O “Hotel de L’Europe” abriu as suas portas na Praça Luís de Camões, em Lisboa, em Abril de 1921 e propriedade da empresa “Hoteis Alexandre d’Almeida”. Juntamente com este Hotel esta empresa já detinha neste ano de 1921, o “Hotel Metropole” (1914) no Rossio, o “Francfort Hotel” (1917) no Rossio e era arrendatária do “Palace Hotel do Bussaco” (1917). Anos mais tarde mudaria a sua designação para “Hotel Europa”.
Anúncio em 24 de Dezembro de 1921
Janeiro de 1927
O primeiro “Hotel de l’Europe” - inicialmente designado de “Grande Hotel de l’Europe” - de Lisboa, propriedade de Ferdinand Piper tinha-se instalado, em 1896 no 1º andar do “Palácio dos Barcelinhos” propriedade do Visconde de Ouguella, que se tornou conhecido depois de aí se terem instalado os “Grandes Armazéns do Chiado”.
1896
Anúncio de 1898 e Menú do jantar de 9 de Junho de 1900
Lembro que o espaço ocupado “Grande Hotel de l’Europe”, desde 1883 até 1912, já tinha sido ocupado pelo “Grande Hotel Gibraltar”, inaugurado em 24 de Julho de 1874, e posteriormente pelo “Hotel Universal”, e propriedade de J.B. Podestá.
1874
O “Hotel de l’Europe” , na Praça Luís de Camões, classificado de 2ª categoria ainda figurava com este nome em finais de 1930, após que mudaria de designação para, ”Hotel Europa”. Funcionou até 1980, ano em que encerrou definitivamente.
Entretanto o roteiro “Hotéis e
Pensões de Portugal” de 1939 informava acerca deste Hotel:
« Instalação com todo o
conforto moderno.
Situação magnífica. Quartos
simples e de luxo, todos com aquecimento, água corrente e telefone.
60 Quartos
Pequeno-Almoço: 6$00
Almoço: 18$00
Jantar: 18$00
Diária: Mínimo 40$00 e Máximo 100$00 »
Enquadramento do “Hotel Europa” na Praça Luís de Camões e incêndio numa mansarda do hotel
No seu lugar, abriria em 25 de Maio de 2005, o “Bairro Alto Hotel”, propriedade da família Tavares da Silva e membro da cadeia “The Leading Hotels of the World”. O projecto deste primeiro «boutique hotel» português de 55 quartos e quatro suites, ficou a cargo dos arquitectos José Pedro Vieira e Diogo Rosa Lã, da “Bastidor Interiores e Design”.
Os azulejos do restaurante Flores do Bairro, do Café Bar e do Terraço têm marca lusa, assim como os atoalhados e a loiça da “Vista Alegre”. Cada quarto tem pintado um fresco de um pássaro diferente, desenhado pela artista Virgínia Mota. No lobby duas esculturas de Rui Chafes, enquanto que as fotografias do restaurante, da mezzanine e da sala de reuniões têm a assinatura de Rui Calçada Bastos. Nos quartos mansardas, as fotografias são da autoria de Nuno Cera. Os paladares portugueses do restaurante Flores, sob a direcção do chefe Vasco Lello.
fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Hemeroteca Digital, Garfadas on line, Moussia, Bairro Alto Hotel
1 comentário:
Caro (a),
Tenho procurado informações de um hotel onde um antepassado meu esteve hospedado no final de abril de 1886. Como esse familiar deixou escritas algumas referências, penso que o Grand Hotel l'Europe é o candidato mais provável de ter sido o local escolhido.
Primeiro, ele refere-se à "rua de trás do Carmo"; depois, era pessoa com posses, tinha chegado a Lisboa num vapor francês; por fim, refere que apanhou um elétrico nessa ladeira com destino a Santa Apolónia. Mas, se com estas referências, houver um local mais provável, agradeço a dica.
A minha dúvida tem a ver com a história do próprio Hotel. vejo em alguns locais que era no n.º 16 e que foi inaugurado em 1845; na sua página, que também faz referência ao n.º 16, primeiro afirma que foi instalado em 1896, mais tarde refere que ele ocupou o espaço desde 1883 a 1912 e antes disso existiram outros hotéis. Dúvida adicional: o n.º 16 à época corresponde mais tarde ao n.º 2? É que a entrada dos Grandes Armazéns do Chiado, que é dado como comum ao hotel, fica mesmo no início da Rua do carmo, é impossível ser o n.º 16...
Como vê, as dúvidas são algumas. Se me puder ajudar, agradeço.
Os melhores cumprimentos,
João Bacelar
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