O lançamento à água do navio de carga “Nampula” (1950-1973) da “Companhia Colonial de Navegação”, ou na gíria marítima o «bota-abaixo», teve lugar em 3 de Abril de 1950.
A cerimónia, que teve como madrinha de baptismo do “Nampula” a Sra. D. Ana Leontina de Silva Ramos, teve lugar em Grangemouth na Escócia, nos estaleiros “The Grangemouth Dockyard Cº. Ltd.” onde foi construído.
Este estaleiro escocês, que também construiu para a CCN, o gémeo “Chaimite”, foi fundado em 1885 por William Miller e Samuel Popham Jackson para construção de navios cargueiros e mistos de carga e passageiros, de médio porte. Depois de cessar a actividade de construção naval em 1972, e ter passado apenas a concentrar a sua actividade na reparação, viria a encerrar em 1987.
As fotos anteriores foram gentilmente cedidas por Sotero Ribeiro
O “Nampula”, foi gémeo de outro navio, o “Chaimite”, e foi um navio cargueiro costeiro destinado á cabotagem na costa de Moçambique. A sua propulsão era assegurada por duas máquinas alternativas de vapor, de tríplice expansão.
Postais da Companhia Colonial de Navegação pintados por Gordon Ellis
“Nampula” “Chaimite”
Características:
Construtor : The Grangemouth Dockyard Cº. Ltd. - Grangemouth - Escócia
Ano de construção: 1950
Registo: Capitania do porto de Lisboa, em 26 de Julho de 1950, com o número H 392
Comprimento : 90,84 m
Boca máxima: 12,86 m
Calado à proa: 4,33 m
Arqueação bruta: 2.043,26 Toneladas
Capacidade: 3.218 m3
Porte bruto : 2.108 Toneladas
Máquinas: Duas máquinas de triplice expansão, de 3 cilindros cada, “Aichison, Blair, Ld.”, com duas caldeiras, com 3 fornalhas cada.
Potência: 1.750 cavalos
Velocidade máxima: 12,0 nós
Velocidade de cruzeiro: 10,5 nós
Tripulantes: 25
Este navio fez a sua ultima viagem a caminho do sucateiro, a reboque do Paquete "Santa Maria" entre Lourenço Marques e Port Louis (Ilhas Maurícias) a leste da Ilha de Madagáscar, em 1973.
Já agora, uma vista aérea da cidade que deu nome a este navio, Nampula em Moçambique nos anos 60 do século XX.
fotos in: The Delagoa Bay World, Ships Insulana
2 comentários:
Recordar os anos em que tinhamos uma imensa frota, em que todos estes navios navegavam, davam trabalho a muita gente e eram de facto um património nacional de valor.
Faz alguma pena a pessoas como eu, que além de tripulante do Vera Cruz, naveguei por outras razões no Uíge, Santa Maria, e Funchal, sinto uma certa nostalgia/saudade.
Claro que os tempos são outros, mas abateram-se muitos navios de ânimo leve, para servir os interesses de alguém que não o interesse nacional.
Caro Carlos dos Santos
Muito grato pelo seu comentário cheio de propriedade.
Os meus cumprimentos
José Leite
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