A sucursal companhia de seguros de Paris, “L'Urbaine-Vie” estabeleceu-se em Lisboa em 17 de Maio de 1883, na Rua Nova de El-Rei (Rua de El-Rei a partir de Junho de 1889 e Rua do Comércio após 5 de Outubro de 1910). A partir de 1885 passou também a segurar contra incêndios.
Sede na Rua Mova de El-Rei (actual Rua do Comércio)
1891 1897
Em 1964 a “L’Urbaine-Vie” muda de designação para “L'Urbaine - Companhia Anónima de Seguros da Vida Humana”. Neste ano era René Cornemillot, o Director Geral da desta Companhia em Portugal. É neste ano que é publicado o primeiro “Boletim da L’Urbaine”, assim justificado por René Cornemillot:
«quando uma família aumenta é cada dia mais difícil manter-se o contacto entre os seus membros numerosos e dispersos. Era pois necessário criar um elo (…)». Terminando com «votos pela prosperidade do “Boletim” e para que os seus leitores encontrem sempre nas suas linhas o eco da nossa grande alegria: a alegria de trabalharmos todos unidos para a obra de engrandecimento da Companhia que aceitámos servir».
Em 29 de Maio de 1963, é inaugurado o novo edifício-sede, em Portugal, da “L'Urbaine - Companhia Anónima de Seguros da Vida Humana”, num dos edifícios da Praça Marquês de Pombal, esquina com a Avenida Duque de Loulé, em Lisboa…
… e a propósito podia-se ler no segundo “Boletim de L’Urbaine” de 1964 :
“No velho sítio do Andaluz, em chãos de quintas sem história, projectou-se por 1880 uma grande rotunda, mas, como o local era afastado e a frequência perigosa, a urbanização levou anos a fazer. Por isso em 1898, quando da Feira do Centenário da Índia (de que nos resta uma pitoresca litografia que a nossa vizinha «B.P.» aproveitou com felicidade para o seu mural) existiam no vasto círculo apenas dois prédios: o que faz ângulo para o que seria a Rua Braamcamp (T.A.P.) e, do outro lado, a uma teórica esquina da futura Fontes Pereira de Melo, no meio dum jardim, o palacete do Conde de Sabrosa, naquele estilo novo-rico do último quartel do século XIX, meio renascença francesa, meio ridotto italiano, onde vivia em 1910 o Dr. Miguel Bombarda e de onde saiu o seu funeral. À ilharga da inexistente Duque de Loulé, ficava o anexo destinado às cocheiras, ostentando na fachada uma lápide comemorativa de aí se haver instalado o hospital de sangue quando da proclamação da República. É exactamente nessa esquina que se ergue hoje a grandiosa mole do edifício da L’Urbaine.
Quando ao subir as escadas do metropolitano se vê crescer aquela enorme bisarma com os seus 7 andares cheios de elevadores, monta-cargas e telefones, tão proficientemente funcional que até faz aflição, todos os veteranos, todos os que têm mais de 20 ou 25 anos de casa, devem, como eu, sentirem enevoar-se-lhe os olhos ao pensar no longo tempo decorrido, uma vida inteira gasta em trabalho quotidiano, e naqueles que ficaram pelo caminho. E quantas vezes me surpreendo a pensar na L’URBAINE de outrora!... Nas salinhas acanhadas da Rua do Comércio; no alargamento progressivo das instalações da Rua Augusta e, mais ainda, com ternura e saudade, em nomes e rostos desaparecidos, tenham sido eles figuras de proa ou humildes colaboradores…..Todos ajudaram a construir esta URBAINE que conhecemos agora! Ergue-se, repito, a materialização desta nova URBAINE; mas, quando a contemplo, não é a montanha de mármore, ferro e vidro que eu admiro: é a lembrança dos que, dando todo o seu esforço para que se levantasse, a não chegaram a ver, dos que nos transmitiram o exemplo a seguir… E, dentre eles, recordo principalmente o Homem que foi a pedra sobre que ela se edificou: o Sr. Pereira Sampaio, «verte vieillesse» impecável, impulsionador principal desta «Mãe dos seguros de vida…» e que foi muito justamente evocado pelo Sr. Montel aquando da inauguração (…)». in: Periscópio - Revista Blogue, a quem desde já agradeço.
fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian
Em 1968 a “L'Urbaine” passa a integrar uma vasta rede seguradora de nível mundial, a “UAP - L'Union des Assurances de Paris” - (resultado da fusão entre L'Urbaine, L'Union e La Séquanaise). Posteriormente, em Portugal, transforma-se na “Aliança UAP”, aquando do processo de fusão das companhias “Companhia de Seguros Aliança Seguradora, EP” (resultado da fusão das 5 seguradoras Douro, Tagus, Argus, Mutual, Ourique em 1979), “Companhia de Seguros Garantia” (1853) e “UAP”.
1903 1920
1909
1925
1909 1958
Em 1989 as delegações gerais da UAP passam a sociedades de direito local, surgindo as designações “UAP Portugal, Companhia de Seguros de Vida, S.A.” e a “UAP Portugal, Companhia de Seguros, S.A.”, com sede em Lisboa.
A “Aliança Seguradora S.A.” é privatizada a 51%, em 1991. É então que os maiores acionistas da Aliança Seguradora, da Garantia e da UAP Portugal (Vida e Não Vida) decidem juntar as suas atividades e estabelecem um protocolo para a criação do Grupo Segurador Aliança UAP. No ano seguinte a “UAP Portugal, Companhia de Seguros de Vida, S.A.”, aumenta o seu capital e altera os estatutos, passando a designar-se como “Aliança UAP, Companhia de Seguros de Vida, S.A.”. iniciando-se as operações conducentes à fusão das três Companhias.
Em 1993 a carteira do Ramo Vida da “Aliança Seguradora, S.A.” passa para a recém-constituída “Aliança UAP, Companhia de Seguros Vida S.A.”, em 1995 é constituída a “Aliança UAP, Companhia de Seguros, S.A.”.
Finalmente em 1997 a “Aliança UAP” muda de nome e de imagem depois da fusão entre a AXA e a UAP, em França e passa a chamar-se “AXA Portugal”, fazendo parte do “Grupo AXA”.
2 comentários:
Um bom exemplo de como tudo se transforma. Hoje olhamos para a AXA na Praça do Marquês de Pombal e dificilmente imaginamos o que esteve por detrás daquele aparato...
Caro Manuel Tomaz
Diz bem! A exemplo de outros edifícios e outras empresas.
Pelo menos este edifício ainda resistiu aos tempos ...
Os meus cumprimentos
José Leite
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