Restos de Colecção: Grande Hotel da Figueira

12 de junho de 2013

Grande Hotel da Figueira

Diversas unidades hoteleiras marcaram o o arranque turístico da cidade da Figueira da Foz. O “Grande Hotel Universal” de Maria da Encarnação Vieira, o “Hotel Aliança”, fundado no princípio do século XX por Domingos Martins, de início na Praia Nova e, posteriormente com sucursal na Rua Miguel Bombarda. O primitivo “Hotel Reis”, propriedade de José dos Reis Correia de Lemos, e posteriormente de Abel da Conceição Pestana, - hoje “Hotel Hispânia” - e o “Grande Hotel Portugal” (ex-Casino Mondego) propriedade de Eduardo Augusto Martinho, e situado na Rua Cândido dos Reis. Em 1942 a Figueira da Foz possuía 28 hotéis e pensões, num total de 663 quartos.

1913

Por não cumprimento da cláusula contratual de construção de um hotel, a concessão de jogo concedida em 1928 à "Sociedade do Grande Casino Peninsular,S.A.R.L." - proprietária do "Grande Casino Peninsular" -, foi rescindida em 1946 pelo Estado. Em 20 de Julho de 1948 foi fundada por alguns figueirenses, nomeadamente Arménio Faria, Dr. Ernesto Tomé, Augusto Silva, João Costa, Carlos Mendes e João Simões a "Sociedade Figueira Praia, S.A.R.L.", em substituição da "Sociedade do Grande Casino Peninsular S.A.R.L.", tendo obtido novo contrato de concessão de Jogo,  ficando,igualmente, com a obrigatoriedade da construção do novo hotel como contrapartida.

O “Grande Hotel da Figueira”, desenhado pelo arquitecto Inácio Peres Fernandes, e implantado na Avenida Dr. Oliveira Salazar na Figueira da Foz, foi inaugurado em 28 de Junho de 1953, perante mais de 500 convidados.. Equipado com um terraço panorâmico e uma torre sobre a praia e o Oceano Atlântico, foi estudado para que a comodidade e o conforto fosse uma realidade não só, nos seus 110 quartos distribuídos pelos cinco andares, como nas áreas comuns e públicas.

  

A construção do “Grande Hotel da Figueira” ficou a cargo da firma “Carlos Eduardo Rodrigues”, o projecto de arquitectura de Inácio Peres Fernandes, pinturas dos mestres José Molina Sanchez, Thomaz de Mello e Vaz Branco, Mestre Zé Penicheiro e esculturas de Martins Correia.

As obras do "Grande Hotel da Figueira", para além de outros motivos conduziram a "Sociedade Figueira Praia, S.A.R.L.", a uma situação financeira caótica o que levou à constituição do seu primeiro Conselho de Administração em 1957. Os anos que se seguiram até 1963 foram de recuperação, tendo-se realizado o primeiro aumento de capital em 1967, juntamente com a primeira distribuição de dividendos aos accionistas.

Salão de estar com pinturas de Thomaz de Mello

 

          “As Quatro Estações” de José Molina Sanchez                                       Escultura de Martins Correia

 

Bar com pintura de Tom

 

           

 

No final dos anos 70 do século XX, o “Grande Hotel da Figueira”, é alvo das primeiras obras de remodelação. Na década seguinte, juntamente com outras unidades da “Sociedade Figueira Praia, S.A.R.L.”, passa a ser explorado pela empresa "Figueirotéis, Lda.". Mais tarde este grupo de hotéis trabalhará sob a gestão da "Confortéis".

Em 1995 este Hotel sofre , de novo, profundas remodelações, sob projecto do arquitecto António Ginestal Machado, sem prejuízo ao risco arquitectónico inicial. Considerado "Imóvel de Interesse Público", esta unidade hoteleira é integrada no grupo " Accor", em Outubro de 1996 adoptando a designação de "Mercure Figueira da Foz Hotel". Um contrato sob os auspícios do “Grupo Amorim”, maioritário na "Sociedade Figueira Praia, S.A." e que visou relançar esta unidade hoteleira nos circuitos turísticos internacionais.

 Grande Hotel da Figueira.20

          

O “Mercure Figueira da Foz Hotel”, de 4 estrelas, oferece 102 quartos com ar condicionado, internet Wi-Fi em todo o hotel, ginásio e court de ténis (interior).

Bibliografia: "Grande Hotel da Figueira - Viajando no tempo" (1997) de António Jorge Lé

fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Mercure Figueira da Foz Hotel

3 comentários:

Unknown disse...

Gostei muito de ler. A Figueira da Foz deve ter uma História Contemporânea que merecia ser ilustrada e divulgada. Este artigo seria um ótimo capítulo.

José Leite disse...

Caro Mário

Grato pelo seu comentário

Cumprimentos

maria da graça lourenço disse...

Muito interessante. O hotel Reis pertencia ao meu bisavô, Abel da Encarnação Pestana. Gostei de ver.
Cumprimentos
Graça Lourenço