Louis Pasteur (1822-1895), foi um cientista francês, que se destacou pelas suas importantes descobertas científicas nas áreas da química e medicina. A ele se deve a vacina contra a raiva, e o processo de “pasteurização” de alimentos e principalmente do leite. É considerado um dos 3 fundadores da microbiologia juntamente com Ferdinand Cohn e Robert Koch. Entre 1877e 1887 Pasteur descobriu três bactérias responsáveis por doenças nos homens: estafilococos, estreptococos e pneumococos.
A propósito do Centenário, em 1922, do seu nascimento
A pasteurização reside basicamente no fato de se aquecer o alimento a determinada temperatura, e por determinado tempo, de forma a eliminar os microrganismos presentes no alimento. Posteriormente estes produtos são selados hermeticamente, evitando assim uma nova contaminação. O "Institut Pasteur" de Paris foi fundado em 1888, onde Pasteur trabalhou até à sua morte em 1895, e onde está sepultado num mausoléu decorado em estilo bizantino que lembram suas realizações.
Louis Pasteur “Institut Pasteur” em Paris
O "Instituto Pasteur de Lisboa", foi fundado por Virgínio Leitão Vieira dos Santos em 24 de Março de 1895, que estava ligado ao negócio de vinhos em Salvaterra de Magos. Durante oito anos esteve instalado numa sobreloja da Praça Luís de Camões, chamava-se inicialmente “Laboratório para a venda dos produtos do Instituto Pasteur”. No início apenas importava produtos do "Institut Pasteur" de Paris, que entretanto tinha sido fundado 7 anos antes, sendo depositário de todos os soros e vacinas do "Institut Pasteur" e do "Instituto de Vacinacion Animal" de Paris, comercializando igualmente leveduras seleccionadas de todos os vinhos portugueses e estrangeiros, artigos de higiene, leites puros esterilizados e medicinais.
Nos primeiros meses de 1903, o "Instituto Pasteur de Lisboa", transferiu-se para a Rua Nova do Almada, 61 onde se montaram alguns laboratórios.
Instituto Pasteur na Rua Nova do Almada Publicidade a um Antiseptico Nasal
A actividade principal consistia então na venda de instrumentos cirúrgicos e material hospitalar, muito do qual era fabricado numas oficinas construídas de ferro e vidro, na rua D. Pedro V. Em 1907, quando eram directores os médicos Mark Athias e Azevedo Neves, o instituto possuía quatro secções: Secção de fotografia, compreendendo tratamento pelo método de Finsen e pelos raios X, serviço de pensos, exame de doentes pelos raios X, secção de análises clínicas, industriais e agrícolas, Secção de bacteriologia e Secção de farmácia e produtos esterilizados.
«Comercial Fargo D6» de 1936 , carro de distribuição do Instituto e interior do Laboratório do Instituto
Comercializava igualmente, aparelhos e instrumentos para laboratórios de química, bacteriologia e farmácia, os instrumentos cirúrgicos, as instalações de salas de operações, os produtos enológicos e os aparelhos para análise de vinhos.
Farmácia e salas de exposição de artigos hospitalares
Em 1916, o Instituto possuía uma farmácia, na rua do Ouro em Lisboa
Foram criadas instalações em Coimbra e no Porto
Em Coimbra, na Rua Visconde da Luz … no Porto, na Rua dos Clérigos
Em 1946 podia-se ler no livro "Praça de Lisboa", e por ocasião do cinquentenário do "Instituto Pasteur de Lisboa", assinalados no ano anterior em 24 de Março de 1945, a seguinte passagem:
« (...) Foi obedecendo a este espírito que o Instituto Pasteur de Lisboa pode hoje remomerar dezenas e dezenas de realizações a que algo deve a medicina portuguesa. Entre elas, contam-se, para só enumerar as mais destacadas, a criação, em 1903, de uma instalação para o tratamento do lupus pelo método de Finzen, cuja direcção foi confiada ao hoje distinto Prof. Dr. Azevedo Neves; a introdução e prática no nosso pais do pneumotorax, realizada pela primeira vez entre nós, no Instituto, também pelo Dr. Azevedo Neves; a introdução da Reacção de Wassermann para o diagnóstico da sifilis, no laboratório de análises clínicas do Instituto, sob a direcção do hoje ilustre círurgião Dr. Alberto de Azevedo Gomes, o que possibilitou aos doentes o beneficio desse valioso método; o estudo dos coloides eléctricos, em que o Prof. Cardoso Pereira, nos laboratórios do Instituto, obteve resultados dignos de nota e cheios de interêsse; a preparação de medicamentos oxigenados, ainda presentemente de tão grande uso, devida também ao Prof. Cardoso Pereira; a iniciativa de viagens de estudo ao estrangeiro, como as realizadas por incumbência do Instituto, pelos Prof. Dr. João de Magalhães e Dr. Ernesto Roma, à Suissa, para o estudo do agente curativo da tuberculose, anunciado por Sphlinger, e pelos Profs. Drs. Pulido Valente e Cascão de Anciães, à Dinamarca, para estudar a eficácia dos sais de ouro na terapêutica da tuberculose; a criação de vastos laboratórios de preparação de especialidades farmacêuticas, que hoje ocupam uma posição bem destacada no conjunto da indústria nacional da especialidade; o estabelecimento de perfeitos laboratórios de análises clinicas, há muitos anos sob a direcção ilustre do Prof. Marck Athias; a introdução em Portugal do «pulmão de aço»; o estabelecimento recente de um laboratório para a preparação de vacinas, confiado à vigilancia brilhante do Prof. Maia de Loureiro; e, finalmente, a criação de um laboratório de investigação cientifica, no qual o Prof. Maia de Loureiro pôde efectuar notáveis trabalhos experimentais sôbre a penicilina.»
Em 1958 foram inauguradas as novas instalações dos "Laboratórios do Instituto Pasteur de Lisboa", na Av. Marechal Gomes da Costa em Lisboa.
Artigo publicado na revista Ilustração Portuguesa, em 1923
Stand na "Feira das Indústrias Portuguesas" na Junqueira em 1957
Fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Hemeroteca Digital
Nos anos 60’s o "Instituto Pasteur de Lisboa" associou-se aos Laboratórios Wyeth de Filadélfia
Anúncio de 1913
Presentemente o "Instituto Pasteur de Lisboa - Virginio Leitão Vieira dos Santos & Filhos S.A.", está sediado em Miraflores.
1 comentário:
Quando fala da pasteurização diz essa descoberta de Pasteur foi importante para o leite e foi sem dúvida, porém a razão principl das investigações de Pasteur foram para o vinho que se transformava em vinagre. Napoleão III que admirava Pasteur deu-lhe todas as condições para ele ter um laboratório apetrechado de tal forma que pudesse estudar a razão pela qual os vinhos exportados para Inglaterra muitas vezes se estragavam. Em 1860 fora assinado um tratado comercial entre esses dois países e a França nessa época produzia 50 milhões de hectolitros de vinho. Logo vinho estragado era uma calamidade económica.
Também li no texto que escreveu fato em vez de facto como nós dizemos em Portugal. Com admiração pelo óptimo trabalho Luísa Paiva Boléo
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