A “Fábrica de Pólvoras Físicas e Artifícios” (1927-1947) em Barcarena, no concelho de Oeiras, foi inaugurada em 8 de Dezembro de 1729, inicialmente denominada de “Real Fábrica de Barcarena” .
“Diario Illustrado” de 7 de Junho de 1901
“Fábrica de Pólvoras Físicas e Artifícios”
A partir de, por volta de 1817, a “Real Fábrica de Barcarena” seria composta por duas instalações fabris apelidadas de «Fábrica de Baixo» e «Fábrica de Cima».
«Fábrica de Baixo»
A «Fábrica de Baixo», instalações principais e iniciais, era composta pela "Casa dos Engenhos", oficinas, armazéns, e infra-estruturas de apoio como enfermaria e capela.
A «Fábrica de Cima», assim chamada por se encontrar a Norte da «Fábrica de Cima», terá sido construída no início do século XIX após o incêndio de 1805, e terminada por volta de 1817. Esta tinha como finalidade evitar situações de paralisação no fabrico da pólvora, devido a acidentes, ou outros acontecimentos.
«Fábrica de Cima»
De 1791 a 1869, ano em que foi extinto, a Fábrica constituiu uma dependência do Arsenal do Exercito. Em 1895 a Fábrica volta a ficar sob sua alçada, até 1927 e passa a denominar-se “Fábrica de Pólvoras Físicas e Artifícios”. Especialmente destinada ao fabrico das pólvoras negras, à manufactura dos artifícios pirotécnicos e ao carregamento dos cartuchos, a Fábrica assiste já nos anos 40 do século XX à introdução na sua laboração, de uma linha de pólvora química.
Enquanto “Fábrica de Pólvoras Físicas e Artifícios” sofreu o seu maior incremento, com a aquisição de nova maquinaria, modernizou o seu laboratório, estreitou a cooperação com as escolas práticas do Exército, produziu diversos tipos de pólvoras de caça e militares, bem como rastilhos e todo o tipo de artifícios e engenhos aplicados à nova maquinaria de guerra.
Central Hidroeléctrica em 1925
Central a Diesel a partir de 1929
Em 1947 passa a denominar-se “Fábrica Militar de Pólvora e Explosivos” detendo uma maior diversificação de produtos de pólvoras ficando também apta para o serviço de pólvoras químicas para fins militares.
Em 1951, ano em regista o mais elevado número de trabalhadores a “Fábrica Militar de Pólvora e Explosivos” é arrendada, por um período de 25 anos, a uma sociedade mista, a “Companhia de Pólvoras e Munições de Barcarena”.
Em 1957, é construída a “Fábrica de Pólvora M1” para a produção de pólvora de base simples (nitro celulose) que, cedo, foi encerrada e entregue à “Fábrica Nacional de Munições de Armas Ligeiras”.
Corpo privativo de Bombeiros em 1908
Em 1976, a Fábrica reabre já com grandes dificuldades económicas, para produzir pólvora de caça, com a designação de “Fábrica de Pólvora e Explosivos de Barcarena”, designação que manterá até ao seu encerramento. Entretanto, em 1985 passa a fazer parte da INDEP, EP - Indústrias Nacionais de Defesa, Empresa Pública, criada em 1980 acabando por encerrar definitivamente a sua actividade, em 1988.
Em 1995 a Câmara Municipal de Oeiras adquire as instalações transformando-a num complexo aberto a todos, em 1998, onde estão instalados alguns serviços da câmara, vocacionando para actividades culturais, lazer e divertimento.
Bibliografia: Blog “Oeiras com História”
fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Oeiras com História
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