Restos de Colecção: Casa Quintão

17 de abril de 2013

Casa Quintão

A "Casa Quintão Sucrs. J. A. Pereira"foi fundada por Germano António Quintão em 1 de Maio de 1880, numas instalações exíguas, na Rua Serpa Pinto sendo afamada pelas qualidade das camas e colchoaria. Toda a aristocracia de então se tornou cliente desta casa, «onde todos os segredos e requisitos dessa arte se destinavam únicamente a bem servir».


Germano António Quintão

Em 1900, e depois da casa ter sucedido a seu genro, José António Pereira, são inauguradas novas instalações na Rua Ivens, 32, altura em que inicia o comércio de tapetes manuais. Graças a esta loja ressurgem os tapetes de Arraiolos e são comercializados os tapetes "Beiriz". Continuava no entanto comercializar mobiliário, faiança, ferros forjados e cristais.


1900

A "Quintão", a "Casa Jalco", e a "Companhia dos Grandes Armazéns Alcobia" coexistiram na mesma Rua Ivens, ao Chiado, em Lisboa, com uma história associada, e dentro do mesmo género de negócio.

                                             1913                                                                                           1919

 


1931 Pub

Publicidade no “Diário da Manhã” de 1931

Em 1933 os sócios João Alcobia e José António Pereira, adquirem novas instalações para a “Quintão, Lda.”, na rua Ivens, 44 em Lisboa.

«Aos arquitectos irmãos Rebelo de Andrade deve Lisboa miais uma instalação modernissima, progressiva e bela- a da casa de mobiliario e decoracões da firma Quintão, na rua Ivens. Uma entrada ampla e bem lancada, salas onde a arquitectura se harmoniza com os moveis criados e exostos por um novo artista- o jovem Alcobia, Pelas paredes, quadros de Antônio Soares e Jorge Barradas; sobre os moveis, esculturas de Delfim Maya; no tecto, serpentinas da Checo-Eslováquia, e por toda u parte as ultimas criações de Paris e Berlim. 
A inauguraçao constitui uma bela festa de arte a justificou as felicitações recebidas pelos arquitectos Rebelo de Andrade, pelo seu discípulo Alcobia e pelo sócio capitalista sr. Jose Antonio Pereira.»  in “Diario de Lisbôa” de 11 de Junho de 1934.

Publicidade no “Diario da Lisbôa” de 1933


1936

Na revista “Panorama” em 1945

Uma década mais tarde, em 9 de Outubro de 1946 são inauguradas a ampliação e remodelação das instalações, segundo projecto do arquitecto Bureau e ideia de João Alcobia, sócio-gerente da "Casa Jalco", da "Companhia dos Grandes Armazéns Alcobia" e antigo sócio da "Quintão". Passa, então, a ocupar os números 42, 44. 46 e o respectivo 1º andar da Rua Ivens, ao Chiado, em Lisboa.



Entrada vista do interior, em 1946

Duas montras

  

Interiores da "Quintão" em 1946          

  

Acerca do percurso da “Casa Quintão” até finais de 1946, pode-se ler no livro “A Praça de Lisboa”, publicado em 1946:

« A 1 de Maio de 1880, Germano António Quintão fundava, na Rua Serpa Pinto, mental, criaram assim um nome que foi um pequeno estabelecimento de colchoaria que em breve alcançou em Lisboa um nome prestigioso, graças ao valor profissional do proprietário e à orientação eminentemente artlstica que êle imprimiu à sua actividade. Tôda a aristocracia portuguesa de então se tornou cliente daquela casa, onde todos os segredos e requisitos dessa arte se destinavam ùnicamente a bem servir. Êste lema perdurou de pois de consagrado o nome.
E quando um dia, já depois da Casa ter sucedido a seu genro e actual proprietário, José António Pereira, um novo estabelecimento abria as suas portas na Rua Ívens, o nome de Quintão voltou a figurar à frente desta outra arte: a tapeçaria manual.
Recebendo então um vigoroso incremento e evoluindo num alto sentido estético, desconhecido das nossas artes decorativas, essa indústria artistica das tapeçarias portuguesas foi sendo revelada ao grande publico por meio de certames de toda a natureza. As obras primas de Beiriz e Arraiolos, de cunho tão caracteristicamente português e ao mesmo tempo de fulgurante efeito ornamental, criaram assim um nome que foi além-fronteiras.
À maneira que tais nomes se espalhavam por tôda a parte, o espaço tornava-se exíguo para expor tanta obra prima. E a Casa Quintão, já instalada em edificio próprio, foi  ampliando gradualmente essas instalações, construiu uma galeria apropriada para exposição permanente de carpetes e especializou-se, nesse ramo tão apreciado da Indústria.
Hoje após 66 anos de de labor progressivo, só é comparável às grandes casas estrangeiras dessa especialidade.
Era evidente que outras peças artísticas tinham de completar um ambiente de tal natureza. Junto dos tapêtes de Beiriz e de Arraiolos, surgiram valiosos tapêtes persas e orientais autênticos, lindas peças de mobiliário, algumas antigas, outras fielmente copiadas do antigo, faianças, trabalhos em ferro forjado e muitas outras precios idades que têm ido guarnecer, como boas preciosidades, as mais distintas residências de Portugal, numa afirmação de bom gôsto que só a Casa Quintão conseguiu realizar entre nós.»


  

  

«Assim, fica a antiga Casa Quintão capaz para receber os seus numerosos clientes e para exibir os seus novos fornecimentos de móveis modernos, do mais fino gosto, e de ricos tapetes persas, de Arraiolos e de Beiriz.» in Diário de Lisboa.

1941

Maqueta para cartaz publicitário

fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian

Sem comentários: