Os dois empresários fundadores do “Hotel Tivoli”, Joaquim Machaz e José Francisco Cardoso, começaram com uma pensão, em 1926, situada no lado oposto da Avenida da Liberdade, junto ao “Cinema Tivoli” onde foi buscar o nome tendo-se transferido para o quarteirão em frente e alugado o Palacete Rosa Damasceno que transformaram em hotel.
“Pensão Tivoli”, ao lado do Cinema-Teatro “Tivoli”
Edifício do “Lis-Hotel” onde esteve instalada a “Pensão Tivoli”
18 de Fevereiro de 1928
A “Pensão Tivoli” desde 1926 ocupava o edifício pertencente a José de Sousa Braz, e projectado, para este fim, pelo arquitecto Manuel Norte Júnior e que seria Prémio Valmor em 1927. Esta obra foi alterada logo em 1930. Sendo ampliado o edifício deu lugar ao “Lis Hotel” , que foi demolido em 1980, à excepção da fachada.
Palacete Rosa Damasceno, futuro “Hotel Tivoli”
Primeiro “Hotel Tivoli”
Este primeiro “Hotel Tivoli”, inaugurado em Junho de 1930, tinha 45 quartos dos quais 8 com casa de banho e telefone, tendo a gerência transitado da “Pensão Tivoli”.
Interiores e publicidade numa colecção de postais de 18 de Março de 1933
Interiores do primeiro “Hotel Tivoli” nos finais dos anos 40 do século XX
1940
1941
O primeiro edifício do actual “Hotel Tivoli”, foi construído no terreno que tinha sido ocupado pelo Palacete Rosa Damasceno, continuando a ocupar o primitivo edifício de esquina, nº 179, e que terá tido alterações de ampliação pelo arquitecto, Manuel Norte Júnior, mostrando que os proprietários estavam desde cedo interessados em expandir o seu estabelecimento e que se apoiavam nos arquitecto de renome à época.
Conjunto do Hotel Tivoli e palacete à sua esquerda
Ambos revelaram um apurado sentido empresarial, sabendo aproveitar as oportunidades. Dois marcos fundamentais para o crescimento e consolidação do primitivo Hotel Tivoli foram a guerra civil espanhola e a II Grande Guerra Mundial.
O actual edifício do “Hotel Tivoli” é na realidade composto por dois blocos. Numa 1ª fase, em 1956, um bloco de oito andares, a Nordeste, onde se desenvolve a fachada e as principais zonas comuns do Hotel, projectado pelo arquitecto Porfírio Pardal Monteiro, que resulta da demolição do Palacete Rosa Dasmaceno . Dois anos depois é demolido o primitivo “Hotel Tivoli” e constrói-se a outra parte, correspondendo ao bloco Sul que abrange as varandas no gaveto, já sob o projecto do arquitecto, seu sobrinho, António Pardal Monteiro e Anselmo Fernandez tendo o primeiro colaborado no projecto desde o seu início. A construção fica concluída em 1958.
1ª Fase do novo “Hotel Tivoli”, em 1958
Maquetas já incluindo o 2º bloco, a Sul, após a demolição do Palacete Rosa Damasceno
Anúncio em 1958
Versão definitiva
fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian (Estúdio Mário Novais), IÉ-IÉ
Numa 3º fase, de construção na década de 70 do século XX, o arquitecto Artur Bentes, projecta e é construído, um 3º bloco, sobre 1º piso já existente, com o aumento de 6 novos quartos por piso no bloco a Noroeste.
Em 1981, é construída a piscina e court de ténis. E no ano 2000 é criada uma mezzanine no “Restaurante Beatriz Costa”. Esta famosa actriz do teatro e cinema português viveu até à sua morte em 1996, neste hotel.
