Por força do contrato celebrado com o Governo em Dezembro de 1887, o Banco de Portugal passou a exercer as funções de banqueiro do Estado e caixa geral do Tesouro, obrigando-se a criar agências em todas as capitais de distrito do Continente e Ilhas. Funcionando provisoriamente apenas para os serviços do Tesouro, as agências foram instaladas e organizadas em definitivo. Em 1895, com a criação da Agência de Angra do Heroísmo, todo o processo estava concluído.
No entanto, o Banco tinha já em funcionamento agências entregues “à comissão” a firmas de reconhecido mérito comercial , como a do Funchal e Faro, criadas em 1875, e a de Ponta Delgada, em 1876.
A cada agência estava ligada uma rede de correspondentes, em localidades de justificado movimento comercial, agrícola ou industrial. Além das agências distritais, o Banco foi abrindo ao longo do séc. XX agências concelhias, criadas basicamente para apoio ao sector primário. Muitas delas tiveram o seu início como correspondências privativas e só mais tarde se transformaram em agências.
Anúncio em 1931
O edifício da Agência do Banco de Portugal em Coimbra, inseriu-se na decisão do Banco de Portugal, então um banco comercial e emissor, em instalar nas principais sedes de distrito de Portugal, em edifício próprios, Agências suas. De referir que esta Agência já tinha sido criada em Coimbra em 3 de Fevereiro de 1891.
Em 1910, o projecto do edifício ficou a cargo do arquitecto Adães Bermudes, que já tinha sido o responsável pelos projectos das agências do Banco de Portugal de Bragança (1902), Viseu (1907), Évora (1908). Viria posteriormente a projectar as agências de Vila Real (1912), Faro (1916) e de Ponta Delgada (1935). História do Banco de Portugal e estas agências podem ser vistas nos posts intitulados Banco de Portugal e Agências do Banco de Portugal
Arquitecto Adães Bermudes
A Agência do Banco de Portugal de Coimbra, situada no, então, Largo Príncipe D. Carlos, junto à Avenida Emídio Navarro e ao Hotel Astória foi concluída e inaugurada em 1912.
O edifício em 1913
No pavimento inferior e subterrâneo do edifício, albergava na época, armazéns e várias casas fortes blindadas, tanto para serviço da Agência como para o público que ali quisesse depositar valores em segurança. Este piso albergou, provisóriamente a casa da guarda, que posteriormente foi transferida para o piso ré-do-chão.
Foi no rés-do-chão, num espaçoso hall, que ficaram instalados os serviços de atendimento ao público. A sua cobertura é metálica e envidraçada com vitrais executados pelo mestre Cláudio Martins. O edfício estava equipado com aquecimento central, e a instalação eléctrica ficou a cargo da “Casa Hermann” de Lisboa.
Hall
No primeiro andar ficaram instalados os serviços da Caixa Económica, e uma delegação da Repartição de Finanças de Coimbra para comodidade do público, que assim evitava de ter de se deslocar à repartição do Estado instalada no Governo Civil.
Agência do Banco de Portugal e o Hotel Astória, nos anos 40 do século XX
fotos in: Hemeroteca Digital
As decorações exteriores, em pedra, ficaram a cargo de Francisco dos Santos & Filho, na altura os melhores profissionais no ramo, do país.
Cheque do Banco de Portugal do final do século XIX
Publicidade de 1913
Em 2000 sofreu obras de recuperação profundas, sendo totalmente alterado.
Aspecto actual do edifício
A partir de 1977 inicia-se o encerramento das agências concelhias e, a partir dos anos 90, de algumas distritais, tendo Vila Real encerrado as suas portas em Maio de 2008.
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