Restos de Colecção: Instituto Pasteur de Lisboa

15 de novembro de 2010

Instituto Pasteur de Lisboa

Louis Pasteur (1822-1895), foi um cientista francês, que se destacou pelas suas importantes descobertas científicas nas áreas da química e medicina. A ele se deve a vacina contra a raiva, e o processo de “pasteurização” de alimentos e principalmente do leite. É considerado um dos 3 fundadores da microbiologia juntamente com Ferdinand Cohn e Robert Koch. Entre 1877e 1887 Pasteur descobriu três bactérias responsáveis por doenças nos homens: estafilococos, estreptococos e pneumococos.

A propósito do Centenário, em 1922,  do seu nascimento

A pasteurização reside basicamente no fato de se aquecer o alimento a determinada temperatura, e por determinado tempo, de forma a eliminar os microrganismos presentes no alimento. Posteriormente estes produtos são selados hermeticamente, evitando assim uma nova contaminação. O "Institut Pasteur" de Paris foi fundado em 1888, onde Pasteur trabalhou até à sua morte em 1895, e onde está sepultado num mausoléu decorado em estilo bizantino que lembram suas realizações.

                             Louis Pasteur                                                         “Institut Pasteur” em Paris

 

O "Instituto Pasteur de Lisboa", foi fundado por Virgínio Leitão Vieira dos Santos em 1898, que estava ligado ao negócio de vinhos em Salvaterra de Magos. Inicialmente instalado numa sobreloja da Praça Luís de Camões, chamava-se inicialmente “Laboratório Pasteur”. No início apenas importava produtos do "Institut Pasteur" de Paris, que entretanto tinha sido fundado 7 anos antes, sendo depositário de todos os soros e vacinas do "Institut Pasteur" e do "Instituto de Vacinacion Animal" de Paris, comercializando igualmente leveduras seleccionadas de todos os vinhos portugueses e estrangeiros, artigos de higiene, leites puros esterilizados e medicinais.

Nos primeiros meses de 1903, o Instituto transferiu-se para a Rua Nova do Almada, onde se montaram alguns laboratórios.

                      Instituto Pasteur na Rua Nova do Almada                         Publicidade a um Antiseptico Nasal

       

A actividade principal consistia então na venda de instrumentos cirúrgicos e material hospitalar, muito do qual era fabricado numas oficinas construídas de ferro e vidro, na rua D. Pedro V. Em 1907, quando eram directores os médicos Mark Athias e Azevedo Neves, o instituto possuía quatro secções:  Secção de fotografia, compreendendo tratamento pelo método de Finsen e pelos raios X, serviço de pensos, exame de doentes pelos raios X,  Secção de análises clínicas, industriais e agrícolas,  Secção de bacteriologia e Secção de farmácia e produtos esterilizados.

«Comercial Fargo D6» de 1936 , carro de distribuição do Instituto e interior do Laboratório do Instituto

 

Comercializava igualmente, aparelhos e instrumentos para laboratórios de química, bacteriologia e farmácia, os instrumentos cirúrgicos, as instalações de salas de operações, os produtos enológicos e os aparelhos para análise de vinhos.

Farmácia e salas de exposição de artigos hospitalares

   

 

Em 1916, o Instituto possuía uma farmácia, na rua do Ouro em Lisboa

 

 Foram criadas instalações em Coimbra e no Porto

                            Em Coimbra, na Rua Visconde da Luz …              no Porto, na Rua dos Clérigos

  

Em 1958 foram inauguradas as novas instalações dos "Laboratórios do Instituto Pasteur de Lisboa", na Av. Marechal Gomes da Costa em Lisboa.

Artigo publicado na revista Ilustração Portuguesa, em 1923

Stand na "Feira das Indústrias Portuguesas" na Junqueira em 1957

Fotos in: Arquivo Municipal de LisboaBiblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Hemeroteca Digital 

Nos anos 60’s o "Instituto Pasteur de Lisboa" associou-se aos Laboratórios Wyeth de Filadélfia

Anúncio de 1913

Presentemente o "Instituto Pasteur de Lisboa - Virginio Leitão Vieira dos Santos & Filhos S.A.", está sediado em Miraflores.

1 comentário:

Luísa V. Paiva Boléo disse...


Quando fala da pasteurização diz essa descoberta de Pasteur foi importante para o leite e foi sem dúvida, porém a razão principl das investigações de Pasteur foram para o vinho que se transformava em vinagre. Napoleão III que admirava Pasteur deu-lhe todas as condições para ele ter um laboratório apetrechado de tal forma que pudesse estudar a razão pela qual os vinhos exportados para Inglaterra muitas vezes se estragavam. Em 1860 fora assinado um tratado comercial entre esses dois países e a França nessa época produzia 50 milhões de hectolitros de vinho. Logo vinho estragado era uma calamidade económica.
Também li no texto que escreveu fato em vez de facto como nós dizemos em Portugal. Com admiração pelo óptimo trabalho Luísa Paiva Boléo