A "Casa Quintão Sucrs. J. A. Pereira", foi fundada por Germano António Quintão em 1 de Maio de 1880, numas instalações exíguas, na Rua Serpa Pinto sendo afamada pelas qualidade das camas e colchoaria. Toda a aristocracia de então se tornou cliente desta casa, «onde todos os segredos e requisitos dessa arte se destinavam únicamente a bem servir».
Em 1900, e depois da casa ter sucedido a seu genro, José António Pereira, são inauguradas novas instalações na Rua Ivens, 32, altura em que inicia o comércio de tapetes manuais. Graças a esta loja ressurgem os tapetes de Arraiolos e são comercializados os tapetes "Beiriz". Continuava no entanto comercializar mobiliário, faiança, ferros forjados e cristais.
A "Quintão", a "Casa Jalco", e a "Companhia dos Grandes Armazéns Alcobia" coexistiram na mesma Rua Ivens, ao Chiado, em Lisboa, com uma história associada, e dentro do mesmo género de negócio.
1913 1919
Publicidade no “Diário da Manhã” de 1931
Em 1933 os sócios João Alcobia e José António Pereira, adquirem novas instalações para a “Quintão, Lda.”, na rua Ivens, 44 em Lisboa.
A inauguraçao constitui uma bela festa de arte a justificou as felicitações recebidas pelos arquitectos Rebelo de Andrade, pelo seu discípulo Alcobia e pelo sócio capitalista sr. Jose Antonio Pereira.» in “Diario de Lisbôa” de 11 de Junho de 1934.
Publicidade no “Diario da Lisbôa” de 1933
Na revista “Panorama” em 1945
Uma década mais tarde, em 9 de
Outubro de 1946 são inauguradas a ampliação e remodelação das instalações,
segundo projecto do arquitecto Bureau e ideia de João Alcobia, sócio-gerente
da "Casa Jalco", da "Companhia dos
Grandes Armazéns Alcobia" e antigo sócio da "Quintão". Passa,
então, a ocupar os números 42, 44. 46 e o respectivo 1º andar da Rua Ivens, ao
Chiado, em Lisboa.
Entrada vista do interior, em 1946
Duas montras
Interiores da "Quintão" em 1946
Acerca do percurso da “Casa
Quintão” até finais de 1946, pode-se ler no livro “A Praça de Lisboa”,
publicado em 1946:
E quando um dia, já depois da Casa ter sucedido a seu genro e actual proprietário, José António Pereira, um novo estabelecimento abria as suas portas na Rua Ívens, o nome de Quintão voltou a figurar à frente desta outra arte: a tapeçaria manual.
Recebendo então um vigoroso incremento e evoluindo num alto sentido estético, desconhecido das nossas artes decorativas, essa indústria artistica das tapeçarias portuguesas foi sendo revelada ao grande publico por meio de certames de toda a natureza. As obras primas de Beiriz e Arraiolos, de cunho tão caracteristicamente português e ao mesmo tempo de fulgurante efeito ornamental, criaram assim um nome que foi além-fronteiras.
À maneira que tais nomes se espalhavam por tôda a parte, o espaço tornava-se exíguo para expor tanta obra prima. E a Casa Quintão, já instalada em edificio próprio, foi ampliando gradualmente essas instalações, construiu uma galeria apropriada para exposição permanente de carpetes e especializou-se, nesse ramo tão apreciado da Indústria.
Hoje após 66 anos de de labor progressivo, só é comparável às grandes casas estrangeiras dessa especialidade.
Era evidente que outras peças artísticas tinham de completar um ambiente de tal natureza. Junto dos tapêtes de Beiriz e de Arraiolos, surgiram valiosos tapêtes persas e orientais autênticos, lindas peças de mobiliário, algumas antigas, outras fielmente copiadas do antigo, faianças, trabalhos em ferro forjado e muitas outras precios idades que têm ido guarnecer, como boas preciosidades, as mais distintas residências de Portugal, numa afirmação de bom gôsto que só a Casa Quintão conseguiu realizar entre nós.»
«Assim, fica a antiga Casa Quintão capaz para receber os seus numerosos clientes e para exibir os seus novos fornecimentos de móveis modernos, do mais fino gosto, e de ricos tapetes persas, de Arraiolos e de Beiriz.» in Diário de Lisboa.
1941
Maqueta para cartaz publicitário
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