Num artigo da revista Ilustração, de 1907 podia-se ler acerca da “aventura” que era uma mudança de casa.
«Quando chega Junho, o lisboeta que se muda de casa tem sobre si um encargo mais pesado que um Mundo: é o de arranjar carroças ou gallegos que lhe transportem a mobília de um extremo ao outro da cidade.
Dizia um ratão que vale mais um incêndio que quatro mudanças seguidas. É possível que seja verdade. Caso é que a transferencia de casa acarreta dissabores e despezas que se não pagam por dinheiro nenhum. Há criaturas que de semestre a semestre põe os tarecos ao sol para fugirem ao espantalho da decima, mudando de bairro para escapar aos esbirros….
Carregadores de pau e corda
Carroças de tracção animal , efectuando mudanças
… Mas quem ganha no meio de toda esta 'degringolade', é o cidadão de Tuy ou de Compostella, que apanhando o freguez com a corda na garganta, lhe pede um preço exhorbitante por uma padiola a dois. Que Deus nos livre de mudanças e dos moços de fretes que são uma praga peior que a dos gafanhotos e que nos levam, n'este momento crítico, o couro e o cabello!»
Anúncio de “Moço de Fretes”
Mas as tarefas de mudanças foram melhorando substancialmente, com a utilização de camionetes a partir dos anos 20 do século XX, como diz o anúncio seguinte
1927
Empresa “Galamas” em 1934 no ano da sua fundação …
… e nos anos 50, já combinando a camioneta e o avião
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fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Hemeroteca Digital
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