanária era do meu tio, irmão do meu pai, Eduardo Fraga. Foi uma surpresa encontrar este documento. Carlos Fraga (karlosfraga@sapo.pt)
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