O “Hotel Bragança”, localizado na Rua do Alecrim, em Lisboa, terá iniciado a sua actividade, como Hotel, em 1924, pelas mãos do brasileiro, Mario Xara Brazil. Não confundir este Hotel com o “Braganza Hotel” na Rua Victor Cordon e encerrado definitivamente em 1913, e cuja história pode ser consultada neste blog, no seguinte link: Braganza Hotel
“Hotel Bragança”
Escrevi «iniciado a sua actividade, como Hotel» já que começou por ser uma pensão de seu nome “Pensão de Família”, que ter-se-á instalado por volta de 1910/1913 neste edifício, e em 1924 já era o “Hotel Bragança”, passando a ocupar todo o edifício, à excepção do piso da entrada pela Rua do Alecrim que era ocupado pela agência de navegação a “Liverpool Brazil and River Plate Steam Navigation Company, Limited”.
Edifício ainda sem a “Pensão de Família” instalada, em foto de 1906
Já com o letreiro de “Pensão de Família”
Nota: Apesar de já ter abordado superficialmente a existência do “Café-Restaurant Royal”, no piso térreo do edifício da Companhia de Seguros “Portugal Previdente”, num artigo neste blog, acerca da mesma, na próxima 5º feira publicarei uma artigo com a história ilustrada deste Café, e visível em várias fotos aqui.
1924
Em 1933, brasileiro Mario Xara Brazil, adquire o trespasse da primitiva firma “Pensão Família Hotel”, e promove profundas remodelações no “Hotel Bragança”, passando a recomendá-lo «pelo conforto, socego e modicidade de preços».
1933
Frente e verso de calendário e marcador de livro de 1935
Etiquetas de bagagem
1943
1959
Em 17 de Julho de 1888, publicidade a outro “Hotel Bragança”, mas em Queluz
“Hotel Bragança” à esquerda no postal
No século XXI o “Hotel Bragança” (ou melhor dizendo, o que restava dele …) é adquirido por um grupo português liderado por Carlos Ornelas Monteiro, e é profundamente transformado e actualizado, mudando de nome para “LX Boutique Hotel”, sendo aberto em Setembro de 2010, e oferecendo 46 quartos.
“Lx Boutique Hotel”, em 2010
Em 2014, o “Lx Boutique Hotel” é ampliado ao edifício contíguo, esquina com a Praça Duque de Terceira, e passa a ter mais 16 quartos, oferecendo um total de 61.
“Lx Boutique Hotel”, actualmente
fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian (Estúdio Mário Novais), Arquivo Municipal de Lisboa, Hemeroteca Municipal de Lisboa, LX Boutique Hotel
8 comentários:
Caro José Leite,
Tendo por aí passado, faz pouco, a propósito de Mário Domingues (1899-1977), escritor, ia-me então perguntar, e o Café Restaurant Royal (?), quando reparei que já abordara o assunto: Portugal Previdente Companhia de Seguros
Cumprimentos
Caro Rui Granadeiro
Quanto ao "Café Royal", e apesar de o já ter abordado por aqui, como o Rui disse, na próxima 5º feira publicarei um artigo específico acerca do mesmo, com a sua história ilustrada como é costume.
Grato pela sua lembrança.
Os meus cumprimentos
Desculpe, mas fiquei agora com uma enorme dúvida. Ando a traduzir para Português um livro turístico-literário-histórico sobre Lisboa, escrito por um amigo alemão. Ele aproveita o início da subida da Rua do Alecrim para meter dois trechos dos Maias. No primeiro Carlos vê Maria Eduarda pela primeira vez estando no peristilo do Hotel Central. Pela descrição de Eça da localização do "Hotel Central" só pode ser aquela que recentemente foi ocupada pelo LX Boutique. E que neste seu admirável artigo V.Exa diz ser um tal antigo Hotel Bragança ou Braganza. Acontece porém que a data aqui referida para a inauguração deste Hotel Bragança é incompatível com a sua frequência pelo Eça. Noutros sites já li que este aqui era mesmo o "Hotel Central" (real, e com o mesmo nome do romance) e que o Hotel Bragança, também real, e também frequentado por Eça e outros ilustres contemporâneos, fica perto deste mas noutra rua. Como quero que a tradução deste formidável livro (a que eu vou acrescentado algumas coisas com interesse) fique sem quaisquer erros, será que me podia esclarecer esta situação e se este foi mesmo o Hotel Central e não o Bragança? Agradecendo desde já, cumprimento-o pelo seu interessantíssimo blog
Depois da enorme dúvida que acabei de colocar, surgiu-me uma hipótese. O Hotel Central, aqui, terá encerrado em 1919. Será possível que, nas várias finalidades que teve o edifício a partir de 1919, esteja incluída a versão de um novo hotel, chamado Bragança, como refere, em ano bem posterior à época do Eça ?
Muito obrigado
Caro Nuno Figueiredo
Está enganado nas suas suposições, resultado das suas infundadas dúvidas ...
Decerto não consultou os meus artigos acerca das histórias do "Grand Hotel Central" e do "Braganza Hotel" (não confundir com o Hotel Bragança!).
As respostas às suas dúvidas estão lá certamente.
Aqui ficam os links directos:
http://restosdecoleccao.blogspot.com/2016/09/grand-hotel-central-em-lisboa.html
https://restosdecoleccao.blogspot.com/2018/01/braganza-hotel.html
Aproveito para agradecer as suas amáveis palavras relativas ao meu blog.
Os meus cumprimentos
José Leite
Tem toda a razão! Já fui ver os artigos indicados e agora, auxiliado também pelas fotografias que lá colocou, já consegui idealizar perfeitamente a localização do "Grand Hotel Central" , o caminho de Maria Eduarda vinda do fim do Aterro (cujas fotografias também vi), e a posição de Carlos da Maia no segundo e fatal encontro. E assim a tradução ficou sem quaisquer hipóteses de erro. Muito obrigado!
Descobri há poucos dias o seu blog, e é mesmo excelente!
Descobri-o por acaso porque estava a ler "O ano da morte de Ricardo Reis", de Saramago, e boa parte do enquadramento é justamente nesse Hotel!
Assim, ao procurar no google referências ao Hotel Bragança encontrei o seu blog. E está já nos favoritos!
Cumprimentos
Carlos Azevedo
Estou lendo O ano da morte de Ricardo Reis e esse relato sobre o hotel me fez idealizar os relatos de Saramago. Muito obrigado!
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