A "Joalharia Eloy de Jesus" teve a sua origem na Ourivesaria e Relojoaria "Antonio & Eloy de Jesus", situada na Rua de S. Paulo, 146, em Lisboa. A firma era propriedade de um ourives António Augusto Pereira (filho de actores teatrais) e de sua mulher Mathilde Pinto Eloy de Jesus Pereira.
Ambos tiveram três filhos: Mário Eloy de Jesus, Raúl Eloy de Jesus e Mathilde Eloy de Jesus
Dos filhos, ficou famoso Mário Eloy (1900-1951), que enveredou pela carreira de pintor. Mas um carácter desequilibrado e uma doença psicomotora degenerativa, acabariam por levar Eloy, em 1945, ao internamento num hospital (Casa de Saúde do Telhal) para alienados mentais até à sua morte, em 1951. Quanto ao seu irmão Raúl juntou-se ao pai no negócio de joalharia.
Mário Eloy (1900-1951)
Cerca de dez anos esteve a ourivesaria e relojoaria na Rua de S. Paulo, vindo a mudar-se para a Rua Garrett em 1897, com a mesma designação.
26 de Agosto de 1897
No início da primeira década do século XX, a frontaria da loja é alterada, - com fachada em ferro com desenhos de motivos vegetais e nas duas portas o monograma da firma pintado a dourado - e a designação também, para "Joalharia Eloy de Jesus", sempre «com preços convidativos».
Lembro que a loja que esta joalharia ocupava, já tinha sido anteriormente «uma Tenda Suissa, um engraxador chic, uma papelaria e o Magalhães das Barbas, que, no seu dizer, tratava de tudo». in: A Capital
Segundo o livro "Um Judeu de Lisboa", de Joshua Ruah, a "Joalharia Eloy de Jesus", a para da "Casa Havaneza" e de "A Brasileira" do Chiado, era um lugar de tertúlia de escritores e artistas:
«Até a ourivesaria Eloy de Jesus, também na Rua Garrett, quase a chegar à Rua Ivens, tinha uma tertúlia. Na parede de uma dependência interior, um quadro de Abel Manta mostrava aquelas personagens típicas da zona. Uma delas era o meu ainda primo Jacob Levy, um intelectual, colunista do Diário de Lisboa, que vivia na Rua da Trindade e passava a vida entre o Eloy de Jesus, A brasileira e a loja de discos e instrumentos musicais Valentim de Carvalho.»
22 de Janeiro de 1931
Consultado o "O Comércio Português" - Boletim da Associação Comercial de Lojistas de Lisboa, de Janeiro de 1928, a firma proprietária da "Joalharia Eloy de Jesus" já aparecia como "A. Pereira & C.ª, Lda." (A. Pereira de António Pereira de Jesus, o fundador).
No filme português "O Grande Elias", realizado por Arthur Duarte em 1950, «Colaboraram gentilmente nêste filme as seguintes firmas:»
1966
Encerrou, definitivamente, em Janeiro de 2012. Daria lugar à loja "Intimissimi" ...
Montra da "Joalharia Eloy de Jesus" exibindo uma cópia do auto-retrato de Mário Eloy (fotograma RTP)
fotos in: Estação Cronographica, Hemeroteca Municipal de Lisboa, Arquivo Municipal de Lisboa
1 comentário:
Interessante postal.
Actualmente, junto do 146 de Rua de São Paulo, nasceu um mamarracho com varandas de alumínio e tudo.
Vá que na Rua Garrett só alteram em mamarrachos as lojas dos prédios.
Cumprimentos
Valdemar Silva
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