A “Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves”, também conhecida por "Casa Malhoa", foi mandada construir em 1904 pelo pintor José Vital Branco Malhoa (1855-1933), na, então, Avenida António Maria d’Avellar (actual Avenida 5 de Outubro) e Rua Pinheiro Chagas, junto ao “Palacete Silva Graça”, com a finalidade de ser sua residência e atelier, tendo sido a primeira «Casa de Artista» de Lisboa. Com projecto do arquitecto Joaquim Manuel Norte Júnior (1878-1962), e a sua construção a cargo de Frederico Augusto Ribeiro é finalizada em 1905 e ganha o "Prémio Valmor de Arquitectura" de 1905.
Notícia da atribuição do “Prémio Valmor” no “Annuario da Sociedade dos Architectos Portuguezes” em 1905
Foto da casa de José Malhoa, no Annuario e anuncio do construtor da mesma em 1905
Na revista “Illustração Portuguesa” de Novembro de 1906
Em 1919, José Malhoa mudou-se para a Praça da Alegria, Em 1920, mudar-se-ia de novo, e definitivamente, para uma casa na Travessa do Rosário, na freguesia de São José, até à sua morte em 1933. Entretanto a sua casa na Avenida António Maria d’Avellar é adquirida em hasta pública pelo Dr. Anastácio Gonçalves, médico oftalmologista e grande coleccionador de obras de arte.
Dr. Anatácio Gonçalves pintado por José Malhoa em 1932
Casa na Travessa do Rosário onde José Malhoa viveria entre 1920 até à sua morte em 1933
Em 1969, por vontade expressa do colecionador, o edifício é legado ao Estado Português para aí se criar um Museu, que abriria ao público em 1980 com a designação de “Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves”.
Em 1996, com projeto dos arquitetos Frederico e Pedro George, foram realizadas obras de ampliação e beneficiação, anexando-se ao edifício original uma moradia contígua também assinada pelo arquitecto Norte Júnior. O novo espaço proporcionou o alargamento da área de acolhimento do visitante com loja, cafetaria e zona para exposições temporárias. A “Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves” reabriu em Dezembro de 1997 com a sua configuração actual.
O conjunto de cerca de 3.000 obras de arte compõe-se por três grandes núcleos: pintura portuguesa dos séculos XIX e XX, porcelana chinesa e mobiliário português e estrangeiro. Existem ainda importantes núcleos de ourivesaria civil e sacra, pintura europeia, escultura portuguesa, cerâmica europeia, têxteis, numismática, medalhística, vidros e relógios de bolso de fabrico suíço e francês. Para além das obras reunidas pelo colecionador, a “Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves” encerra ainda um significativo espólio documental e um conjunto de desenhos, aguarelas e pequenos artefactos pertencentes ao espólio do pintor Silva Porto.
fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian (Estúdio Mário Novais), Hemeroteca Digital de Lisboa, Património Cultural
2 comentários:
No início do texto está o nome de "José vitor Branco Malhoa". Não será antes: "José Vital Branco Malhoa"?
Caro(a) Anónimo(a)
De vez em quando tenho destas coisas ....
Já corrigi o erro.
Muito grato pela sua chamada de atenção e os meus cumprimentos.
José Leite
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