O “Salão Portugal” localizado na Travessa da Memória, no Bairro da Ajuda, e propriedade de José Nicolau Veríssimo, abriu as suas portas em 1928. Este cinema, foi construído não só com o propósito da exibição de filmes, como também apresentar números de variedades, tendo o projecto incluído a construção de um palco.
1929 1931
1932
25 de Junho de 1932
A exploração desta sala de espectáculos estaria a cargo do seu proprietário até 1935, ano em que a "Sociedade Geral de Cinemas, Lda." assume a exploração. Desta empresa fazia parte Victor Alves da Cunha Rosa sócio desta empresa que, também, geria os cinemas “Olympia”, “Salão Lisboa”, “Palatino” e “Paris Cinema” do qual era proprietário.
30 de Março de 1935
Matiné da revista “Cinéfilo” em 26 de Dezembro de 1935
Em 1936, o “Salão Portugal” sofreu uma profunda remodelação, sem perder a arquitectura e aparência exteriores dos anos 20. A sala ficou a oferecer: 1ª Plateia com 340 lugares; 2ª Plateia com 80 lugares; Balcão que acomodava 136 espectadores e 12 Camarotes, perfazendo um total de 510 lugares.
Entre 1937 e 1945, a gerência desta sala de espectáculos é da responsabilidade de Jaime Cunha Rosa, filho de Victor Alves da Cunha Rosa, que com 35 anos e na sequência da morte de seu pai em 1937, o substitui em todas as empresas e sociedades a que estava ligado.
Planta e preçário de 1953
Fachada do “Salão Portugal” em 5 de Junho de 1938
O seu ambiente e concorrência é assim descrito por Vítor Serpa no seu livro “Salão Portugal - Novos contos da velha Lisboa”:
«O Salão Portugal era a cara chapada do país. Pequeno, mas bonitinho. Aqui e ali com um estilo pesado de mármores e veludos, próprios á memória histórica de um passado grandioso. O povo na plateia, lá em baixo, cadeiras de madeira desconjuntadas, portas abertas ao intervalo para um pátio térreo, nunca sol, muros altos sem horizontes à vista, um odor acre de urinas misturadas de homens e de burros. A classe média no balcão, mais a nível, cadeira estofada, bufete para damas e cavalheiros, lustres no tecto, paredes iluminadas com imagens apetitosas de Garbo, da Bacall, da Loren, do Bogart, Do Curtis. A classe alta, sempre mínima e familiar, nos camarotes. Gordas mulheres, gordas crianças, cus largos nos cadeirões de estilo, veludos rubi, o espaço delimitado, protegido, insular, por isso, distante.»
1936
Em 1945, a exploração do “Salão Portugal” volta para José Nicolau Veríssimo, através da empresa “Veríssimo & C.ª, Lda.” que preside até ao ano seguinte onde começa a ser explorado por Dª Amália Madueño Diaz, passando anos mais tarde de novo a ser explorado pela empresa proprietária. No inicio dos anos 50 do século XX entrou em decadência e fechou portas em 1977.
1956
Já em abandonado e em muito mau estado, nos finais dos anos 90 do século XX o edifício foi restaurado, mantendo a sua fachada original. Este espaço, seria inaugurado em Maio de 2000 como sede do “Comité Olímpico de Portugal”, fundado em 30 de Abril de 1912.
fotos in: Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Publisite, Malomil
2 comentários:
ERA O MEU CINEMA PREFERIDO. TENHO SAUDADES DESSE TEMPO
FOI NESSA CASA; A PRIMEIRA VEZ QUE FUI AO CINEMA:
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