Em 1930, por ocasião do juramento de novos recrutas do “Batalhão de Sapadores de Lisboa” de Lisboa, teve lugar a simulação de um incêndio, na casa-escola do quartel da Avenida D. Carlos I - construído no antigo Convento da Esperança entre 1899 e 1901 -, onde foram executadas diferentes manobras e exercícios. A este evento esteve presente o Presidente da República, o general Óscar Carmona, que foi até hoje, dos que manteve maior relação com os bombeiros portugueses, tendo estado presente em inúmeros eventos de associações e corpos de bombeiros por todo o país.
Recordo, que foi neste ano de 1930, que o “Corpo de Bombeiros Municipais de Lisboa” - CBML passou a “Batalhão de Sapadores de Lisboa” - BSB. Em 1928, existiam no CBML 46 veículos de tracção mecânica, 40 de tracção animal e 7 de tracção braçal.
Com a passagem do “Corpo de Bombeiros Municipais de Lisboa” a “Batalhão de Sapadores Bombeiros”, e no ano em que completava 535 anos de existência, o serviço de incêndios sob a jurisdição da Câmara Municipal de Lisboa, sofreu novo incremento, verificando-se, por exemplo, a aquisição de 29 novas viaturas.
Viaturas adquiridas pelo “Batalhão de Sapadores Bombeiros”
A renovação do equipamento dos bombeiros originou um concurso ao qual responderam 14 fabricantes, tendo ganho a “Mercedes-Benz”, juntamente com equipamento específico de combate a incêndio de “Carl Metz”.
Na foto anterior, temos na primeira linha, da direita para a esquerda, o carro do comandante, o de comandante de companhia e um dos carros de subalterno de serviço. Todos contêm material de combate a incêndio, na devida proporção. Na segunda fila, um pronto-socorro, uma escada “Magirus” e, provavelmente, um auto-tanque.
Os 29 carros tinham a seguinte tipologia:
Carros do primeiro e segundo comandante - 2
Carros dos comandantes de companhia - 5
Carros dos subalternos de serviço - 5
Prontos-socorros - 15
Auto-tanques - 2
Estas viaturas estiveram expostas no Terreiro do Paço, antes do “Desfile de Sapadores Bombeiros em 1931”
Em “Mercedes-Benz em Portugal “de Adelino Dinis.
Foi, também, neste ano a 18 de Agosto de 1930, que foi fundada a “Liga dos Bombeiros Portugueses”, passando a ser confederação das associações e corpos de bombeiros de qualquer natureza, voluntárias ou profissionais.
A “Liga dos Bombeiros Portugueses”, foi fundada num momento de alguma desorganização dos bombeiros voluntários, motivada pela falta de uma associação que, a nível nacional, congregasse, representasse e desse novo impulso às instituições então existentes. Pensava-se, na altura, que a militarização dos bombeiros em geral fosse o melhor caminho a seguir. Deveu-se, contudo, ao general Óscar Carmona, o afastamento de tal ideia.
fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa
3 comentários:
Caro José Leite,
este “post” além de me trazer à memória os fins dos anos 40, quando da minha janela, por entre prédios, descortinava o edifício dos BSB de Lisboa e estava atento a todas as saídas, assinaladas pelo som da campaínha para actuar os semáforos, e o cortejo de viaturas que se lhe seguia, faz-me pensar que, na Lisboa de outros tempos, haveria pouco espaço para o povo habitar.
Se não, vejamos! Tudo em volta eram conventos e palacetes. Os Conventos, de São Bento, das Francesinhas, da Esperança, das Bernardas, de Santos-o-Velho e das Trinas, para um lado; de Jesus e dos Paulistas para outro. Os palacetes, havia dois no largo Dr. António de Sousa Macedo (antigo largo do Poço Novo); um na esquina da rua de São Bento com a rua do Poço dos Negros; dois ou três, no largo do Conde Barão; um na calçada do Marquês de Abrantes; um em Santos-o-Velho, antiga Escola Fonseca Benevides; e decerto, mais alguns que, de momento, não recordo.
Com tudo isto, ainda haveria espaço para o povo?
Cumprimentos,
João Celorico
Caro José Leite,
A renovação do equipamento dos bombeiros originou um concurso ao qual responderam 14 fabricantes.
Ganhou a Mercedes-Benz com equipamento específico de combate a incêndio de Carl Metz.
Na foto temos na primeira linha, da direita para a esquerda, o carro do comandante, o de comandante de companhia e um dos carros de subalterno de serviço. Todos contêm material de combate a incêndio, na devida proporção.
Na segunda fila, um pronto-socorro, uma escada Magirus e, provavelmente, um auto-tanque.
Os 29 carros tinham a seguinte tipologia:
Carros do primeiro e segundo comandante – 2
Carros dos comandantes de companhia – 5
Carros dos subalternos de serviço – 5
Prontos-socorros – 15
Auto-tanques – 2
Estas viaturas estiveram expostas no Terreiro do Paço no início do Verão de 1931.
Em “Mercedes-Benz em Portugal “de Adelino Dinis.
Abraço,
Pedro Ferreira
Caro Pedro Ferreira
Muito grato pela sua habitual e preciosa colaboração.
Infelizmente a par do leitor João Celorico, continuam sendo os únicos que vão colaborando nesta "epopeia".
Mas, vale mais "poucos que nenhuns".
Abraço
José Leite
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