Lobby, Bar e Sala da Jantar no início dos anos 70 do século XX
Hoje o “Tivoli Lisboa” , pertence à cadeia “Tivoli - Hotels & Resorts” .Nos seu 8 pisos alberga 329 quartos sendo 30 suites e suites juniores. O 1º piso, com ampla sala rectangular com colunatas após a zona de entrada onde estão a recepção à esq. e a caixa e bengaleiro na direita. Após pequena escadaria, sala de convívio e no piso superior ligação às salas de reuniões. A ligação entre os dois pisos é feita pelas escadas laterais à direita ou pelo “Restaurante Beatriz Costa” instalado no gaveto. No 10º piso, encontrar-se o “Restaurante Terraço” com vista panorâmica.
O “Tivoli Lisboa”, actualmente
Lobby Brasserie
Quarto Restaurante Terraço
12 comentários:
Caro José Leite
Li com muito agrado este seu "post" que na realidade, representa uma apurada pesquisa da sua parte, além de ficar aqui registado abundante material de informação histórica.
Nunca estive instalado neste Hotel, mas no final dos anos 80 do século passado, fui visitar uma pessoa amiga, que estava hospedado nesta unidade hoteleira. Achei o espaço muito moderno e, provavelmente, já com obras de nova roupagem.
Um abraço
APS
Caro APS
Grato pelo seu comentário.
O Hotel Tivoli, apesar de não ser tão imponente como o Hotel Ritz, sempre gozou de mais prestígio e sempre mais solicitado por clientes, e empresas, com poder económico.
Um abraço
José Leite
Gostei imenso de ver estas imagens. O meu Avô é um dos sócios fundadores e é com muito orgulho que vejo o trabalho dele aqui relembrado por si. Realmente, e como o APS diz, a nova roupagem é muito moderna. Principalmente no Hall. Ficou muito despido e sem aquele charme de outrora.
Obrigada pela sua pesquisa,
Bárbara
Cara D. Bárbara
Agradecido pelo seu comentário.
Um dos objectivos deste blogue é,realmente, lembrar e relembrar o que o nosso país teve e tem de bom, e não só ...
Os meus cumprimentos
José Leite
Caro José,
Grandes saudades !
Fui grande amigo do saudoso Joaquim Machaz, filho, assim como sou amigo do irmão António e dos outros. Sempre fui muito bem recebido nesse belíssimo Hotel, que tanto frequentei e usei, nomeadamente uma suite, onde passei 2 noites da minha lua de mel em 1984. Fui também um grande frequentador do Grill, onde todos os dias 24 de Dezembro, juntamente com um grupo de+3amigos, religiosamente almoçávamos, por sinal,lindamente.Um abração.Bernardo
Caro Bernardo
Grato pelo seu comentário e partilha das suas saudades deste belíssimo hotel
Abraço
José leite
José leite, sou neto do fundador José francisco cardos, do qual uso com orgulho o apelido. Obrigado por estas belas mem
orias de monetos tão bons passsados nesse mítico e emblemático local da avenida da liberdade. Um bem haja para si e, novamente, lhe agradeço esta "memory lane" através desats fotos.
Caro Fernão Cardoso
Grato pelas suas amáveis palavras
Os meus cumprimentos
José Leite
QUE SAUDADE QUANDO TRABALHAVA NO TIVOLI,ME LEMBRO QUANDO IA AO QUARTO
DA DONA BEATRIZ COSTA LEVAR UM ÇESTINHO DE FRUTA ELA ME DAVA SEMPRE UMA GARRAFA DE BRANDY FUNDADOR.
SAUDADES DESSE TEMPO.
Sendo uma das muitas obras do meu avô, Arqtº Porfírio Pardal Monteiro, curiosamente nunca visitei este belo edifício, bem como muitas outras obras dele que não estão abertas ao comum dos visitantes. Como neta, tenho pena, mas entendo. Ao bloguista José Leite agradeço ter mencionado que o projecto original é de PPM e não do seu sobrinho António, como a maioria escreve. Cumprimentos, Ana Pardal Monteiro
D. Ana Reis
Não tem que agradecer. Apenas tento ser o mais rigoroso que me é possível.
Para mim o seu avô terá sido o mais importante arquitecto português do século XX.
Os meus cumprimentos
José Leite
os hostes tivoli nessa altura era cancerado uma escola da da hotelaria aonde tive o prazer de la trabalhar e por cima o sr jose francisco cardoso e da minha terra
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