O jornal “O Século” foi fundado em 1881 por Magalhães Lima e seu primeiro director. Esteve instalado no antigo palácio que pertencera à família Berderode, na Rua do Século antiga Rua Formosa. O segundo director foi, a partir de 1896, José Joaquim da Silva Graça, tendo o jornal sob sua orientação conhecido tempos áureos. É propriedade deste jornal a famosa revista “Ilustração Portugueza”..
O jornal “O Século” representava a vanguarda da imprensa. Foi de José da Silva Graça o palacete, na Av. Fontes Pereira de Melo, onde se viria a instalar o Hotel Aviz, onde viveu Calouste Gulbenkian.
Jornal de cariz monárquico, sofreu bastante com a implantação da República, tendo sido adquirido em 1922 pela Companhia Portugal e Colónias. O sucesso de “O Século” foi reerguido por João Pereira Rosa, novo director logo a seguir ao golpe de 28 de Maio de 1926.
Nos anos 70’s este jornal foi comprado por Jorge de Brito dono do Banco Intercontinental Português, altura em que a banca investiu forte na imprensa, tendo sido nacionalizado indirectamente em virtude da nacionalização da banca em 1975. O 1º governo constitucional de 1976 suspendeu a publicação e não voltou mais às bancas.
Jornal “O Século” na Rua do Século
O jornal “O Mundo” foi fundado em 16 de Setembro de 1890 por França Borges. Defensor dos ideais republicanos, e tendo dirigido anteriormente os jornais dirigiu as redacções do “Vanguarda”, de “O Paíz”, do jornal “A Lanterna” e do periódico “A Pátria”, dirigiu “O Mundo” até à sua morte, e que utilizou como forma de luta contra o regime monárquico.
A sede inicial ficava na Rua das Gáveas, num edifício que foi englobado na nova edificação, cuja fachada principal ficava na Rua da Misericórdia. Por altura da aquisição do edifício pelo “Diário da Manhã”, em 1931, o globo em pedra da fachada desapareceu depois de ter sido retirado. Jornal matutino, tinha a concorrência de outros três matutinos republicanos “A Lucta”, “O Paíz” e “A Capital”. Estes quatro jornais republicanos por sua vez competiam com os “grandes” jornais informativos “O Século” e o “Diário de Notícias”.
Em 1922, já depois da morte do seu fundador em 1915, Urbano Rodrigues assumiu a direcção substituindo Carlos Trilho, consequência de várias crises que este jornal passou, tendo mesmo interrompido a sua publicação em diversos momentos. Com o golpe de 28 de Maio de 1926, o jornal pró-regime, “Diário da Manhã” comprou este edifício. Mais tarde o jornal “A Época” sucessor do “Diário da Manhã”, viria a ser extinto após o 25 de Abril de 1974.
Jornal “O Mundo” na Rua da Misericórdia”
O Jornal “República” foi fundado a 15 de janeiro de 1911, por António José de Almeida, tendo-se destacado a par do “Diário de Lisboa”, na luta, possível, oposicionista ao regime de Salazar. Jornal republicano, ligado desde o início a figuras de relevo da maçonaria portuguesa, sobrevive à instauração do regime do Estado Novo. As suas instalações estiveram na Rua Garrett e na Largo da Trindade e finalmente na Rua da Misericórdia. Os seus últimos directores foram: Carvalhão Duarte (republicano) José Magalhães Godinho (socialista) e Raúl Rego (socialista)
Em Maio de 1975 um conflito entre jornalistas e tipógrafos, não querendo os últimos imprimir o que os jornalistas escreviam, ditou a saída destes do jornal. Após o 25 de Novembro de 1975 encerrou definitivamente.
Jornal “República” na Rua da Misericórdia
Fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa
4 comentários:
Olá, andei pesquisando a respeito do jornal "O Século" e encontrei seu blog. Fico feliz que alguém busque mostrar a história desses lugares, me faz pensar em como minha família vivia em Lisboa. Sou brasileira.
Gostaria, se possível, que tirasse uma dúvida. Os jornais antigos do "O Século" existem em formato digital? Em que possa visualizar via internet? Estou em busca de um dos jornais de 1926.
Natalia
Oi Natalia
Isso também eu queria!!!
Em formato digital e desde 1922 a 1990 só o Diário de Lisboa no seguinte link:
http://www.fundacao-mario-soares.pt/diario_de_lisboa/ano
Cumprimentos
José
Obrigada José, vou olhar o Diário de Lisboa! Quem sabe encontro alguma coisa referente ao que procuro.
O material do O Século foi perdido? Ou é privado o seu uso?
Natalia
Natalia
Contacte a Biblioteca Nacional de Portugal e o Arquivo Nacional da Torre do Tombo.
José Leite
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