A “Exposição Henriquina” que abriu a 9 de Agosto de 1960, com a presença do ministro da Presidência Dr. Teotónio Pereira, teve lugar no “Museu de Arte Popular” e nos pavilhões anexos, teve uma dupla finalidade: evocar a figura, o ambiente e a obra do Infante D. Henrique, e educar o público sobre as dificuldades dessa obra, sua importância e projecção dela na história universal.
“Museu de Arte Popular”
Guia da “Exposição Henriquina”
Á entrada três âncoras sobre a areia sagrada desse Restelo de onde levantaram tantas naus e caravelas. As âncoras foram retiradas do fundo do mar dos Açores. Na parede um painel evocativo de Manuel Lapa.
Entrada com painel de Manuel Lapa Vista exterior para a “Sala dos Envolventes”
Hall de entrada e acesso à Exposição
Neste mesmo dia seria inaugurado o monumento do “Padrão dos Descobrimentos” em Belém. Este monumento reergueu-se em betão revestido de pedra rosal de Leiria, com o fito de ser o rosto visível das “Comemorações do 5º Centenário da Morte do Infante”.
“Padrão dos Descobrimentos” após 1960
Lembro que o primitivo, e provisório, “Padrão dos Descobrimentos”, que o arquitecto Cottinelli Telmo esboçou e Leitão de Barros e Leopoldo de Almeida deram forma mental e plástica, foi erguido em 1940 por ocasião da “Exposição do Mundo Português”. Originalmente, era constituído, na sua parte arquitectónica, por uma leve estrutura de ferro e cimento, sendo em estafe a composição escultórica formada por 33 figuras.
“Padrão dos Descobrimentos” na “Exposição do Mundo Português”, de 1940
A abertura da “Exposição Henriquina”, em Lisboa, inseriu-se no ano das comemorações dos 500 anos sobre a morte do Infante D. Henrique, e coincidiu com a visita oficial a Portugal do Presidente da República do Brasil Juscelino Kubitschek de Oliveira e que teve lugar entre 6 e 11 de Agosto.
O plano e direcção da “Exposição Henriquina”, foram do arquitecto Frederico George, tendo como adjunto o pintor Daciano Costa.
“Sala da Introdução”
“Sala da Iconografia” “Sala do Mar Tenebroso” concebido por Roberto de Araújo
Escada de acesso à “Sala da Iconografia”
“Sala da Cartografia”
“Sala do Renascimento”
Os corredores e salas estavam repletas de montras com mapas, postulanos, astrolábios, um deles com inscrições em hebraico, e as obras de Pedro Nunes. Podiam ser observadas cartas estrangeiras anteriores aos Descobrimentos, havendo cartas portuguesas e estrangeiras posteriores. As salas terminavam com os recém publicados quatro volumes da monumental "Portugaliae Monumenta Cartographica" de dr. Armando Cortesão e comandante Teixeira da Mota, num total de 694 páginas, 87 ilustrações e 519 estampas reproduzindo 1295 espécimens.
“Sala dos Envolventes”
Nesta sala esteve exposta uma das chamadas “Tapeçarias de Pastrana”, mais concretamente a que retrata o desembarque em Arzila.
As “Tapeçarias de Pastrana”, são um conjunto de tapeçarias de grandes dimensões (11 metros por 4 metros), em lã e seda. Celebram episódios da conquista, em 1471, das praças marroquinas de Arzila e Tânger pelas forças de D. Afonso V de Portugal e retratam os seguintes episódios:
- o desembarque em Arzila
- o cerco de Arzila
- a tomada de Arzila
- a entrada em Tânger
Estas tapeçarias foram executadas sob encomenda de D. Afonso V, sendo essa execução atribuída à oficina de Passchier Grenier em Tournai, hoje na Bélgica. As tapeçarias encontram-se expostas no museu da “Colegiada de Pastrana”, em Pastrana, na Espanha,tendo sido alvo de trabalhos de conservação e restauro em 2009.
Tapeçaria “O desembarque em Arzila”
Na sala do Infante, (fotos seguintes) numa parede estava o pergaminho com o seu testamento, num recanto batida de luz dourada, a imagem de Nossa Senhora de Ceuta. Nas paredes descreviam-se os regimes dos ventos. Existiam painéis vários
“Sala do Infante”
Esta Exposição estender-se-ia até finais de Novembro do mesmo ano.
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