Restos de Colecção: Jardim Zoológico de Lisboa

18 de maio de 2011

Jardim Zoológico de Lisboa

O primeiro “Jardim Zoológico e d'Acclimação de Lisboa”, foi inaugurado no dia 28 de Maio de 1884, no magnífico Parque de São Sebastião da Pedreira. Pelas privilegiadas condições climatéricas do nosso país, e pela preciosa fauna das nossas colónias que se estendiam por todo o globo, não se compreendia que um equipamento deste género não existisse em Portugal.

                                                                   Parque de São Sebastião da Pedreira 

                                      

Deveu-se a sua fundação ao Dr. Van Der-Laan, proprietário do maior aviário do país na época, que convidou para este empreendimento, além do Barão de Kessler, outros médicos da capital, Bento de Sousa, May Figueira, que prontamente aceitaram o desafio sobretudo o Dr. Sousa Martins. E em breve, em 19 de Fevereiro de 1883 realizava-se a primeira assembleia dos aderentes a este empreendimento, sob a presidência do rei D. Fernando II, na Escola Politécnica.  Aí ficou assente a criação do jardim e foi nomeada a sua comissão fundadora e a primeira sociedade do referido jardim. A sociedade foi criada com um capital de 300 contos dos quais 200 forma de imediato realizados.

Os proprietários do Parque de São Sebastião da Pedreira, o deputado Dr. João António Pinto e sua esposa D. Maria das Dores de Almeida Pinto, cederam gratuitamente, a título de empréstimo graciosos,o mesmo Parque. Outros terrenos confinantes foram acrescentados, e dispondo de uma área de 15 ha, o primeiro Jardim Zoológico de Portugal era inaugurado, menos de um ano depois de ter surgido a ideia.

                                 Gravuras do Jardim Zoológico em 1884, no Parque de S. Sebastião da Pedreira

       

         

A inauguração ocorreu no dia 28 de Maio de 1884, contando com uma colecção de 1127 animais à disposição do público, alguns dos quais doados pela Família Real Portuguesa e outras personalidades.
Em 1894, o jardim zoológico foi obrigado a contentar-se apenas com os terrenos da Palhavã (onde hoje se situa Fundação Calouste Gulbenkian), contíguos a Norte aos de São Sebastião da Pedreira, que arrendara para as suas novas instalações. Os terrenos de semeadura adivinhavam-se difíceis devido à falta de vegetação e à difícil comparação com a beleza do antigo parque, que os visitantes já estavam acostumados. Procedeu-se então a uma rápida arborização e construção de instalações para os animais.

         
 
A 13 de Maio de 1894 procedeu-se a reinauguração do parque, ainda sem o grande lago e a vegetação frondosa a que o público já se acostumara. Neste período, o Jardim Zoológico começou a vender e exportar animais, dos que possuía em excesso, de forma a conseguir equilibrar as finanças do parque. Esta tarefa era facilitada uma vez que a “Empresa Nacional de Navegação” cedia gratuitamente o transporte dos animais, o que também facilitava a vinda de novos espécimes doados pelas várias colónias portuguesas em África e no Oriente. No coreto do jardim, também tiveram lugar concertos por parte de bandas musicais, o que atraía mais público, convertendo o Jardim Zoológico em um autêntico espaço cultural.

Em 28 de Maio de 1905 é inaugurado o novo “Jardim Zoológico e d’Acclimação de Lisboa”  no novo parque na Quinta das Laranjeiras. Estes terrenos que faziam parte do Palácio das Laranjeiras instalado na Quinta das Laranjeiras, e foram doados pelo Conde de Burnay o então proprietário do Palácio. Já se encontravam bastante arborizados, e a área oferecia maior espaço para as instalações dos animais (cerca de 94 000 m²). Mas foi apenas em 1907 foram assinadas as escrituras com as cláusulas para o estabelecimento definitivo do Jardim Zoológico no Parque das Laranjeiras. 

                                                               Entrada do jardim Zoológico em 1905  …      
                           
                                        

                                                                      Entrada actual do Jardim Zoológico

                                      

                                      

O rei D. Manuel II foi convidado para presidente honorário da instituição, a suceder a D. Carlos I, seu pai.
 
                                                                    Mapa do Jardim Zoológico, em 1905                         

                                
                                

                                                              Fotos, de 1905 em “Ilustração Portuguesa”

                                       
  

O Jardim Zoológico serviu de cenário a muitas das ilariantes cenas do grande filme português “A Canção de Lisboa” de 1933 realizado por Cotinelli Telmo, cujo protagonista era o grande actor Vasco Santana, além de António Silva, Manuel Santos Carvalho, Beatriz Costa e a aparição pela primeira vez no cinema de Manoel de Oliveira.

          

          

            

           

          

           

Presentemente o “Jardim Zoológico de Lisboa” conta com os seguintes equipamentos e atracções: Teleférico, Baía dos Golfinhos, Parque Arco-Íris, Bosque Encantado, Combóio, Reptilério, Animax, entre outros.

                                  Jardim Zoológico de Lisboa.0

fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Hemeroteca Digital, Biblioteca Nacional Digital, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian

2 comentários:

Anónimo disse...

O Jardim Zoológico serviu de cenário a "Canção de Lisboa" - apenas uma pequena correção num blogue/arquivo espetacular!

José Leite disse...

Caro (a) Anónimo(a)

Tem toda a razão troquei os nomes dos filmes.

E eu que sei esses filmes de "cor e salteado"...

É imperdoável ... :)

Os meus agradecimentos e cumprimentos

José Leite