A “Companhia Nacional de Fiação e Tecidos de Torres Novas, S.A.R.L”., mais conhecida como “Companhia Torres Novas” pela marca que usou, foi fundada e instalada na Rua da Fábrica, em Torres Novas, a 2 de Outubro de 1845. Preparada, inicialmente, apenas para cânhamos e tecidos grosseiros, utilizando máquinas para fiação mecânica, era controlada pela firma “Casa Bensaúde & Cª, Lda.” com sede em Ponta Delgada nos Açores, e que também controlava a “Fiação e Tecelagem Micaelense”, na Ribeira Grande (S. Miguel, Açores), e viria a fundar em 1871 a “Empresa Insulana de Navegação”.
No início da sua actividade a “Companhia Torres Novas” dedicou-se à produção de artigos básicos, com pouco valor acrescentado e genéricamente destinados a serem utilizados como matéria-prima pelos seus próprios clientes - fios de linho, de juta, de algodão, lonas de algodão, etc - predominantemente vendidos no mercado interno.
Em 1881 já ocupava o 12º lugar na lista das 50 maiores empresas da indústria transformadora portuguesa, com 403 trabalhadores. Apesar de já ter publicado esta lista no artigo intitulado “Indústria Têxtil em Portugal e a FNIL”, publico-a de novo pela sua importância e enquadramento histórico.
1881
Com a aquisição da empresa em 1949 por António Medeiros e Almeida, -dono da importadora de automóveis "A.M. Almeida" - a “Companhia Torres Novas” passou por um significativo processo de modernização e promoção no estrangeiro, tendo iniciado, em 1972, o fabrico de toalhas de banho e outros artigos turcos (roupões, chinelos, etc.), passando a controlar todo o processo produtivo, de forma vertical, desde a produção de fio de algodão ao produto final.
1943
1944
Em 1972, e para fazer face à concorrência externa, introduz a produção de tecidos turcos, expandindo o seu mercado de exportação, mas sem abdicar da consolidação da sua presença no mercado nacional, marcando presença nas lojas tradicionais do segmento médio alto.
A “Companhia Torres Novas” passou a ser uma empresa têxtil que produzia atoalhados e roupões em tecido turco. Tornava-se uma unidade vertical em termos produtivos controlando todo o processo de fabrico desde o fio de algodão até ao produto final, garantindo deste modo a alta qualidade dos seus produtos, que eram os seguintes:
- Toalhas de fantasia em jacquard e riscas
- Toalhas lisas
- Roupões, quimonos e chinelos
- Acessórios de banho
Stands na “FIL - Feira das Indústrias de Lisboa”
A partir de finais da década de 70 do século XX os problemas de concorrência externa e problemas internos, foram provocando a decadência e o avolumar dos problemas financeiros desta empresa, pelo que ao fim de 165 anos de existência foi decretada a insolvência da “Companhia Nacional de Fiação e Tecidos de Torres Novas, S.A.R.L.” em 16 de Agosto de 2011.
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