Os novos edifícios da “Faculdade de Letras” e da “Faculdade de Direito” foram concluídos em 1957. Estes edifícios monumentais foram projectados pelos arquitectos Porfírio Pardal Monteiro e António Pardal Monteiro e as suas fachadas estão decoradas com desenhos de Almada Negreiros.
Faculdade de Direito em construção e seria inaugurada em 14 de Outubro de 1957
Três anos depois, em 1960 é estabelecida legalmente a “Cidade Universitária”, e no dia 2 de Dezembro de 1961 é inaugurado o edifício da “Reitoria da Universidade de Lisboa” e com ele a “Aula Magna”. Lembro que neste ano o Reitor da “Universidade de Lisboa” era o Prof. Dr. Marcello Caetano, que viria a ser nomeado Presidente do Conselho em 27 de Setembro de 1968.
Com desenho dos arquitectos Porfírio Pardal Monteiro e António Pardal Monteiro, este edifício é decorado, no exterior, por desenhos de Almada Negreiros. No interior, a decoração do átrio da entrada principal consiste nos painéis em mosaico do pintor António Lino Pedras e em vitrais de Lino António. A guarda da grande escadaria do átrio dos Passos Perdidos é da autoria do escultor José Farinha. É ainda neste edifício que está localizada a célebre “Aula Magna”.
Reitoria da Universidade de Lisboa
Reitoria actualmente
Edifício da “Aula Magna”, em acabamentos exteriores e após conclusão
Edifíco da “Aula Magna” actualmente
A “Aula Magna” é, de forma incontestável, uma das melhores e mais emblemáticas salas portuguesas, sobretudo, graças à sua notável arquitectura, qualidade acústica e perfil intimista. Detentora de uma incontornável presença histórica, pelo seu palco têm passado ao longo de décadas as mais importantes figuras do meio artístico nacional e internacional. Primordialmente concebida pelo arquitecto Daciano Costa como palco privilegiado para o uso da palavra, nomeadamente em actos e cerimónias académicas, a sala tem acolhido, ao longo de décadas, eventos de quase todas as naturezas, evidenciando a versatilidade do espaço.
Fotos da “Aula Magna” nos anos 60 do século XX
A colossal porta de correr que permite o acesso interior à “Aula Magna”, através da grande escadaria decorada, foi pintada pelos alunos da “Escola de Artes Decorativas António Arroio” sob supervisão do então director, Lino António, e executada nas oficinas da escola (como o atesta a inscrição no canto inferior direito).
Átrio dos Passos Perdidos
Camarins
Foyer do piso térreo Foyer das tribunas e piso superior
Galerias laterais
Ambas as faces foram decoradas como motivos similares, destacando-se a face exterior devido ao emprego de tinta dourada para o fundo. Neste lado, sobre o fundo dourado de diversas tonalidades e trabalhado consoante formas geométricas, está representada ao centro a insígnia da “Universidade de Lisboa”. Criada pelo arquitecto Raul Lino, a versão fixada na porta é idêntica à composição do vitral do átrio, também de Lino António (Vitrais de Lino António): o galeão estilizado navega sobre as ondas do mar, estando em cada uma das pontas pousado um corvo negro; sobre a embarcação, um céu incorporando várias estrelas de diversos tamanhos e feitios. Do lado esquerdo, o escudo nacional, e do lado oposto um cavaleiro medieval.
Com 1460 lugares no seu anfiteatro, a sala dispõe de um palco amplo com 185 m2, em forma de trapézio, e de uma singular grande porta de palco corrediça que comunica com o Átrio dos Passos Perdidos. Como espaço vasto e estruturalmente dinâmico, é ideal para concertos amplificados ou acústicos, de todos os quadrantes musicais: recitais de música clássica, ópera, espectáculos de dança, espectáculos teatrais. A sua acústica é, também, perfeita para a realização de colóquios, conferências, congressos, convenções, cerimónias e de outros eventos de natureza sociocultural, científica e académica.
Lotação Total (lugares sentados): 1664
Lotação para espectáculos e actividades congéneres: 1460 (excluindo doutorais laterais e tribunas)
Palco
Área: 180m2
Boca de Cena: 20m*11,60m*9,30
Avant-scène: 10m
Grande porta de palco: --*--*8,5m
Plateia
Doutorais: 186 + 40 lugares laterais
Anfiteatro: 1274
Tribunas: 164 (reservados para a Reitoria da Universidade de Lisboa em caso de espectáculos e actividades congéneres)
Bibliografia: Para a elaboração deste artigo foi, também, consultada “Porta da Aula Magna” de Ana Mehnert Pascoal
fotos in: Universidade de Lisboa, Hemeroteca Digital, Biblioteca Nacional Digital, Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Expresso da Linha
2 comentários:
As imagens a preto e branco dão sempre uma mais grandioso às coisas, não é?
"Vespinha"
As fotos a preto e branco ainda têm a sua mágica, e em certos casos são bem mais cativantes e interessantes que a cores.
Cumprimentos
José Leite
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